O ex-seminarista que caiu na vida acha a morte política muito pior que a morte física
Terno pretinho-Kirchner, expressão compungida de quem acaba de chegar do velório, Gilberto Carvalho caprichou na pose de viúvo inconsolável para chorar a perda do companheiro José Genoino. “Ele prestou grandes serviços ao governo”, murmurou nesta quinta-feira o secretário-geral da Presidência da República. Inconformado com a partida do assessor especial do Ministério da Defesa, repetiu o bordão que estreou no adeus a João Paulo Cunha: “Isso dói”.
Essa espécie de dor, sabe-se agora, só assalta Gilberto Carvalho quando ocorrem mortes políticas impostas pelo Supremo Tribunal Federal a mensaleiros de estimação. A morte física de algum companheiro é coisa de rotina, demonstrou a reação do secretário do Planalto ao assassinato de Celso Daniel. O afastamento provisório de João Paulo e Genoino, que terão de trocar o gabinete em Brasília por uma cela de presídio, pareceu-lhe infinitamente mais doloroso que o desaparecimento definitivo do prefeito de Santo André.
“Todos gostam muito do Genoíno”, contou o seminarista que nunca decorou a segunda parte do Credo, caiu na vida e gostou do sabor do pecado. “Tanto assim que o ministro Nelson Jobim recomendou ao Celso Amorim que o mantivesse no cargo. Ele fez um trabalho de aproximação com os militares muito bom. É por isso que é querido entre os generais. Podem perguntar a qualquer um”.
Se simpatia fosse atenuante, não haveria um único integrante da grande tribo dos 171. Mas Gilberto Carvalho está convencido de que não pode ser castigado um companheiro tão bom de prosa. “Vamos sentir muita falta da conversa dele”, choramingou a carpideira federal. Em contrapartida, Genoino terá tempo e gente de sobra para conversas no pátio da cadeia. É sempre um consolo.
11 de outubro de 2012
Por Augusto Nunes - Veja Online
Terno pretinho-Kirchner, expressão compungida de quem acaba de chegar do velório, Gilberto Carvalho caprichou na pose de viúvo inconsolável para chorar a perda do companheiro José Genoino. “Ele prestou grandes serviços ao governo”, murmurou nesta quinta-feira o secretário-geral da Presidência da República. Inconformado com a partida do assessor especial do Ministério da Defesa, repetiu o bordão que estreou no adeus a João Paulo Cunha: “Isso dói”.
Essa espécie de dor, sabe-se agora, só assalta Gilberto Carvalho quando ocorrem mortes políticas impostas pelo Supremo Tribunal Federal a mensaleiros de estimação. A morte física de algum companheiro é coisa de rotina, demonstrou a reação do secretário do Planalto ao assassinato de Celso Daniel. O afastamento provisório de João Paulo e Genoino, que terão de trocar o gabinete em Brasília por uma cela de presídio, pareceu-lhe infinitamente mais doloroso que o desaparecimento definitivo do prefeito de Santo André.
“Todos gostam muito do Genoíno”, contou o seminarista que nunca decorou a segunda parte do Credo, caiu na vida e gostou do sabor do pecado. “Tanto assim que o ministro Nelson Jobim recomendou ao Celso Amorim que o mantivesse no cargo. Ele fez um trabalho de aproximação com os militares muito bom. É por isso que é querido entre os generais. Podem perguntar a qualquer um”.
Se simpatia fosse atenuante, não haveria um único integrante da grande tribo dos 171. Mas Gilberto Carvalho está convencido de que não pode ser castigado um companheiro tão bom de prosa. “Vamos sentir muita falta da conversa dele”, choramingou a carpideira federal. Em contrapartida, Genoino terá tempo e gente de sobra para conversas no pátio da cadeia. É sempre um consolo.
11 de outubro de 2012
Por Augusto Nunes - Veja Online
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