"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

MANO QUER A SELEÇÃO PRESSIONANDO OS ADVERSÁROS, MAS O TIME TEM ATLETAS VELOZES, IDEAIS PARA O CONTRA-ATAQUE

 

Apesar da defesa improvisada e do prazer de alguns em querer ver a decadência do Barcelona, como se o time contrariasse o futebol moderno e não fosse possível se manter no topo por muito tempo, a equipe catalã poderia ter vencido.
No segundo gol do Real Madrid, se Adriano fosse um bom zagueiro, perceberia o passe e se adiantaria para deixar Cristiano Ronaldo impedido.

Messi e Cristiano Ronaldo foram, mais uma vez, os protagonistas. A diferença entre eles é que o argentino, por causa da habilidade, da criatividade e da visão espacial de conjunto, é um jogador especial, mesmo quando não brilha.
Já o português, por ser essencialmente técnico, excepcional na execução dos fundamentos da posição, parece um jogador comum quando não faz gols nem se destaca.



Pulo para a seleção. Hoje, contra o Iraque, provavelmente jogarão juntos Kaká, Neymar, Hulk (ou Lucas) e Oscar, sem um centroavante fixo. Na escalação de qualquer equipe, mais importante que as características é a qualidade dos jogadores, desde que eles se adaptem a funções um pouco diferentes das que fazem em seus clubes. Hoje, os dois melhores atacantes brasileiros são Neymar e Hulk. Kaká poderá ser um terceiro. A visão do futebol nacional não pode ser somente a do Brasileirão.

Quando Dunga foi técnico da seleção, priorizou o contra-ataque porque era o jeito de que mais gostava e porque tinha Kaká, Robinho e Ramires, três jogadores velozes. A maioria não gostou, mas o time tinha uma maneira definida de jogar, além de conseguir ótimos resultados, até ser eliminado pela Holanda na Copa do Mundo.

Já Mano pode viver uma contradição. Quer a equipe mais à frente, pressionando, mas tem jogadores como Kaká, Neymar, Lucas e Ramires, ideais para o contra-ataque. Uma solução seria usar os dois estilos, um de cada vez, de acordo com o momento. É difícil fazer isso. A seleção corre o risco de ter dupla personalidade. Mas o futebol é tão esquizofrênico, que até pode dar certo.

11 de outubro de 2012
Tostão (O Tempo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário