O PT quer transformar o voto dos brasileiros em detergente para as lambanças que o Supremo Tribunal Federal condenou com riqueza de provas ao longo das 40 memoráveis sessões de julgamento do mensalão até agora.
É por este motivo que todos os seus líderes, incluindo a presidente da República e uma penca de ministros, dedicam-se de corpo e alma à campanha eleitoral. Governar, para eles, é o que menos importa.
O estilo é o mesmo que viceja no país há dez anos: campanha eleitoral 24 horas por dia, sete dias por semana, quatro semanas por mês, 12 meses por ano. Inoculado no dia a dia político brasileiro por Luiz Inácio Lula da Silva, o vírus tornou-se endêmico:
o PT lança-se à prática da mais abjeta politicagem, que antes fazia corar, com a maior naturalidade do mundo.
Seguindo os passos de Lula, nos últimos dias a presidente Dilma Rousseff vem se embrenhando numa maratona para tentar alavancar candidatos petistas que disputarão o segundo turno da eleição no domingo.
Esteve em Salvador,
Campinas,
Manaus e São Paulo.
Seu governo está sobre palanques; o que importa é ganhar.
Sempre usando sua indefectível indumentária vermelha, a petista repete a cada comício que "não olha a cor da camisa" ao governar. Mas, logo em seguida, se trai indicando que o município em questão será sempre melhor tratado se no seu comando estiver um companheiro do PT.
E tome promessas de fazer mais creches, construir mais moradias, investir mais recursos. Tudo em flagrante contradição com o que acontece no mundo real. Dilma elegeu-se prometendo, por exemplo, erguer 6 mil creches, "1.500 por ano", mas só 221 foram feitas pelo governo federal desde 2007!
Seu pupilo Fernando Haddad promete, agora, 55 mil casas para famílias pobres de São Paulo, mas desde 2009 só 480 foram construídas. A lista de engodos é interminável...
Mas Dilma não apenas lançou-se sem pejo a fazer campanha eleitoral em horário em que deveria estar se dedicando a resolver os problemas do país, que são vários e crescentes, como também liberou seus ministros para a algazarra.
Gente como Aloizio Mercadante,
Alexandre Padilha,
José Eduardo Cardozo,
Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo não faz outra coisa que não seja subir em palanque, gravar programa eleitoral e agitar comício.
É só conferir as pastas que cada um deles ocupa para concluir que o governo federal está literalmente parado, dedicado apenas à conquista de votos: respectivamente, Educação, Saúde, Justiça, Comunicações e Casa Civil. De onde vem tamanho interesse e empenho dos petistas por mais e mais poder?
Em primeiro lugar, o PT quer tirar das urnas o que acredita ser uma espécie de indulto pelos crimes que seus principais líderes cometeram ao assaltar o Estado e irrigar os dutos do mensalão. O "sim" das urnas funcionaria como um contraponto ao rotundo "não" que emanou do STF ao nefasto esquema cujo objetivo era financiar a compra de votos e a perpetuação do partido no poder.
José Dirceu foi quem deu a senha: o que importa é ganhar as eleições, especialmente em São Paulo. Lula deu sequência, ao dar este mesmo viés aos resultados eleitorais que o PT colheu em 7 de outubro e pretende voltar a colher no domingo: em entrevista ao jornal argentino La Nación, disse que se considerava "julgado" pelas urnas.
Nada disso:
Justiça é uma coisa, eleição é outra.
"Votações expressivas, embora significativas, não constituem causas para a extinção da punibilidade", sentenciou o ministro Celso de Mello.
"Urna não é lavanderia de ilícitos, voto não é indulto e eleição não torna ninguém imune às exigências do devido processo legal",( analisou )Dora Kramer. "Eleição não absolve réu", ( arrematou) Elio Gaspari.
Mas a principal razão para a sanha com que o PT se lança em busca de vitórias eleitorais é a possibilidade de aumentar as boquinhas ocupadas pela companheirada, que rendem dízimos e polpudas oportunidades de negócio$ ao partido.
É o que explica, por exemplo, por que Fernando Haddad quer dizimar as parcerias com organizações sociais e entidades filantrópicas em hospitais e creches de São Paulo a fim de ocupar milhares de cargos com petistas leais.
O PT disputa o segundo turno em 24 municípios. São mais de duas dezenas de novas oportunidades para assaltar os cofres, incluindo os cerca de R$ 40 bilhões que a capital paulista movimenta em seu orçamento. Em busca deste butim, o governo de Dilma Rousseff transferiu-se para cima de palanques país afora nas últimas semanas.
Merece o não do eleitor e a reprovação da população.
Fonte: Instituto Teotônio Vilela
Governo em campanha
24 de outubro de 2012
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