"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A SORTE DE DILMA É QUE O AVÔ DO CANDIDATO ALVEJADO PELO DEBOCHE JÁ NÃO ESTÁ POR AQUI

 


Depois de se queixar do “baixo nível” da campanha presidencial de 2010, Dilma Rousseff resolveu explicar na discurseira no bairro de Cajazeiras (rebatizado de Cazajeiras pelo neurônio solitário) por que o companheiro Nelson Pelegrino merece virar prefeito da capital da Bahia: é mais alto (e bem mais gordo) que o adversário ACM Neto (1m67, 60 quilos).

“Salvador não merece um governinho”, começou. Como a plateia pareceu não ter captado a mensagem cifrada, a palanqueira sem rumo tentou ser explícita: “Salvador não pode ter uma administração pequenininha”.

Como até Dilma Rousseff sabe que não se mede com fitas métricas a eficiência de um governante, está claro que quis constranger o neto de Antonio Carlos Magalhães com uma provocação preconceituosa. A sorte da presidente é que o senador morreu em 20 de julho de 2007.
Ela não escaparia de um revide semelhante ao que nocauteou em 4 de julho de 1984 o brigadeiro Délio Jardim de Mattos, ministro da Aeronáutica do governo João Figueiredo.

Irritado com o ex-governador da Bahia que passara a apoiar a candidatura de Tancredo Neves depois da vitória de Paulo Maluf na convenção do partido governista, Délio qualificou de “traidores” os dissidentes que garantiriam o fim do regime militar no Colégio Eleitoral.
No mesmo dia, com m bilhete manuscrito, ACM replicou: “Trair os propósitos de seriedade e dignidade da vida pública é fazer o jogo de um corrupto cujos arquivos dos órgãos militares estão com as provas de corrupção e improbidade”.

Não houve tréplica. E é improvável que houvesse agora se ACM Neto afirmasse que o Brasil é que não merece uma Presidência obesa, carrancuda, grosseira com adversários e obediente a padrinhos. O avô já teria dito isso. Isso e muito mais.

24 de outubro de 2012
toma mais uma

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