Em abril do ano passado, a Veja publicou reportagem de Rodrigo Rangel sobre um dos terroristas iranianos que consta da “difusão vermelha” da Interpol, a lista dos mais procurados no mundo.
Trata-se do imã xiita Moshen Rabani que, entre outros feitos, é tido como o cérebro do atentado à Associação Mutual Argentina Israelita Amia, em Buenos Aires, matando 85 pessoas e ferindo outras centenas, em 1994.
O imã obviamente atribui tais acusações à conspiração sionista-americana, embora tenha proferido uma palestra, em 1991, para advogados argentinos e xiitas muçulmanos, na qual afirmou, em um espanhol precário, que “Israel precisa desaparecer da face da terra”. Rabani deu sua modesta contribuição. Vamos à reportagem:
“VEJA revelou há duas semanas que, além de ostentar a condição de um dos terroristas mais procurados do mundo, ele também é responsável pelo recrutamento de jovens brasileiros para cursos de “formação religiosa”.
O que esse terrorista apontado como executor de um dos mais sangrentos atentados da história e responsável pela morte de mais de uma centena de pessoas pode estar ensinando aos brasileiros é, no momento, uma das principais preocupações das autoridades. As pistas descobertas até agora para desvendar esse mistério não são nada alentadoras.
“O “professor” Rabbani é procurado por sua participação em atos de terrorismo desde 9 de novembro de 2006.
Sua captura é considerada tão vital que a Interpol o incluiu na chamada “difusão vermelha”, a seleta lista dos homens mais procurados do mundo.
A ordem internacional de prisão contra Rabbani foi expedida pela Justiça argentina. Ele é apontado como um dos mentores dos dois atentados contra alvos judeus em Buenos Aires, que mataram nada menos que 114 pessoas em 1992 e 1994. Rabbani era funcionário da Embaixada do Irã na capital argentina e teria atuado não só na elaboração como também na execução dos atos terroristas.
Com status de diplomata, hoje ele é protegido do regime do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad – e o responsável pela arregimentação de seguidores em toda a América Latina, que se dá mediante promessa de influência religiosa e também de dinheiro. Chama atenção o esforço de Rabbani em amealhar seguidores em regiões pobres do Brasil sem nenhuma tradição ligada ao Islã”.
Na edição de hoje da Folha de São Paulo, Samy Adghirni, o correspondente xiita do jornal em Teerã, entrevista o homem que figura na lista dos mais procurados do mundo. Rabbani, como Maluf – o aliado dileto de Lula e do PT - não pode sair de seu país em função do mandado internacional de prisão emitido pela Interpol.
Curiosamente, o correspondente xiita omite a profissão de fé xiita de seu entrevistado, o protegido de Mahmoud Ahmadinejad. E afirma que Rabbani rejeita as acusações de que fez recentes viagens ao Brasil com passaporte falso e disse que Teerã não tenta impor o Islã à América Latina.
- Não há exportação do Islã, mas o pensamento é livre. Se aqui no Irã eu quiser ler os diários do apóstolo São Paulo, ninguém pode impedir. Se alguém no Brasil quiser ler algo a respeito do Irã, ninguém também pode se opor. Muita gente hoje quer conhecer a religião islâmica, mas nem por isso há um programa para impor o islã.
Numa só frase, duas safadezas. O imã pretende que haja pensamento livre em uma das mais violentas ditaduras do Oriente Médio. Deve ser uma inovação do Islã, ditadura com liberdade de pensamento. Ocidentais, precisamos aprender com Ahmadjenad. Segunda safadeza, afirmar que não há um programa para impor o islã na América Latina.
Não bastasse a Arábia Saudita estar financiando mesquitas e madrassas e distribuindo gratuitamente o Corão no Brasil, recentemente os jornais denunciavam a pressão de líderes religiosos árabes, em Foz de Iguaçu e no Paraná, para que as mulheres muçulmanas não sejam obrigadas a tirar o véu ao fazer fotos para documentos.
Se eximir-se a obedecer as leis do país em nome do Islã não é pretender impor o Islã, não entendo mais a língua que falo.
Não bastasse isto, a Defensoria Pública da União (DPU) editou cartilha intitulada Direitos Religiosos, Deveres e Costumes de Presos Muçulmanos em Penitenciárias, cujo conteúdo “tem como base o guia preparado e organizado pela Universidade Árabe Naif de Ciências de Segurança (UANCS), em coordenação com o Ministério do Interior, Ministério da Justiça, Conselho de Grand Ulama e Diretoria de Pesquisas Islâmicas no Reino da Arábia Saudita”.
O objetivo da cartilha – diz o texto introdutório - é conscientizar os funcionários da área administrativa e de segurança em penitenciárias quanto aos direitos e deveres religiosos dos presos muçulmanos. A boa prática correcional é construída sobre o reconhecimento dos valores humanos fundamentais, como o respeito aos direitos e deveres de todos os indivíduos. Isso inclui a necessidade de considerar as diferenças sociais, culturais e religiosas daqueles que cometeram delitos.
A cartilha, que não fala de dever nenhum, mas apenas de direitos, começa advertindo muçulmanos podem comer carne, peixe, legumes e frutas, desde que não sejam cozidos em gordura de porco ou tenham carne de porco misturada a eles. Além disso, é proibido aos muçulmanos comer carne que não seja abatida de acordo com a lei islâmica. Se não houver carne halal por perto, o presídio que a importe.
Ou seja, em nosso sistema prisional, que não consegue sequer garantir condições de higiene satisfatória a seus presidiários, as autoridades têm de ter cuidados para evitar a carne suína. Mais ainda: que qualquer outro animal que forneça carne seja abatido de acordo com a lei islâmica.
A cartilha alerta ainda para os deveres do jejum durante o Ramadã. Durante todo mês do Ramadan, os muçulmanos devem abster-se de comer, beber, fumar e ter relações sexuais do amanhecer até o entardecer. O muçulmano, durante esse período, come duas refeições – uma após o pôr-do-sol e a outra a qualquer momento antes do amanhecer.
Os presos muçulmanos podem ser autorizados a ter seu tempo de alimentação postergado, se o horário normal da refeição ocorre antes do pôr do sol, ou devem ser autorizados a ter comida em suas celas para que possam comer após o pôr do sol.
Ou seja, as prisões terão de adaptar seus horários e sua rotina a todo e qualquer criminoso que professe o islamismo. Mais ainda: Todo muçulmano é obrigado a orar cinco vezes por dia. Isto significa, entre outras coisas, que prisioneiros muçulmanos devem ser autorizados a formar um grupo de oração na manhã (20 minutos após o nascer do sol) do primeiro dia da festa do Ramadan e do primeiro dia do Grand Bairam (Haj), que ocorre cerca de dois meses e dez dias após o Ramadan. O mês sagrado do Ramadan também varia de acordo com o calendário lunar. Para saber com exatidão a data do Ramadan, recomenda-se o contato com uma mesquita ou organização muçulmana.
E mais um pouco: todo muçulmano é obrigado a lavar seus membros (mãos, rosto, cabeça, orelhas, braços e pés) antes de cada oração e antes de manusear o Corão.
Em penitenciárias onde o preso está trancado em área longe de instalações sanitárias, deve-se permitir que eles usem essas instalações antes do tempo previsto para a oração.
Caso não seja possível o deslocamento do preso a fim de se lavar, um recipiente com água, sabão, uma bacia e uma toalha podem ser disponibilizados para serem usados antes da oração ou manipulação do Corão.
Como o crente ora cinco vezes por dia, cinco vezes por dia as autoridades penitenciárias têm de providenciar a higiene do devoto. Mas o melhor vem agora. Os muçulmanos têm o direito de ficar a sós com sua esposa ou marido em uma sala privada. Uma sala especial deve ser providenciada para que o preso ou presa possa receber a visita íntima de seu cônjuge, pelo menos uma vez por mês.
Até aí nada de novo. Os infiéis prisioneiros têm o mesmo direito. A pergunta que fica no ar é outra: se o Profeta concedeu ao crente o direito de ter quatro mulheres, isto significaria que o presidiário muçulmano tem direito a quatro visitas mensais, em oposição a cristãos e outros crente que teriam direito a apenas uma.
De repente, não mais que de repente, a Universidade Árabe Naif de Ciências de Segurança o Conselho de Grand Ulama e a Diretoria de Pesquisas Islâmicas no Reino da Arábia Saudita, passam a determinar qual seja o regime prisional no Brasil. Isso com a conivência da Defensoria Pública da União, do Ministério do Interior, e do Ministério da Justiça.
O imã xiita iraniano, apesar das denúncias de recrutamento de jovens brasileiros, afirma que não há nenhum programa em Teerã para impor o Islã na América Latina. Se dermos crédito à afirmação de um terrorista, como faz o correspondente xiita da Folha, até pode ser que no Irã não haja. Mas não se pode negar que o Islã, que já se impõe na Europa, está tentando se impor aos demais continentes.
A Arábia dos Saud se encarrega disto.
22 de outubro de 2012
janer cristaldo
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