Artigos - Cultura
Percival Puggina é a prova mais concreta, mais viva e palpitante de que, para ser jornalista, não é necessário diploma: basta saber escrever. Puggina tem o diploma de arquiteto. Mas se tornou um grande arquiteto das palavras.
Saber escrever. Não. Não é tão simples assim. Saber escrever não significa apenas respeitar as regras gramaticais, colocando o verbo no tempo certo, observando as regências e evitando tropeços nos vícios gramaticais mais abjetos.
Não é a escrita, a frase, a oração ou o período que qualificam a boa expressão. É a forma como se transmite o pensamento. Quer dizer: só sabe escrever quem consegue exprimir o pensamento de forma correta, elegante, fácil e natural.
Saber escrever. Não. Não é tão simples assim. Saber escrever não significa apenas respeitar as regras gramaticais, colocando o verbo no tempo certo, observando as regências e evitando tropeços nos vícios gramaticais mais abjetos.
Não é a escrita, a frase, a oração ou o período que qualificam a boa expressão. É a forma como se transmite o pensamento. Quer dizer: só sabe escrever quem consegue exprimir o pensamento de forma correta, elegante, fácil e natural.
E Percival Puggina é mestre nessa arte. Ele escreve sem o hermetismo dos filósofos, sem a janotice dos literatos, sem a vulgaridade dos levianos e sem a embriaguez dos poetas. Seu pensamento é denso, sem ser fechado. Seus vocábulos são fáceis, sem serem triviais. Suas frases são sedutoras, sem serem artificiais.
Nem mesmo o longo espaço que ele ocupa no jornal, do cabeçalho ao rodapé, certamente por exigência da diagramação, consegue lhe atrair a pecha de prolixo. Exatamente por isso – desculpem a repetição – porque ele escreve de forma correta, elegante, fácil e natural.
A correção da frase é imposição do respeito pela gramática. A elegância é virtude ditada pela necessidade de fugir do rasteiro. A facilidade é o caminho que leva com mais rapidez o pensamento até o leitor. A naturalidade representa o texto despojado de artifícios destinados especificamente a seduzir a quem o lê.
Tudo o que digo aqui pode ser aplicado a qualquer escrito do Percival Puggina. Mas ele é um escritor tão perfeito que consegue o milagre de superar a si mesmo. Como, por exemplo, em sua crônica na ZH de ontem, 'Notas do cárcere'.
Sem qualquer compromisso com a parcimônia, abordando o assunto do crescimento da criminalidade, eu diria, matando jacaré a botinadas: o Estado, com os impostos que nos arranca, sob ameaça de confisco, pratica uma desordem pior do que a de bêbados brigando em puteiro. Com isso facilita a organização do crime.
Percival Puggina, não. Com elegância e estilo ele atribui, com propriedade, à inoperância do Estado - Legislativo, Executivo e Judiciário - o poder crescente da criminalidade. E retrata fielmente o drama vivido pelos cidadãos de bem, da tortura íntima de quem sofre o ataque, ao desencanto público de quem lê as manchetes. Tudo com a serenidade de quem domina as palavras, usando-as como instrumento de expressão do pensamento.
É uma pena que talentos como o de Percival Puggina sejam subjugados pela ganância dos que só querem dinheiro, fama e poder. Com um Percival Puggina em cada jornal, este país seria outra coisa.
Nem mesmo o longo espaço que ele ocupa no jornal, do cabeçalho ao rodapé, certamente por exigência da diagramação, consegue lhe atrair a pecha de prolixo. Exatamente por isso – desculpem a repetição – porque ele escreve de forma correta, elegante, fácil e natural.
A correção da frase é imposição do respeito pela gramática. A elegância é virtude ditada pela necessidade de fugir do rasteiro. A facilidade é o caminho que leva com mais rapidez o pensamento até o leitor. A naturalidade representa o texto despojado de artifícios destinados especificamente a seduzir a quem o lê.
Tudo o que digo aqui pode ser aplicado a qualquer escrito do Percival Puggina. Mas ele é um escritor tão perfeito que consegue o milagre de superar a si mesmo. Como, por exemplo, em sua crônica na ZH de ontem, 'Notas do cárcere'.
Sem qualquer compromisso com a parcimônia, abordando o assunto do crescimento da criminalidade, eu diria, matando jacaré a botinadas: o Estado, com os impostos que nos arranca, sob ameaça de confisco, pratica uma desordem pior do que a de bêbados brigando em puteiro. Com isso facilita a organização do crime.
Percival Puggina, não. Com elegância e estilo ele atribui, com propriedade, à inoperância do Estado - Legislativo, Executivo e Judiciário - o poder crescente da criminalidade. E retrata fielmente o drama vivido pelos cidadãos de bem, da tortura íntima de quem sofre o ataque, ao desencanto público de quem lê as manchetes. Tudo com a serenidade de quem domina as palavras, usando-as como instrumento de expressão do pensamento.
É uma pena que talentos como o de Percival Puggina sejam subjugados pela ganância dos que só querem dinheiro, fama e poder. Com um Percival Puggina em cada jornal, este país seria outra coisa.
21 de novembro de 2012
João Eichbaum
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