Internacional - Estados Unidos
Eu vi o futuro e fugi (1).
No início, me mudar da antiga URSS para a América me fez sentir como se eu tivesse feito um salto no tempo de uma estagnada e depravada antiguidade para um distante e dinâmico futuro.
Havia uma abundância de aparelhos futuristas facilmente disponíveis, máquinas, engenhocas e eletrodomésticos que faziam a existência cotidiana mais fácil e agradável. Menos óbvio, mas igualmente excitante era a mídia sem censura: Eu não precisava mais ler nas entrelinhas para saber o que estava acontecendo.
Mais importante, havia honestidade, dignidade e respeito nas relações entre as pessoas.
Hoje eu me sinto novamente como um viajante do tempo. Só que desta vez não só a América produtiva, honesta e independente está desaparecendo no passado, como nós estamos se aproximando rapidamente para um futuro muito familiar.
É o futuro de pobreza igualitária, regime de partido único, mídia vendida, pilhagem governamental, corrupção burocrática, eleições fraudulentas (2), literatura clandestina, piadas em voz baixa e o hábito muito útil de olhar por cima do ombro.
A vida era agradável na América antes que ela mudasse de rumo e seguisse “adiante” segundo Obama (3), o que, de acordo com a minha bússola, significa ir para trás.
De repente, eu me vejo fazendo o papel de um companheiro vindo do futuro, ajudando meus novos compatriotas a navegar através do pântano à nossa frente.
Privados da liberdade de expressão política, os soviéticos tinham desenvolvido uma cultura clandestina de piadas políticas. Eu costumava me lembrar de milhares delas. Aqui está uma das minhas favoritas, sobre a discrepância entre a versão oficial e a realidade cotidiana:
As seis contradições do socialismo na URSS:
- Não há desemprego – mas ninguém está trabalhando.
- Ninguém está trabalhando – mas as quotas da indústria são cumpridas.
- As quotas da indústria são cumpridas – mas as lojas não têm nada para vender.
- As lojas têm nada para vender – mas as moradias estão cheias de mercadorias.
- As moradias estão cheias de coisas – mas ninguém está feliz.
- Ninguém está feliz – mas nas eleições os votos são sempre unânimes a favor do governo.
Já na América, eu descobri que a maioria das minhas antigas piadas soviéticas não funcionavam traduzidas. Não foi tanto a diferença de linguagem como o fato de que os americanos não tinham conhecimento de primeira mão de um governo totalitário, da uniformidade ideológica e da propaganda descarada. Mas isso está mudando. Quanto mais a América segue “adiante” de volta ao modelo soviético, mais traduzível as velhas piadas soviéticas se tornam.
Vamos ver como uma velha piada soviética pode ser reescrita e se tornar uma nova piada americana.As seis contradições do socialismo nos Estados Unidos da América:
- A América é capitalista e gananciosa – mas metade da população recebe assistência pública.
- Metade da população recebe assistência pública – mas eles se consideram vítimas.
- Eles se consideram vítimas – mas seus representantes controlam o governo.
- Seus representantes controlam o governo – mas os pobres continuam ficando mais pobres.
- Os pobres continuam ficando mais pobres – mas eles têm coisas que pessoas de outros países só têm em sonho.
- Eles têm coisas que pessoas de outros países só têm em sonho – mas eles querem que a América seja mais parecida com os outros países.
Há mais de onde veio – ou para onde estamos indo, se for o caso.
Notas do tradutor:
(1) Trata-se de uma paródia da frase de Lincoln Steffens sobre a antiga União Soviética: “I have seen the future, and it works.”
(2) Sobre as eleições fraudulentas, ver o artigo “Os Brasis Americanos”, de Felipe Moura Brasil.
(3) No original, “forward”, lema da campanha de Obama.
(1) Trata-se de uma paródia da frase de Lincoln Steffens sobre a antiga União Soviética: “I have seen the future, and it works.”
(2) Sobre as eleições fraudulentas, ver o artigo “Os Brasis Americanos”, de Felipe Moura Brasil.
(3) No original, “forward”, lema da campanha de Obama.
21 de novembro de 2012
Do The Washington Times Communities.
Tradução: Jorge Nobre, estudante de Letras - Tradução Francês da UnB.
Tradução: Jorge Nobre, estudante de Letras - Tradução Francês da UnB.
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