Internacional - Oriente Médio
O Hamas é um grupo terrorista e com terroristas não existe diálogo. Eles nada fizeram pelos palestinos civis que vivem na faixa de Gaza, onde Israel já desocupou há anos. Usam a população como escudo, covardemente se escondendo atrás de crianças e jovens.
Fiz uma rápida entrevista com Sarita Gorodicht, criadora e organizadora da Caminhada Pró-Israel e contra o Fórum Social Mundial – Palestina Livre, nesta terça-feira (20).
A manifestação será realizada em Porto Alegre no dia 25 de novembro, três dias antes do evento patrocinado pelo governo do PT do Rio Grande do Sul, que reunirá amplos setores da esquerda e simpatizantes do terrorismo do Hamas e do globalismo islâmico.
Ao longo da conversa com Sarita, não pude ignorar a lembrança da história relatada no livro de Números, capítulos 13 e 14, sobre conquista de Canaã, na qual apenas dois espias, Calebe e Josué, acreditaram que podiam conquistar a terra prometida, enquanto os outros dez derreteram-se de medo e não creram que Deus estava com eles.
Sarita, como surgiu a ideia da Caminhada (Caminhada em apoio ao Estado de Israel e contra a proposta do Fórum Social Mundial – Palestina Livre)?
Sarita, como surgiu a ideia da Caminhada (Caminhada em apoio ao Estado de Israel e contra a proposta do Fórum Social Mundial – Palestina Livre)?
Sarita Gorodicht: As pessoas no Facebook queriam uma atitude por parte da comunidade em prol da paz em Israel e contra o teor do Fórum que vai acontecer aqui. Como ninguém tomou a dianteira, criei o evento da Caminhada, que foi bem recebida, e consegui adesão de outras pessoas para organizá-lo.
O movimento cresceu mais do que esperávamos. Afinal, vários países estão fazendo manifestações pela paz . E o Brasil? Pensando nisso, é evidente que o Brasil tinha que se manifestar também. Porto Alegre foi a primeira cidade a se manifestar. Segue agora São Paulo.
Como você vê a situação entre Israel e o Hamas? E como isso pode repercutir no Fórum que se realizará aqui em POA?
Todos sabem que a situação entre Israel e Hamas é péssima, no sentido que a paz é inviável. O Hamas é um grupo terrorista e com terroristas não existe diálogo. Eles nada fizeram pelos palestinos civis que vivem na faixa de Gaza, onde Israel já desocupou há anos. Usam a população como escudo, covardemente se escondendo atrás de crianças e jovens. Criam suas crianças já incutindo ódio por Israel. O grupo Hamas quer a destruição do Estado de Israel e tomar posse da terra.
Porto Alegre convive pacificamente com todas as religiões. Isso virá a afetar a população com medo, raiva, discórdia, dependendo do que acontecer entre os dias 28 a 1 de dezembro.
Não é isso o que a mídia tem retratado mundo afora. Como você vê a atuação da mídia nesse sentido - pois a opinião pública baseia-se fundamentalmente no que dizem os jornais, ou seja, em fontes secundárias - ?
A mídia nunca apoiou Israel. Sempre se ouve notícias pelo lado palestino, afirmando que Israel matou civis palestinos. Mas veja, Israel tem muita preocupação com a vida dos seus habitantes. Isso é judaico, ou seja, o judaísmo prega a proteção, a vida e o amor à família e ao próximo. Temos inúmeros abrigos espalhados por todo Israel. Eles tocam sirene quando uma bomba se aproxima e a população ainda tem 15 segundos para se abrigar. Por isso morre menos gente. E do lado da faixa de Gaza, onde está a comunidade palestina? O que tem para proteger a população? Nada. E pior, o grupo Hamas pouco está se preocupando com a população, usam-na, como disse, como escudo. Por isso morre mais gente. Por isso todos se penalizam com os palestinos que morrem. Por isso acusam Israel, mas é falta de informação. Voltei de Israel há dois meses e lá a população já estava com suas máscaras novas de gás nas mãos.
Ou seja, a motivação da caminhada é demonstrar apoio a Israel e rejeitar a proposta do Fórum, que se realizará nesse momento especialmente tenso. Como você vê, mais especificamente, a proposta do Fórum?
A finalidade da caminhada é demonstrar apoio a Israel, como vários países têm feito, e achamos que este Fórum não deveria ser realizado neste momento nada propício, onde existe uma guerra no Oriente Médio que envolve judeus e palestinos, e o pior, pelo conteúdo anti-Israel deste evento, e, além disso, por ser realizado, em grande parte, com verba pública, como várias pessoas têm divulgado. O Fórum pede a ruptura dos laços de amizade com Israel e o Brasil. Deseja o que todos temem: discursos antissemitas, que pregam a discórdia. Israel não é contra a criação de um Estado Palestino, mas também defende seu território conquistado e nossa capital Jerusalém, que eles querem como capital do estado palestino. Isso é uma grande piada. Jamais vai acontecer. Mas enquanto existir o grupo terrorista Hamas comandando a faixa de Gaza, qualquer tentativa de discutir esse assunto não leva a nada. Então por que a realização deste Fórum neste momento? Por que no Brasil? Por que numa cidade como Porto Alegre? Perguntas que têm resposta. Com a palavra nosso Governador do Estado, que apoia e sustenta esse Fórum.
A caminhada está marcada para o próximo domingo, dia 25, três dias antes do começo do Fórum. Houve alguma oposição à sua realização, vinda de dentro ou de fora da comunidade judaica?
Sim.
Você pode contar-nos um pouco mais a respeito?
Ontem realizamos uma reunião na Federação Israelita do Rio Grande do Sul (FIRS), que se opõe ao movimento justamente em função da realização do Fórum. Eles entendem que a caminhada vai só atrapalhar as intenções da FIRS de esvaziar o Fórum, o que é impossível porque ele vai acontecer e as delegações já estão confirmadas. Eles dizem que estão se mobilizando através de reuniões com representantes do Governo do Estado. Mas resumindo, a posição da FIRS é política. E esperávamos apoio, até porque nossas intenções são absolutamente pacíficas, sem discurso, sem briga, sem atiçar ânimos, apenas uma caminhada, mas nem isso foi aceito. Eles alegam que não é momento para isso, mas eu pergunto: é momento para o Fórum? Lógico que não! É momento de paz. De apoiar Israel nesta luta. E pergunto de novo: este Fórum propõe a paz? Vai trazer paz a nossa cidade?
E como você se sente diante da recusa de apoio da própria entidade que mais os deveria estar apoiando e defendendo? A caminhada será cancelada?
Eu me sinto cerceada no meu direito de exercer minha liberdade como judia que ama Israel, que sofre à distância por meus amigos e por todo o povo. Sinto-me triste e revoltada ao mesmo tempo. Temo pela nossa cidade, por nossa segurança e nosso futuro.
Os palestinos são em muito maior número e unidos. Quanto à FIRS, sinto-me apenas desapontada. Não concordo com os argumentos deles. Tenho os meus e gostaria somente de ser entendida e apoiada caso essa caminhada não venha a acontecer.
O que desapontará muitas pessoas, mais de 200 até hoje. Mas não tenho ainda resposta para dar se a caminhada vai ser cancelada. Pode não ser uma caminhada. Pode ser apenas um movimento silencioso pela paz. Quem sabe?
Existem pessoas de outros grupos, não-judeus, unidos a vocês pela Caminhada?
Existem sim, pessoas de todas as religiões e sem religião. Este é um grupo aberto a todos os simpatizantes do Estado de Israel e que pregam a paz. Só procuramos o apoio da FIRS porque foi criado por judeus esta caminhada. Só por isso e porque existe um grande número de judeus. Mas veja, hoje é somente terça-feira, até domingo tem muito chão pela frente.
É verdade. Desejo-te uma caminhada muito bem-sucedida, Sarita, com ou sem o apoio da FIRS, para que o povo de Israel saiba que não está só e para que os participantes do Fórum saibam que existe oposição. Muito obrigada pela entrevista!
Eu que agradeço.
21 de novembro de 2012
Camila Hochmüller Abadie é mãe, mestre em filosofia pela PUC-RS e jornalista.
Camila Hochmüller Abadie é mãe, mestre em filosofia pela PUC-RS e jornalista.
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