Acusaram
Roberto Gurgel de evitar uma decisão colegiada da mais alta corte nacional de
Justiça, preparando, assim, a solução monocrática do presidente da casa e
relator do processo, Joaquim Barbosa.
À previsível recusa da prisão pela maioria dos ministros segue-se a hipótese de ser dada efetividade às condenações que, por conta de embargos, poderiam ser proteladas durante todo o próximo ano. Seria a desmoralização de um dos mais importantes julgamentos de nossa crônica judicial.
Por conta disso, o Procurador-Geral definiu a hora certa para entregar sua petição, que de ontem para hoje pode ter sido ou será despachada pelo presidente-relator, conhecido pela rigidez de suas posturas.
Mas teria sido apenas essa a motivação de Roberto Gurgel para surpreender os mensaleiros e pedir o imediato cumprimento das sentenças a eles devidas?
Pode ser que não. Hoje é um dia especial, ao menos para os que crêem em astrologia, misticismo, fantasias e na fragilidade do universo onde nos encontramos. E se por artimanhas do Destino o mundo acabar antes da meia-noite, conforme vaticínios dos Maias e de Nostradamus? Por via das dúvidas, pode ter pensado o chefe do Ministério Público, seu dever estará cumprido. O resto fica por conta de Joaquim Barbosa. Caso o mundo não acabe hoje, como todos esperamos…
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MOTIVAÇÃO VARIADA
Prisões de réus ainda sem sentença transitada em julgado devem-se a motivações variadas. Para evitar fugas, por exemplo. Ou para preservar a paz pública, no caso de periculosidade de muitos quando em liberdade. Mas também para dar efetividade a condenações capazes de ser procrastinadas. É usual no Judiciário brasileiro assistir penas serem adiadas por anos a fio, por conta da sagacidade dos advogados dos apenados ou da leniência dos julgadores.
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PARTIDOS E VITAMINAS
Pouco antes da posse do Lula na presidência da República o PT entrava em orgasmo cívico. O partido iria para o poder e havia, entre outras, uma razão maior: a democracia. Graças a ela e seus predicados, os companheiros apresentavam-se como vitaminados, fortes o bastante para aplicar suas propostas e seus modelos de mudar o país.
Depois, foi o que se viu. Em paralelo a um governo que realizou óbvias e inegáveis mudanças no plano social e político, o PT passou a adotar práticas usuais nos demais partidos, ou seja, locupletou-se com nomeações injustificáveis, negócios fajutos e arrogância desmedida. A vitamina, em excesso, fez efeito contrário no organismo petista. Os ponteiros do relógio da ética andaram para trás, ainda que a História continuasse a andar para a frente.
21 de dezembro de 2012
Carlos Chagas
À previsível recusa da prisão pela maioria dos ministros segue-se a hipótese de ser dada efetividade às condenações que, por conta de embargos, poderiam ser proteladas durante todo o próximo ano. Seria a desmoralização de um dos mais importantes julgamentos de nossa crônica judicial.
Por conta disso, o Procurador-Geral definiu a hora certa para entregar sua petição, que de ontem para hoje pode ter sido ou será despachada pelo presidente-relator, conhecido pela rigidez de suas posturas.
Mas teria sido apenas essa a motivação de Roberto Gurgel para surpreender os mensaleiros e pedir o imediato cumprimento das sentenças a eles devidas?
Pode ser que não. Hoje é um dia especial, ao menos para os que crêem em astrologia, misticismo, fantasias e na fragilidade do universo onde nos encontramos. E se por artimanhas do Destino o mundo acabar antes da meia-noite, conforme vaticínios dos Maias e de Nostradamus? Por via das dúvidas, pode ter pensado o chefe do Ministério Público, seu dever estará cumprido. O resto fica por conta de Joaquim Barbosa. Caso o mundo não acabe hoje, como todos esperamos…
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MOTIVAÇÃO VARIADA
Prisões de réus ainda sem sentença transitada em julgado devem-se a motivações variadas. Para evitar fugas, por exemplo. Ou para preservar a paz pública, no caso de periculosidade de muitos quando em liberdade. Mas também para dar efetividade a condenações capazes de ser procrastinadas. É usual no Judiciário brasileiro assistir penas serem adiadas por anos a fio, por conta da sagacidade dos advogados dos apenados ou da leniência dos julgadores.
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PARTIDOS E VITAMINAS
Pouco antes da posse do Lula na presidência da República o PT entrava em orgasmo cívico. O partido iria para o poder e havia, entre outras, uma razão maior: a democracia. Graças a ela e seus predicados, os companheiros apresentavam-se como vitaminados, fortes o bastante para aplicar suas propostas e seus modelos de mudar o país.
Depois, foi o que se viu. Em paralelo a um governo que realizou óbvias e inegáveis mudanças no plano social e político, o PT passou a adotar práticas usuais nos demais partidos, ou seja, locupletou-se com nomeações injustificáveis, negócios fajutos e arrogância desmedida. A vitamina, em excesso, fez efeito contrário no organismo petista. Os ponteiros do relógio da ética andaram para trás, ainda que a História continuasse a andar para a frente.
21 de dezembro de 2012
Carlos Chagas
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