Vez por outra, leio um artigo que me atinge sobremaneira. Caso deste, de José Roberto Guzzo, que já foi editor chefe de Veja, e hoje faz a última página, quinzenalmente.
Francamente, deixa com inveja este escrivinhador bissexto, mesmo deixando a revista para literatura de banheiro, enquanto faz um depósito no Banco de Boston.
Excetuando o vezo coprológico, e comentando sobre a Argentina, Guzzo perpetra um saboroso texto sobre a veracidade dos números divulgados pelo governo que ficou conhecido no Brasil como Barbie Dazaméricas. Reproduzo aqui a primeira parte do artigo na edição 2264, de 11/04/2012.
” A revista The Economist tomou algum tempo atrás uma decisão muito interessante: decidiu que não iria mais publicar nenhum número oficial fornecido pelas autoridades econômicas da Argentina. O motivo é que não dá para acreditar, há anos, em quase nenhum dado que vem do governo argentino. Seus números são patentemente suspeitos, ou incoerentes, ou incompreensíveis – ou pura e simplesmente falsos.
Publicar para quê, se no fundo é tudo mentira? Para a Argentina, obviamente, tanto faz. Seus governantes vão continuar fabricando e divulgando as cifras que bem entenderem, sem a mais remota preocupação com o fato de que a revista inglesa não acredita neles; é duvidoso, por sinal, que estejam interessados em saber se os próprios argentinos acreditam ou não naquilo que dizem.
Os jornalistas da Economist, de qualquer forma, deixam de perder seu tempo tentando encontrar algum nexo nos dados econômicos da presidente Cristina Kirchner.
Toda a imprensa mundial, na verdade, talvez fizesse um bom negócio se deixasse de dar tanta atenção às cifras econômicas que saem de dentro dos governos, da Argentina e de muito país levado a sério por este planeta afora. É, realmente, um mundo de trevas.
Se Dante resolvesse acrescentar mais um círculo aos nove que colocou no inferno de sua Divina Comédia, é possível que esse décimo patamar ficasse reservado às estatísticas oficiais.”
(*) Fotomontagem: Cristina Kirchner e José Roberto Guzzo.
24 de abril de 2012
Magu
Francamente, deixa com inveja este escrivinhador bissexto, mesmo deixando a revista para literatura de banheiro, enquanto faz um depósito no Banco de Boston.
Excetuando o vezo coprológico, e comentando sobre a Argentina, Guzzo perpetra um saboroso texto sobre a veracidade dos números divulgados pelo governo que ficou conhecido no Brasil como Barbie Dazaméricas. Reproduzo aqui a primeira parte do artigo na edição 2264, de 11/04/2012.
” A revista The Economist tomou algum tempo atrás uma decisão muito interessante: decidiu que não iria mais publicar nenhum número oficial fornecido pelas autoridades econômicas da Argentina. O motivo é que não dá para acreditar, há anos, em quase nenhum dado que vem do governo argentino. Seus números são patentemente suspeitos, ou incoerentes, ou incompreensíveis – ou pura e simplesmente falsos.
Os jornalistas da Economist, de qualquer forma, deixam de perder seu tempo tentando encontrar algum nexo nos dados econômicos da presidente Cristina Kirchner.
Toda a imprensa mundial, na verdade, talvez fizesse um bom negócio se deixasse de dar tanta atenção às cifras econômicas que saem de dentro dos governos, da Argentina e de muito país levado a sério por este planeta afora. É, realmente, um mundo de trevas.
Se Dante resolvesse acrescentar mais um círculo aos nove que colocou no inferno de sua Divina Comédia, é possível que esse décimo patamar ficasse reservado às estatísticas oficiais.”
(*) Fotomontagem: Cristina Kirchner e José Roberto Guzzo.
24 de abril de 2012
Magu
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