Rosemary Nóvoa Noronha é uma pessoa tão importante que está sendo defendida por três advogados, sob coordenação do ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, que desta vez, pasmem, não está cobrando nenhum tostão à sua cliente, trabalhando “pro bono “ (voluntariamente), como se diz no linguajar jurídico.
Um de seus advogados, o criminalista Celso Vilardi, realmente é um fenônemo em termos operacionais, com uma logística perfeita. Imaginem que ele conseguiu que Rose comparecesse à 5ª Vara Federal na segunda-feira e assinasse um termo de comparecimento, sem que ninguém a visse, filmasse ou fotografasse.
E não é a primeira vez que Vilardi consegue essa façanha. Quando Rose prestou depoimento, em dezembro, a imprensa só soube no dia seguinte. Agora, a próxima chance para entrevistar, filmar ou fotografar a companheira de viagens do ex-presidente Lula será no dia 21, que cai numa segunda-feira, quando ela terá de comparecer novamente à 5ª Vara Federal de São Paulo.
CUMPLICIDADE INTERNA
Relata o repórter Thiago Herdy, de O Globo, que “nesta segunda, Rosemary ficou cerca de dez minutos no prédio da Justiça Federal, segundo assessores da juíza Adriana Zanetti”. Esta notícia é furada, informaram erradamente ao excelente repórter, o primeiro a denunciar as irregularidades nas “consultorias” do ministro Fernando Pimentel.
Como Rose pôde entrar na Vara, sem que os jornalistas a vissem? E que negócio é esse de “assessores da juíza”? Onde já se viu juiz (ou juíza) ter “assessores”? Esse cargo não existe na primeira instância.
Para conseguir burlar a imprensa e evitar que os jornalistas sequer vissem Rosemary Novoa Noronha, com toda a certeza o advogado Vilardi está contando com a cumplicidade da 5ª Vara Federal de São Paulo. É impossível que alguém consiga entrar ou sair das dependências deste juizado sem ser notado. Não há explicação.
Portanto, o comparecimento de Rose à 5ª Vara Federal está sendo fraudado. Ela não está se apresentando ao juízo. Algum serventuário, cooptado pelo defensor dela, tem levado o termo de comparecimento para que Rose o assine, em sistema “delivery” (como o implantado no tráfico de drogas do Rio de Janeiro pelo governador Sergio Cabral, como parte do acordo com os traficantes para “pacificar” as favelas, conforme Helio Fernandes cansou de denunciar aqui no Blog da Tribuna. Mas isso é outro assunto).
No próximo dia 21, Rosemary Noronha terá de comparecer a juízo ou descumprirá a determinação da juíza Adriana Zanetti e poderá ser presa por desobediência a ordem judicial. Será que o ardiloso advogado conseguirá burlar a imprensa mais uma vez? E o que a juíza está achando disso tudo? Será que ela sabe que Rose não está comparecendo? Essa jogada não vai acabar bem, podem acreditar.
09 de janeiro de 2013
Carlos Newton
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