Mais um ano se inicia e, como sempre, tragédias de todos os tipos vêm assolar o povo brasileiro com intensidades variadas.
Na política o Congresso Nacional assumiu de vez que é uma casa de bandidos ao aceitar alegremente (e com pompa) a posse de José Genoíno e de outros deputados acusados ou condenados por crimes variados e até homicídios. A coisa foi tão surreal que teve a participação de uma turma de "batedores" do deputado Francisco Tenório (PMN), condenado por homicídio e corrupção, varrendo os corredores em busca de oficiais de justiça que supostamente o citariam ou o prenderiam antes da posse (ele já passou um ano preso) e da obtenção da salvaguarda do maldito foro privilegiado.
Como se o absurdo da situação já não fosse pouco; os candidatos à presidência da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Júlio Delgado (PSB-MG), fazem campanha defendendo abertamente os mensaleiros condenados e afirmando que preferirão causar uma crise institucional a aceitar o resultado do julgamento do Mensalão no STF.
Nada a se estranhar de um deputado que recentemente teve sua vida oculta revelada pela ex-esposa que apresentou comprovantes bancários de contas correntes de sua titularidade em três paraísos fiscais: Nassau, nas Bahamas; Ilhas Jersey, no canal da Mancha; e Genebra, na Suíça. O deputado ainda tem uma conta no Lloyds Bank, em Miami sem que nada disso conste nas suas últimas quatro declarações de renda, onde ele afirma ganhar R$ 240 mil por ano (R$20 mil por mês). (Fonte Isto É)
Também o Estadão publicou matéria em que Henrique é acusado de fazer lobby no Tribunal de Contas da União (TCU) para que um de seus sócios obtenha o contrato de concessão da BR-101, entre o Espírito Santo e a Bahia. O negócio envolve cerca de R$ 7 bilhões. (Fonte)
É claro que toda essa sorte de absurdos e indignidades é provocada unicamente pelo próprio brasileiro. O eleitor insiste em eleger canalhas e criminosos para os mais altos cargos da nação. Sem a sua cumplicidade, seria impossível que esses senhores cuspissem na cara da nação, tripudiassem das leis e da própria sociedade que os acolheu e referendou.
Igualmente é digno de entrar neste rol de absurdos o estelionato eleitoral, descarado representado pela eleição de Fernando Haddad em São Paulo. Logo após assumir o cargo o recém-empossado prefeito soltou a pérola: "Será impossível realizar o prometido em campanha".
Ora, se já sabiam ser impossível realizar as promessas de campanha, porque as fizeram? Muito simples, caro leitor, a certeza da impunidade e a garantia da alienação política da população que asseguraria a vitória com o encantamento provocado por propostas mirabolantes sem qualquer compromisso com a verdade. Mais um retrato descarado do que se tornou a política brasileira de hoje. Tudo o que se quer é garantir a vitória a todo custo, assegurar o acesso aos cofres públicos de qualquer forma e apoderar-se deles a qualquer preço. Mesmo que, para isso, seja necessário fazer vítimas entre os que mais precisam.
Nada mais "justo". Afinal de contas essa prática foi elevada a "estado da arte" por Lula e referendada por uma legião de eleitores e militantes ansiosos por serem iludidos e roubados. Da mesma forma que o governo federal mente ao fazer manobras contábeis "criativas" para dizer que a situação fiscal do país está ótima; esconde uma inflação galopante e descontrolada que os índices do mercado financeiro (IGPM) já mostram. A incompetência gerencial, a letargia e a corrupção desenfreada mergulham o país na desindustrialização e no colapso infraestrutural que cobram um alto preço do cidadão e das empresas, ameaçando as parcas conquistas obtidas até agora e a estabilidade econômica tão duramente obtida.
Como você pode perceber, as mentiras e as velhas práticas estão de volta com força máxima e representam uma tragédia muito pior do que as chuvas de verão, pois matam toda uma nação e sepultam seus sonhos sob os escombros de uma classe miserável que, um dia, pensou eleger um legítimo representante seu para libertá-la. Mas, na verdade, apenas conduziu seu maior e verdadeiro algoz ao poder.
Enquanto nos atiram migalhas, mentiras e lama nos olhos, seguimos felizes e animados rumo a Copa do Mundo e as Olimpíadas, achando que somos um país do primeiro mundo e nos divertindo com o futuro de sonhos e fantasias prometido em cadeia nacional. Morremos nos hospitais sucateados e abandonados ou somos arrastados pelas correntezas enlameadas dos rios, repletos de detritos, com um sorriso nos lábios e um grito de gol entalado na garganta.
Como diziam os filósofos: "Nada como a realidade para nos lembrar de que a verdadeira tragédia somos nós mesmos".
Pense nisso.
09 de janeiro de 2013
visão panorâmica
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