Na Praça da Sé…
Segundo o presidente estadual do Sindicato dos Aposentados, Hélio Herrera Garcia, embora seja justa, a política de reajuste maior apenas para quem ganha um salário mínimo pode ser prejudicial no longo prazo. “Só que dar [aumento] bem baixo para quem ganha acima [de um salário mínimo] significa que, em alguns anos, todo mundo vai ganhar um salário mínimo. Perdem não só os aposentados hoje, mas também aqueles que virão a se aposentar.”
Os aposentados reivindicam ainda o fim do fator previdenciário, que reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de serviço antes de chegar aos 60 anos, no caso das mulheres, e antes dos 65 anos, para os homens.
Para Garcia, a aplicação do coeficiente de expectativa de vida do fator, usado para calcular o valor a ser pago, pode gerar distorções. “O fator previdenciário leva muito em consideração, na hora de fazer o cálculo, a expectativa de vida. A expectativa da mulher é muito maior. Então, além de ela ter a tripla jornada em casa e ganhar menos no serviço, na hora de se aposentar, vai perder muito mais com o fator.”
Para o sindicato, uma alternativa ao fator previdenciário, que não é a ideal pelo sindicato, mas tem melhor aceitação, seria a Regra 85/95. Com ela, o trabalhador poderá se aposentar quando a soma da idade e do tempo de contribuição for 95 anos para homens e 85 anos para mulheres.
“Seria uma medida que levaria em conta a idade e também o tempo de serviço. Então é importante discutir essa reivindicação”, disse o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves.
CUSTO DE VIDA REAL
O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindinapi), João Batista Inocentini, defende a reposição do poder de compra na aposentadoria. Ele sugere a criação de um índice para medir, em nível nacional, o custo de vida real do idoso.
“O quanto ele gasta com medicamentos, para se vestir, para se alimentar e com o plano de saúde.” Inocentini afirma que, para o idoso, custo de vida é muito mais alto que o dos mais jovens.
“O medicamento de uso contínuo sobe muito mais que a inflação, todo os anos e o plano de saúde, às vezes, sobe 500%, dependendo da idade que ele [idoso] atinge”, explica Inocentini. Ele defende ainda a criação da Secretaria do Idoso pelo governo federal. “Para discutir a saúde, a distribuição de medicamentos, a moradia, o transporte e fazer funcionar o Estatuto do Idoso. Pela sugestão do sindicalista, a secretaria seria vinculada ao Ministério da Previdência Social.
Segundo o Sindinapi, todas as reivindicações discutidas na manifestação de hoje serão levadas a Brasília no dia 6 de março, quando os aposentados farão nova manifestação.
24 de janeiro de 2013
Fernanda Cruz (Agência Brasil)
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