Artigos - Economia
Por conta de o planejamento econômico ser incompatível com a liberdade, quem quer que proponha uma economia controlada estará propondo uma ditadura, esteja essa pessoa ciente disso ou não.
Em seu discurso inaugural, Obama está tentando reconciliar duas ideias que são irreconciliáveis.
No noticiário noturno da NBC, anunciou-se a manchete: “
Na segunda cerimônia de posse, Obama faz apelo à base progressista”. Também podemos ler na coluna de Tim Iacono: “Repatriação do ouro alemão e alta nos Fundos de Índice de ações da prata aumentam preços dos metais preciosos”.
Na coluna de Iacono, diz-se que “O vai e vem da crise do débito em Washington certamente foi responsável por algumas compras no mercado de metais preciosos na semana passada”. E devemos ficar surpresos? As pessoas estão preocupadas com o valor do papel. Para entender isso, precisa-se apenas considerar as obrigações contratuais de um governo que sustenta mais de cem milhões de seres humanos. Como disse Obama em seu discurso inaugural, “juntos, podemos decidir que uma grande nação deve cuidar dos vulneráveis e proteger seu povo dos piores perigos e infortúnios da vida”.
Podemos fingir que o presidente estava fazendo referência a algum vago ideal filantrópico. Na verdade, ele estava propondo o que de fato ele acredita ser necessário, isto é, a intervenção governamental na economia.
De acordo com Obama, “nós – o povo – entendemos que nosso país não pode ir bem quando um número cada vez menor vai indo cada vez melhor e outro cada vez maior mal consegue se sustentar”. O presidente quer eliminar a “dificuldade” de muitos. “Não acreditamos que neste país a liberdade está reservada para os sortudos ou que a felicidade seja para poucos. Reconhecemos que não importa o quão responsavelmente vivemos nossas vidas, qualquer um de nós a qualquer hora enfrentará a perda de um emprego, um mal súbito ou uma casa destruída em uma terrível tempestade. Os compromissos firmados entre nós, faz, através do Medicare, Medicaid e do Social Security, com que essas coisas não minem nossa iniciativa. Esses compromissos nos dão forças.”
E mesmo assim estamos aqui, com US$16.5 trilhões em débito – isso só contando o débito do governo federal. Além do mais, o presidente também nos lembrou que uma grande nação deve salvar o planeta. “nós, o povo” disse ele, “ainda acreditamos que nossa obrigação como americanos não é apenas consigo mesmos, mas para com toda a posteridade.
Responderemos às grandes ameaças climáticas, sabendo que se falharmos, trairemos nossas crianças e as gerações futuras.
Alguns ainda negam o acachapante juízo científico, mas ninguém pode evitar o impacto devastador dos violentos incêndios, das fortes secas e das tempestades cada vez mais poderosas.
O caminho rumo às fontes de energia sustentável será longo e, algumas vezes, difícil. Mas a América não pode impedir ou resistir essa transição. Devemos, sim, liderá-la”.
Sejam quais forem os detalhes dessas abrangentes propostas intervencionistas (e elas são muitas), a ciência econômica ensina que esses efeitos serão negativos; isto é dizer que severas perdas econômicas e financeiras ocorrerão como resultado desses programas.
E foi o economista austríaco, Ludwig von Mises explicou isso em seu livro “Liberalismo segundo a tradição clássica” onde ele diz que a intervenção governamental na economia “se revelará, necessariamente, malsucedida”.
Não importa se você está salvando corujas ou tentando prevenir o aquecimento global. “A intervenção governamental significa um planejamento elaborado pelo governo com o reforço policial”.
Como tal, é uma negação da liberdade, “a antítese do livre empreendimento e da propriedade privada dos meios de produção”. E quando a você é negada a liberdade, sua produtividade é destruída.
No discurso de posse de Obama está implícito que tal planejamento econômico se tornou necessário por conta das "vulnerabilidades", do aquecimento global e da desigualdade social.
O governo deve intervir com um plano – e conforme Mises enfatizou em seu livro “Governo onipotente” (p. 240), “Planejamento (governamental) e capitalismo são completamente incompatíveis.
Dentro de um sistema, a produção é planejada de acordo com as ordens do governo e não de acordo com os planos dos empreendedores capitalistas ávidos em lucrar por meio do melhor serviço oferecido às necessidades do cliente”.
Segundo Mises, onde quer que as autoridades governamentais direcionem a economia em qualquer plano, “há ali um planejamento socialista”.
Dentro de tal sistema, as empresas capitalistas não são mais livres, mas “subordinadas a órgãos estatais, que são limitados a obedecer”. A essa altura, a liderança governamental adquire aquilo que Mises chama de “o complexo de ditador”.
Por conta de o planejamento econômico ser incompatível com a liberdade, quem quer que proponha uma economia controlada estará propondo uma ditadura, esteja essa pessoa ciente disso ou não. Tudo o que temos são suas palavras e ações para julgar.
Olhando por qualquer perspectiva, o presidente Obama acredita que um planejamento socialismo é necessário em algum grau. Evidentemente ele fala de liberdade e dos princípios fundadores da América, mas esses princípios sempre são contraditos por preocupações sociais e ambientais.
Em seu discurso inaugural, Obama está tentando reconciliar duas ideias que são irreconciliáveis. Esse é um problema para os nossos políticos e para nossa economia, pois em última análise, precisamos escolher um dos dois caminhos.
Não podemos ter liberdade e prosperidade junto com o socialismo. Não dará certo.
24 de janeiro de 2013
Jeffrey Nyquist
Publicado no Financial Sense.
Publicado no Financial Sense.
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