Vivemos um sistema
capitalista e, apesar de o governo ser do PT, quem manda mesmo é o capital.
O importante na fala presidencial foi a nova postura. Dilma assumiu o papel de candidata, tanto por haver apresentado benesses e promessas quanto pelo visual e pela oratória.
Mostrou-se com segurança, nos vídeos e microfones, deixando claro estar preparada para confrontar adversários e espectadores. Os cortes que a transmissão permitiu entrever demonstram não ter sido fácil a gravação, especialmente para os apavorados auxiliares técnicos, como câmeras, iluminadores e responsáveis pelo telepronter.
Pode ser que ela se acostume aos percalços televisivos, mas suas explosões, de resto usuais com qualquer interlocutor, terão abalado as paredes do estúdio de gravação.
A SANTÍSSIMA TRINDADE DO PMDB
Uma indagação percorre os gabinetes do PMDB no Congresso, recomeçando a ser habitados por conta da reabertura dos trabalhos parlamentares, em fevereiro: qual a liturgia, quais os dogmas e as verdades absolutas dessa nova Santíssima Trindade integrada por Michel Temer, Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves?
O Pai derramou-se em elogios ao Filho, esta semana. Para Temer, Renan fará uma belíssima gestão no Senado. O Espírito Santo, Henrique Eduardo, continua voando pelo país em busca da reafirmação dos votos que já tinha garantidos para a presidência da Câmara.
Pretende o quê, a Santíssima Trindade? Reforçar a candidatura de Temer como vice-presidente na chapa encabeçada por Dilma Rousseff ou pelo Lula? Seria oração demais para uma graça já alcançada, pois o PT sabe muito bem ser o PMDB seu maior parceiro, condição essencial para a vitória da presidente ou do ex-presidente.
Renan e Henrique Eduardo não duvidam de que estarão debaixo da mais eficiente das lupas enquanto presidirem o Senado e a Câmara. Serão milimetricamente fiscalizados em suas performances. Assim, não precisam dos cargos para aumentar seu poder político ou suas contas bancárias. Os três nada tem a perder, permanecendo a questão: o que tem a ganhar?
Só pode ser o enquadramento presente e futuro da presidente Dilma. A ocupação de mais e maiores espaços no governo do PT, não apenas nos dois anos que faltam para se completar o primeiro mandato, mas, também, no segundo. Por artifícios dos regimentos do Congresso, o senador e o deputado poderão concorrer a um segundo biênio, depois de 2013-2014.
A composição das duas casas será outra, com as eleições do ano que vem, permitindo a continuidade. Mantida a Santíssima Trindade e ocupados os altares, continua a dúvida: para quê?
O dr. Ulysses, Tancredo e Teotônio prepararam planos e programas para quando chegassem ao poder. Não chegaram, não puderam executá-los, por razões diversas. Temer, Renan e Henrique Eduardo caminham para ocupar o poder, mesmo sem os ônus da alta exposição, inerentes à presidência da República. Estarão trabalhando em programas e planos?
OS EMBAIXADORES EM WASHINGTON
Foi moda, no passado, os presidentes da República destinarem a embaixada do Brasil em Washington para uma reserva tática de política interna. Getúlio Vargas escolheu Osvaldo Aranha, Juscelino Kubitschek nomeou Amaral Peixoto e Castelo Branco indicou Juracy Magalhães.
Os três poderiam ter sucedido os presidentes, preservados para manobras que acabaram não dando certo, mas despertaram as atenções.
Vieram os tempos em que o Itamaraty conseguiu impedir a nomeação de embaixadores fora dos quadros da carreira e, com isso, esmaeceu a importância de nosso representante na capital americana.
Há quem suponha que se a presidente Dilma conquistar o segundo mandato, pderá surpreender com a nomeação de um político com chances promissoras para sucedê-la.
25 de janeiro de 2013
Carlos Chagas
O importante na fala presidencial foi a nova postura. Dilma assumiu o papel de candidata, tanto por haver apresentado benesses e promessas quanto pelo visual e pela oratória.
Mostrou-se com segurança, nos vídeos e microfones, deixando claro estar preparada para confrontar adversários e espectadores. Os cortes que a transmissão permitiu entrever demonstram não ter sido fácil a gravação, especialmente para os apavorados auxiliares técnicos, como câmeras, iluminadores e responsáveis pelo telepronter.
Pode ser que ela se acostume aos percalços televisivos, mas suas explosões, de resto usuais com qualquer interlocutor, terão abalado as paredes do estúdio de gravação.
A SANTÍSSIMA TRINDADE DO PMDB
Uma indagação percorre os gabinetes do PMDB no Congresso, recomeçando a ser habitados por conta da reabertura dos trabalhos parlamentares, em fevereiro: qual a liturgia, quais os dogmas e as verdades absolutas dessa nova Santíssima Trindade integrada por Michel Temer, Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves?
O Pai derramou-se em elogios ao Filho, esta semana. Para Temer, Renan fará uma belíssima gestão no Senado. O Espírito Santo, Henrique Eduardo, continua voando pelo país em busca da reafirmação dos votos que já tinha garantidos para a presidência da Câmara.
Pretende o quê, a Santíssima Trindade? Reforçar a candidatura de Temer como vice-presidente na chapa encabeçada por Dilma Rousseff ou pelo Lula? Seria oração demais para uma graça já alcançada, pois o PT sabe muito bem ser o PMDB seu maior parceiro, condição essencial para a vitória da presidente ou do ex-presidente.
Renan e Henrique Eduardo não duvidam de que estarão debaixo da mais eficiente das lupas enquanto presidirem o Senado e a Câmara. Serão milimetricamente fiscalizados em suas performances. Assim, não precisam dos cargos para aumentar seu poder político ou suas contas bancárias. Os três nada tem a perder, permanecendo a questão: o que tem a ganhar?
Só pode ser o enquadramento presente e futuro da presidente Dilma. A ocupação de mais e maiores espaços no governo do PT, não apenas nos dois anos que faltam para se completar o primeiro mandato, mas, também, no segundo. Por artifícios dos regimentos do Congresso, o senador e o deputado poderão concorrer a um segundo biênio, depois de 2013-2014.
A composição das duas casas será outra, com as eleições do ano que vem, permitindo a continuidade. Mantida a Santíssima Trindade e ocupados os altares, continua a dúvida: para quê?
O dr. Ulysses, Tancredo e Teotônio prepararam planos e programas para quando chegassem ao poder. Não chegaram, não puderam executá-los, por razões diversas. Temer, Renan e Henrique Eduardo caminham para ocupar o poder, mesmo sem os ônus da alta exposição, inerentes à presidência da República. Estarão trabalhando em programas e planos?
OS EMBAIXADORES EM WASHINGTON
Foi moda, no passado, os presidentes da República destinarem a embaixada do Brasil em Washington para uma reserva tática de política interna. Getúlio Vargas escolheu Osvaldo Aranha, Juscelino Kubitschek nomeou Amaral Peixoto e Castelo Branco indicou Juracy Magalhães.
Os três poderiam ter sucedido os presidentes, preservados para manobras que acabaram não dando certo, mas despertaram as atenções.
Vieram os tempos em que o Itamaraty conseguiu impedir a nomeação de embaixadores fora dos quadros da carreira e, com isso, esmaeceu a importância de nosso representante na capital americana.
Há quem suponha que se a presidente Dilma conquistar o segundo mandato, pderá surpreender com a nomeação de um político com chances promissoras para sucedê-la.
25 de janeiro de 2013
Carlos Chagas
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