Dezoito anos de
vida:
o bloco Imprensa que
eu Gamo, formado por jornalistas, já tradicional no Carnaval carioca, está
ficando "de maior".
O samba com que
desfilou ontem resume tudo:
Carlinhos
Cachoeira,
José
Dirceu,
Carolina
Dieckmann,
Lula,
a moça que vendeu (e
diz que ainda não entregou) a virgindade.
Mantendo os hábitos
carnavalescos, o samba é assinado por uma multidão de autores:
Daniel
Pereira,
Anabelly
Pontes,
Edu
Aveiro,
Tiana,
Dennis,
Cláudio de
Souza,
Pedro
Ivo,
Dani
Santos,
Nicola
Pamplona,
Fernando
Thompson.
Vamos a
ele:
"Meu bloco tá
ficando ‘di maior’ / eu vou pra rua, vou cantando novidade Tirando onda de
Camaro amarelo / com a periguete que vendeu a virgindade
Vermelho e cinza, com mais de 50 tons / eu tô na pista e o amor está no ar
Ô Cachoeira, você é um Zé Mané / Cê vai em cana e vão pegar sua mulher.
Zé Dirceu se perdeu / antes ele do que eu
A Carolina todo mundo viu pelada / Menos o Lula que nunca sabe de nada
No andar de cima é Carnaval / Hebe Camargo vai distribuir selinho
Tem Chico Anysio, Niemeyer, Joelmir / Cantando juntos Sílvio Santos vem aí
Laiá, laiá, laiá / Sílvio Santos vem aí
Então imprensa que eu vou... eu vou, eu vou
Então, imprensa que eu gamo, meu amor
Dezoito anos de amizade e alegria / Meu coração tá na pressão da bateria".
Vermelho e cinza, com mais de 50 tons / eu tô na pista e o amor está no ar
Ô Cachoeira, você é um Zé Mané / Cê vai em cana e vão pegar sua mulher.
Zé Dirceu se perdeu / antes ele do que eu
A Carolina todo mundo viu pelada / Menos o Lula que nunca sabe de nada
No andar de cima é Carnaval / Hebe Camargo vai distribuir selinho
Tem Chico Anysio, Niemeyer, Joelmir / Cantando juntos Sílvio Santos vem aí
Laiá, laiá, laiá / Sílvio Santos vem aí
Então imprensa que eu vou... eu vou, eu vou
Então, imprensa que eu gamo, meu amor
Dezoito anos de amizade e alegria / Meu coração tá na pressão da bateria".
Tá faltando
um
O bloco Imprensa que
eu Gamo só podia mesmo ser de jornalistas. Tiveram tanto trabalho, mostraram
tanto talento, mas esqueceram de citar José Sarney.
Mas a festa continua
Ousado, o bloco da
imprensa carioca?
Nada
disso:
ousado mesmo foi o
governador do Ceará, Cid Gomes, do PSB, que pagou R$ 600 mil por um show de
Ivete Sangalo na inauguração de um hospital público de Sobral - por
coincidência, base política da família Gomes.
Nada contra
Ivete:
ela faz seu
trabalho.
Tudo contra quem
inaugura até casa de boneca e que gasta, na inauguração de um hospital, o
suficiente para comprar novos equipamentos ou para ajudar a combater a seca que
atinge o Estado.
Nada muito
espantoso:
Cid Gomes é o
governador que levou até a sogra para passear de jatinho por conta do Tesouro
cearense.
Quem te viu...
Do colunista Jorge Moreno, de O Globo, sobre a lei da Moral e Bons Costumes sancionada por Sérgio Cabral, da Turma do Guardanapo, o governador que festejava sabe-se lá o que em Paris, com empresários e políticos, enquanto suas esposas faziam questão de ostentar seus caríssimos sapatos de sola vermelha:
"Cabral sancionou a ‘lei da moral e dos bons costumes’, da deputada Myrian Rios, e, depois, foi almoçar com os deputados Eduardo Cunha e Henrique Alves.
Cabral é patrono da
candidatura de Cunha à liderança do PMDB".
...quem te vê
Um dos maiores pensadores da Humanidade, Santo Agostinho, pedia a Deus que lhe desse a castidade, "mas não ainda". O pessoal desta lei de Sérgio Cabral quer a obediência à moral e aos bons costumes, desde que não para eles.
O neguinho era filho
da madame
Resumindo:
um casal rico entrou
na concessionária Autokraft, da BMW, no Rio, para escolher seu novo carro. Seu
filho adotado, de cinco anos, negro, ficou vendo TV no salão. Quando se
aproximou dos pais, o gerente de vendas o expulsou, com frases do tipo "sai, que
aqui ninguém vai te dar nada".
Quando viu a
besteira, saiu-se com explicações ainda piores:
disse que muitas
vezes crianças entravam na loja para vender coisas.
Em bom
português:
que faz um neguinho
em loja de grã-fino?
Mas as explicações ainda pioraram:
Mas as explicações ainda pioraram:
a loja explicou que
o tal gerente "absolutamente não é racista", e que a empresa é tão legal que tem
até, em cargo de chefia de Recursos Humanos, uma mulher negra (preto na área de
vendas, lógico, nem pensar).
Desculpar-se,
imagine!
Eles são
finíssimos.
Mas há dezenas de
alternativas para largar estes almofadinhas que têm nojo dos
clientes.
Dinheiro não, a pele
escura
A explicação da
Autokraft traz uma boa sugestão (embora dê engulhos):
"Viva a
diversidade!"
Viva! Há diversas lojas decentes para escolher o que comprar.
Viva! Há diversas lojas decentes para escolher o que comprar.
Não dá mão a
preto
Racismo já é ruim;
tentar explicá-lo é frequentemente pior. O comando da Polícia Militar em
Campinas, SP, enviou mensagem determinando que fossem abordados "indivíduos de
cor parda e negra". A explicação da PM? "Deslize de comunicação".
O porta-voz da PM
paulista, capitão Eder Araújo, diz que a mensagem "não tem teor racista".
Apenas, garante, "o documento foi escrito de forma descuidada e com informações
descontextualizadas".
Por incrível que pareça, São Paulo tem um governador, o tucano Geraldo Alckmin. Não vai tomar providências:
Por incrível que pareça, São Paulo tem um governador, o tucano Geraldo Alckmin. Não vai tomar providências:
acha que não houve
racismo.
Quem foi que inventou
o Brasil
Sai em poucos dias,
comemorando os dez anos de PT na Presidência, o livro Um salto para o futuro, de
Luís Dulci, sobre as proezas de Lula.
Coluna Carlos Brickmann
25 de janeiro de 2013
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