CUT faz ato para anular sentenças do STF. Dirigente da central sindical no Rio afirma que julgamento do mensalão, que condenou petistas, foi 'político'.
Um debate sobre 'os graves erros do STF' foi marcado para o dia 30; o ex-ministro José Dirceu deve participar
Entre os condenados também estão ex-dirigentes da CUT, como o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
José Garcia Lima, dirigente da CUT-RJ e organizador do ato, afirmou que o STF fez um "julgamento político". Ele apontou o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, outro ex-dirigente da central, como uma das principais "vítimas" do "tribunal de exceção".
O ato consistirá num debate "sobre os graves erros do STF" na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Lima diz que não teme ver a central vinculada com defesa da impunidade: "A CUT teme ser cúmplice de uma injustiça".
"Conheço, do PT, todos os envolvidos. Tenho absoluta certeza de que nenhum deles colocou nenhum tostão no bolso. Justiça episódica é sacanagem. Se for para todo mundo, a gente até embarca."
Lima defendeu a tese segundo a qual o caso se tratou de caixa dois de campanha.
"Não há uma única campanha política no país nos últimos 50 anos que tenha sido limpa. Não defendo corrupção nem discuto descumprimento de regras. Por que diabo valem para o PT as regras eleitorais e não para os outros? Tenho de fazer campanha vendendo camisa, bóton e santinho do PT. Os outros podem fazer caixa dois que não acontece nada?", disse.
Lima também criticou os ministros do STF e afirmou que o relator do caso, Joaquim Barbosa, não leu todas as páginas do processo: "São 50 mil páginas a peça da PGR [Procuradoria-Geral da República], 25 mil são três auditorias, duas do Banco do Brasil, outra da Visanet. Aparentemente nem o relator leu. Um monte de prova ele ignorou".
Ele diz que os R$ 73 milhões que, segundo o STF, foram desviados do BB para abastecer o valerioduto foram usados para publicidade.
25 de janeiro de 2013
Folha de São Paulo
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