Envolvidos em desvio de recurso público do Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, foram indiciados por seis crimes, entre eles formação de quadrilha e lavagem de dinheiro e fraude à licitação
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Em julho de 2012, com a participação da Controladoria Geral da União - CGU -, a Polícia Federal cumpriu sete mandados de busca e apreensão visando apreender documentos relacionados ao caso.Segundo a PF, "a ONG comandada por uma ex-vereadora de Jaguariúna e que exercia suas atividades na mesma como se fosse empregada, promoveu várias alterações do estatuto social, fazendo figurar em sua diretoria diversas pessoas, sendo que algumas delas tinham idade avançada e sequer frequentaram a entidade".
"As irregularidades foram comprovadas com a análise dos documentos apreendidos", acentua a PF, em nota.
Confirmou-se que existiam empresas, registradas em nome de terceiros e controladas pela ex-vereadora indiciada, Karina Valéria Rodrigues, para emitir notas fiscais para a ONG, entregando os produtos em quantidade e qualidade inferior à contratada, sendo que grande parte dessas notas eram contabilizadas nas empresas pela metade do valor apresentado para pagamento à ONG.
Na casa de um dos investigados, titular de uma das empresas investigadas, foram encontrados canhotos de cheques, com a letra da ex-vereadora, de duas empresas que seriam concorrentes no fornecimento para a ONG.
Constatou-se também que a indiciada utilizava esses cheques das empresas fornecedoras da ONG para o pagamento de despesas pessoais, como dentista e salário de empregada doméstica.
28 de janeiro de 2013
Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Polícia Federal indicia nove pessoas ligadas a ONG Para Frente Brasil
A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) indiciou nove pessoas ligadas a ONG Para Frente Brasil, acusadas de desvio de verbas cedidas pelo programa Segundo Tempo do governo federal. Entre os indiciados estão a ex-vereadora da cidade e ex-jogadora de basquete Karina Valéria Rodrigues, gerente da entidade.O grupo é acusado por peculato, falsidade ideológica, formação de quadrilha, sonegação de contribuições previdenciárias, fraude de licitação e lavagem de dinheiro.
O processo será encaminhado para parecer do Ministério Público Federal (MPF), que decidirá se fará a denúncia.
Entre 2007 e 2011 a ONG recebeu R$ 30 milhões do governo para incentivar a prática de esportes para 18 mil crianças, jovens e adolescentes atendidos pela organização. Além do desvio de recursos, a ONG beneficia um número menor de pessoas do que o declarado e há casos de funcionários fantasmas.
28 de janeiro de 2013
Claudio Humberto
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