Acirra-se a campanha contra Henrique Eduardo Alves, candidato a presidente da
Câmara, e logo começará outra contra Renan Calheiros, que disputa a presidência
do Senado. Sem a emissão de juízos de valor a respeito do que se publica e se
publicará contra eles, vale examinar a razão dessa súbita blitz. Será porque
ambos são do PMDB? Nesse caso, a quem interessa o tiroteio?
Noves fora alguns pequenos setores do próprio partido, pessoalmente incompatibilizados com o deputado ou o senador, a maioria de suas bancadas apóia os dois.
Faz tempo que costuraram entendimentos, pode ser até com base no “toma lá dá cá”, mas não se teriam lançado se tivessem dúvidas do respaldo de seus companheiros.
Assim, importa buscar fora do PMDB o grosso da tropa que agora os combate. Exclui-se, de antemão, as oposições. Ao PSDB, DEM e PPS, tanto faz como tanto fez.
Sem forças para apresentar candidatos, tucanos, democratas e ex-comunistas preferem negociar cargos nas futuras mesas da Câmara e do Senado e nas Comissões Técnicas.
O PT sai na frente dessa guerrilha. Afinal, sendo a maior bancada entre os deputados e ocupando sua presidência nos últimos dois anos, os companheiros imaginavam manter o lugar ou, coisa mais provável, esperavam um rodízio. Indo o PMDB para a Câmara, ao PT caberia a presidência do Senado, dentro do acordo de sustentação do governo celebrado pelos dois maiores partidos nacionais.
Nessa hora a maior bancada de senadores estrilou. Como entregariam a direção do Congresso, se dispunham de ampla vantagem numérica?
Deflagrado o confronto, e tendo a presidente Dilma lavado as mãos e declarado que as questões do Legislativo deverão resolver-se no Legislativo, sentiram-se os petistas garfados mas livres para sabotar Henrique Eduardo Alves, sabendo das amplas dificuldades para minar Renan Calheiros.
Tentáculos estão sendo estendidos até outros partidos da base oficial na Câmara, como PTB, PDT e PSB. Arlindo Chinaglia, do PT, que já foi presidente, colocou seu nome à disposição. Júlio Delgado, do PSB, aparece como alternativa.
Para minimizar o adversário, o candidato do PMDB chegou a agredir o Supremo Tribunal Federal, na tertúlia sobre quem cassa quem, no julgamento do mensalão. Até agora a manobra não terá rendido dividendos corporativos entre os companheiros. Em suma, as próximas três semanas serão decisivas para as definições na Câmara.
REFORMA EM BANHO MARIA
Até agora a presidente Dilma não liberou qualquer sinal de que pretende reformar o ministério. Sequer abrir espaço para o PSD, tanto que Kassab mandou-se para o outro lado do mundo.
Continua a impressão de que alterações de vulto na equipe, só em abril do próximo ano, quando os ministros-candidatos às eleições gerais precisarão desincompatibilizar-se. Mesmo assim, garantir ninguém garante…
15 de janeiro de 2013
Carlos Chagas
Noves fora alguns pequenos setores do próprio partido, pessoalmente incompatibilizados com o deputado ou o senador, a maioria de suas bancadas apóia os dois.
Faz tempo que costuraram entendimentos, pode ser até com base no “toma lá dá cá”, mas não se teriam lançado se tivessem dúvidas do respaldo de seus companheiros.
Assim, importa buscar fora do PMDB o grosso da tropa que agora os combate. Exclui-se, de antemão, as oposições. Ao PSDB, DEM e PPS, tanto faz como tanto fez.
Sem forças para apresentar candidatos, tucanos, democratas e ex-comunistas preferem negociar cargos nas futuras mesas da Câmara e do Senado e nas Comissões Técnicas.
O PT sai na frente dessa guerrilha. Afinal, sendo a maior bancada entre os deputados e ocupando sua presidência nos últimos dois anos, os companheiros imaginavam manter o lugar ou, coisa mais provável, esperavam um rodízio. Indo o PMDB para a Câmara, ao PT caberia a presidência do Senado, dentro do acordo de sustentação do governo celebrado pelos dois maiores partidos nacionais.
Nessa hora a maior bancada de senadores estrilou. Como entregariam a direção do Congresso, se dispunham de ampla vantagem numérica?
Deflagrado o confronto, e tendo a presidente Dilma lavado as mãos e declarado que as questões do Legislativo deverão resolver-se no Legislativo, sentiram-se os petistas garfados mas livres para sabotar Henrique Eduardo Alves, sabendo das amplas dificuldades para minar Renan Calheiros.
Tentáculos estão sendo estendidos até outros partidos da base oficial na Câmara, como PTB, PDT e PSB. Arlindo Chinaglia, do PT, que já foi presidente, colocou seu nome à disposição. Júlio Delgado, do PSB, aparece como alternativa.
Para minimizar o adversário, o candidato do PMDB chegou a agredir o Supremo Tribunal Federal, na tertúlia sobre quem cassa quem, no julgamento do mensalão. Até agora a manobra não terá rendido dividendos corporativos entre os companheiros. Em suma, as próximas três semanas serão decisivas para as definições na Câmara.
REFORMA EM BANHO MARIA
Até agora a presidente Dilma não liberou qualquer sinal de que pretende reformar o ministério. Sequer abrir espaço para o PSD, tanto que Kassab mandou-se para o outro lado do mundo.
Continua a impressão de que alterações de vulto na equipe, só em abril do próximo ano, quando os ministros-candidatos às eleições gerais precisarão desincompatibilizar-se. Mesmo assim, garantir ninguém garante…
15 de janeiro de 2013
Carlos Chagas
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