"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

CORÉIA DO NORTE: FOME PODE TER MATADO MILHARES EM 2012

Informação é da agência de notícias Rimjin-gang/Asiapress, sediada no Japão

O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, em imagem de 20 de novembro
O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un (Kns/AFP)
 
Milhares de pessoas podem ter morrido de fome em 2012 em uma região produtora de grãos na Coreia do Norte, enquanto o país realizava grandes celebrações pelo centenário de nascimento de Kim Il-sung, segundo a agência de notícias Rimjin-gang/Asiapress, sediada no Japão. Surtos de fome esporádicos são comuns no país, segundo especialistas que trabalham na Coreia do Sul.
Em 2011, uma análise da ONU mostrou que cerca de um terço das crianças norte-coreanas estavam subnutridas.
 
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Citando relatos de desertores norte-coreanos e pessoas que cruzaram a fronteira, a agência informou que as províncias de Hwanghae do Norte e do Sul enfrentaram um surto de fome entre janeiro e maio de 2012.
"Aldeias agrícolas, especialmente na província de Hwanghae do Sul, desempenham um papel importante como base do fornecimento alimentar não só para o Exército, mas também para trabalhadores urbanos."
A Rimjin-gang é uma editora independente com sede em Osaka, que trabalha com jornalistas que informam clandestinamente a partir da Coreia do Norte.
 
A reportagem cita exemplos de agricultores e trabalhadores braçais na região, no sudoeste da Coreia do Norte, segundo os quais "cerca de um décimo" de uma brigada de trabalho de 60 pessoas em uma aldeia havia morrido.

Outro caso citado mostrava a existência de uma mortalidade de 30 pessoas a cada 1.000. "Essa média seria 30 vezes maior do que em um ano normal", afirmou o texto. Nenhum morador foi identificado com seu nome completo na reportagem.
A agência disse que seus próprios repórteres visitaram a região.
 
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Déficit alimentar - Em novembro de 2012, um relatório do Programa Mundial de Alimentos da ONU estimou que a produção geral de alimentos na Coreia do Norte teria crescido 10% na atual safra, mas ainda assim o país enfrentaria um déficit alimentar de 207.000 toneladas de comida - algo que a agência da ONU disse ser "o mais baixo (déficit) em muitos anos".
 
O AlertNet, serviço de notícias humanitárias da Fundação Thomson Reuters, visitou Hwanghae do Sul em outubro de 2011 e viu sinais de subnutrição em orfanatos. Apesar da melhoria geral na produção alimentícia da Coreia do Norte, a necessidade de alimentar os militares e garantir o abastecimento da capital Pyongyang - "vitrine" do país e base de apoio ao regime - faz com que seja possível que haja surtos regionais de fome que não são noticiados, segundo especialistas.

(Com agência Reuters)

07 de fevereiro de 2013
Veja

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