Helio Fernandes comentou aqui na Tribuna da Imprensa a notícia de que enfim foi encontrado um documento oficial sobre a prisão de Rubens Paiva pela Aeronáutica e subsequente transferência para o cárcere do DOI-Codi.
Ou seja, tudo transcorreu exatamente como Helio Fernandes havia narrado aqui há cerca de um mês e agora foi confirmado pela Comissão da Verdade, conforme publicou a repórter Patrícia Britto na Folha de S. Paulo.
Também na Folha, o colunista Janio de Freitas assinalou que essa notícia tem um valor extraordinário na investigação da morte do ex-deputado, porque, ao se referir à busca de duas passageiras de um voo da Varig vindo do Chile, o documento também confirma que a repressão já sabia que elas eram portadoras de correspondência destinada a Paiva.
Janio de Freitas acrescenta que há um delator, um infiltrado nos exilados, a ser descoberto. “Agora já se sabe que agia para a Aeronáutica. Portanto, para o Cisa, o centro de informação da FAB, em cuja documentação deve estar a pista necessária (remessas de dinheiro para o Chile, pagamentos feitos por um certo diplomata em Santiago, e outros).
Esse infiltrado é cúmplice no assassinato de Rubens Paiva. E sua identificação é essencial na verdade procurada a respeito”, diz o colunista da Folha.
O MATADOR DE PAIVA
Em seu comentário, Helio Fernandes destacou que já se sabe quase tudo sobre a morte de Rubens Paiva, conforme ele próprio relatou recentemente aqui no Blog. “Só falta o nome do matador de Paiva”, cobrou Helio.
A esse respeito, a informação consistente que acabo de conseguir atribui o assassinato do ex-deputado ao Coronel José Ney Fernandes Antunes, que era comandante da Polícia do Exército em 1971.
Essa informação foi passada por um militar que então estava lotado no Dói-Codi e testemunhou a morte de Paiva. Ele contou a seu genro que o ex-parlamentar foi torturado por vários militares, mas “foi morto pelo Coronel Ney Antunes”.
Essa testemunha infelizmente já morreu, mas seu genro é um homem de coragem e pode confirmar a informação.
Se a Comissão da Verdade estiver realmente interessada, ele pode relatar as diversas e longas conversas que manteve com o sogro sobre a atuação do Doi-Codi nos anos de chumbo, que precisam ser lembrados para que não voltem jamais.
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