Dicionário estragado – Há algo errado e grave no governo federal, cuja solução distancia-se a cada dia que surge. O brasileiro trabalha cinco meses por ano para pagar impostos.
O governo tem alcançado recordes seguidos de arrecadação nos últimos anos. Em 2012, a arrecadação federal ultrapassou a casa de R$ 1 trilhão.
A contrapartida ao contribuinte é próxima de zero. Quem quer acesso à saúde precisa contratar um plano de saúde ou morre na fila do hospital público.
Quem quer educação de qualidade é obrigado a recorrer ao setor privado de ensino ou se deixa levar pelas armadilhas oficiais.
Quem quer segurança precisa contratar empresas privadas ou viver preso na própria casa.
O transporte público todos os dias viaja na direção do caos, enquanto ruas e avenidas estão entupidas de carros.
A população envelhece continuamente, o brasileiro está vivendo mais e o déficit da Previdência Social cresce no mesmo ritmo.
Investimentos públicos no setor de infraestrutura são cada vez mais raros, ficando as obras e as promessas nos papéis e escrivaninhas oficiais.
A economia decresce, a inflação real está fora de controle, o aumento dos preços é claro e assustador, a mão de obra é desqualificada e o mercado importa profissionais capacitados, o nível de desemprego é considerado pequeno, o consumo está aquecido, o juro ao consumidor foi reduzido, a inadimplência é preocupante, o endividamento é alto, a indústria nacional não decola nem mesmo com a redução de IPI e a desoneração da folha de pagamento em alguns setores.
A dívida pública subiu 7,5% em 2012, ultrapassando a marca de R$ 2 trilhões.
Por culpa do governo federal, a Petrobras viu o seu valor despencar em três anos, passando de US$ 199,3 bilhões, em janeiro de 2010, para US$ 119,9 bilhões, em janeiro deste ano. Mas não se apoquente, caro leitor, pois para o PT US$ 70 bilhões é pouco dinheiro.
A estatal petrolífera perdeu produção, importou gasolina e vendeu o produto no mercado interno a preço subsidiado, o que levou a uma queda de 36% no lucro líquido da empresa em 2012.
Mesmo diante de um cenário que em qualquer país sério já teria levado o ministro da Fazenda à renúncia – em alguns outros teria se suicidado diante das câmeras – Dilma Rousseff, a presidente, na mensagem que enviou ao Congresso Nacional destacou que a política econômica do governo é ousada.
Como o ucho.info é feito diariamente por jornalistas que conhecem uma definição para a palavra ousadia diferente da que circula pelos corredores do Palácio do Planalto, é bom esperar que a presidente esclareça essa política econômica do governo que não funciona.
As esmolas sociais continuam correndo soltas, o que mantém um obediente curral eleitoral em prol do PT. O salário mínimo vale vergonhosos R$ 678. O salário mínimo ideal, defendido ruidosamente pelos petistas em tempos de oposição, ultrapassa a casa dos R$ 2,6 mil.
Na segunda-feira (4), Dilma afirmou que o governo pretende zerar a lista de famílias que vivem na extrema pobreza até março deste ano, sendo a etapa seguinte a busca por pessoas nesta situação e que não estão cadastradas na base de dados dos programas sociais do governo.
Com o salário mínimo valendo o que vale – que é pouco para quem recebe e muito para quem paga –, Dilma também precisa definir o que é miséria ou extrema pobreza, pois classe média os brasileiros já sabem, mesmo atrás de uma pilha de carnês vencidos.
Resumindo, para que a assoberbada presidente Dilma Rousseff não se perca nas explicações que os brasileiros tanto esperam:
1) O que é ousadia em termos de política econômica quando o PIB não consegue sair do lugar?
2) O que é extrema pobreza em um país onde o salário mínimo vale R$ 678?
05 de fevereiro de 2013
ucho.info
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