"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 5 de março de 2013

A SORTE DA PRESIDENTE É QUE NINGUÉM ENTENDE DILMÊS

 

“O Brasil não pega pneumonia com espirro da crise externa”, acaba de avisar Dilma Rousseff. Certamente soprada pelo marqueteiro João Santana ou por Fernando Pimentel, ministro acompanhante, a bravata amalucada serve ao menos para sepultar o palavrório de Guido Mantega.

Segundo o ministro da Fazenda, as previsões que faz na primeira semana do mês e são invariavelmente desmentidas na última só não se concretizam porque nações afetadas pela crise econômica exportam para o Brasil, clandestinamente, o raquitismo do pibinho, a febre inflacionária ou a anemia da produção industrial.


Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Há três dias, o mais recente palpite foi tratado como se deve pelo site do jornal britânico Financial Times. “O disco quebrado de Guido Mantega”, resume o título do artigo. Trecho: O Brasil vai crescer entre 3% e 4% em 2013! E isso quem diz é Guido Mantega, o ministro da Fazenda, também conhecido como Guido, o Vidente.

Esse já virou piada internacional. Vai desfrutar da companhia de Dilma Rousseff assim que o Financial Times decifrar o que tenta dizer a presidente. A sorte da supergerente de araque é que ingleses não entendem dilmês.

A frase que juntou espirro e pneumonia, por exemplo, quer dizer que o Brasil não precisa de ajuda estrangeira para seguir colecionando taxas de crescimento bisonhas. Bastam Dilma e seus ministros.

05 de março de 2013
Augusto Nunes, VEJA

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