“O Brasil não pega pneumonia com espirro da crise externa”, acaba de avisar Dilma Rousseff. Certamente soprada pelo marqueteiro João Santana ou por Fernando Pimentel, ministro acompanhante, a bravata amalucada serve ao menos para sepultar o palavrório de Guido Mantega.
Segundo o ministro da Fazenda, as previsões que faz na primeira semana do mês e são invariavelmente desmentidas na última só não se concretizam porque nações afetadas pela crise econômica exportam para o Brasil, clandestinamente, o raquitismo do pibinho, a febre inflacionária ou a anemia da produção industrial.
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Há três dias, o mais recente palpite foi tratado como se deve pelo site do jornal britânico Financial Times. “O disco quebrado de Guido Mantega”, resume o título do artigo. Trecho: O Brasil vai crescer entre 3% e 4% em 2013! E isso quem diz é Guido Mantega, o ministro da Fazenda, também conhecido como Guido, o Vidente.
Esse já virou piada internacional. Vai desfrutar da companhia de Dilma Rousseff assim que o Financial Times decifrar o que tenta dizer a presidente. A sorte da supergerente de araque é que ingleses não entendem dilmês.
A frase que juntou espirro e pneumonia, por exemplo, quer dizer que o Brasil não precisa de ajuda estrangeira para seguir colecionando taxas de crescimento bisonhas. Bastam Dilma e seus ministros.
05 de março de 2013
Augusto Nunes, VEJA
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