"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 5 de março de 2013

NUVENS MARCIAIS NO HORIZONTE POLÍTICO

 

Os soldados estão apostando no cacife de suas probidades castrenses para um eleitorado baqueado pelo escândalo nacional do “mensalão”.
Que se diga, sobram personalidades na reserva das Forças Armadas, no mínimo contundentes, para preenchimento de cargos eletivos nas próximas eleições. Se não vejamos.
 
General-de-Exército R/1 Augusto Heleno Ribeiro Pereira, todos conhecem este brasileiro corajoso, ex-comandante militar da Amazônia, brevetado pelo Centro de Instrução de Guerra na Selva, militar que sabe tudo sobre os problemas da grande região norte, dominando com absoluto conhecimento de causa a problemática indígena, sendo talvez o único cidadão com cacife político e moral para, de forma competente, fazer reverter o quadro periclitante do, já adiantado, processo de “kozovonização” das descomunais reservas concedidas à base do “Deus dará” ao longo da faixa de fronteira e no interior das unidades da federação, em franco descompasso com a realidade de nossas expectativas de desenvolvimento pecuário, agrário e de exploração mineral.
 
Os brasileiros, que se diga, já estão ponderando muito bem o risco de uma secessão territorial, particularmente em Roraima, uma cobiça visualizada “em prosa e verso”, descaradamente, pela Inglaterra.
Há indícios de que sua candidatura ao Congresso pelas unidades da federação ameaçadas por esbulhos separatistas seria imbatível.
 
General-de-Brigada R/1 Marco Antônio Felício da Silva, soldado de visão prospectiva, ex-oficial de ligação ao Comando de Armas Combinadas do Exército dos EUA, profundo conhecedor dos meandros da política militar dos EUA, especialmente com relação ao Brasil.
 
De liderança indiscutível, particularmente conhecido em Belo Horizonte/MG, sua capacidade de aglutinação foi posta à prova quando encabeçou o “manifesto dos militares”- E ÊLES QUE VENHAM, POR AQUI NÃO PASSARÃO -, em março último, de expressiva adesão, não só pelo segmento militar da sociedade como, também, pelo seu correspondente civil.
Este chefe militar, que também domina com conhecimento aprofundado o processo de desintegração étnico/social porque passa atualmente o País, se apostasse numa incursão no campo político, particularmente em estados da região leste ou centro-oeste, não seria em vão.
 
General-de-Brigada R/1 Luiz Eduardo Rocha Paiva, sim, justamente aquele que, parodiando o famoso escorço ”Falta Alguém em Nuremberg”, de autoria do saudoso jornalista David Nasser, desarmou a notória repórter Miriam Leitão, dizendo que “faltava alguém na Comissão da Verdade”.
 
Interessante é que este debatedor, imbatível em várias emissoras de TV sobre a tal comissão, que se diga, mercê de “curriculum” escolar invejável (4º de turma na Academia Militar das Agulhas Negras/AMAN e 1º nas escolas, de Aperfeiçoamento de Oficiais/ESAO e de Comando e Estado-Maior do Exército/ECEME; ultrapassado, sim, pelo General Heleno que é “1º” nos três institutos), articulista emérito de assuntos militares no nível estratégico nos maiores jornais do País, não vem sendo mais convidado pelas emissoras de televisão para entrevistas/painéis pertinentes à Estratégia Nacional de Defesa, assunto em que é especialista.
É indicativo que um postulado representativo, em Brasília ou São Paulo, vai surpreendê-lo.
 
Resta saber que oficiais-generais se lançarão por São Paulo. As especulações são muitas, não faltando nomes de invejável estatura moral para representar um eleitorado espezinhado por “anões do orçamento”, “pizzaiolos”, “distribuidores de panetone” e “mensaleiros”.

05 de março de 2013
Paulo Ricardo da Rocha Paiva é Coronel de infantaria e Estado-Maior na reserva.

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