Informações sobre Chávez vazam e obrigam a antecipação do anúncio de sua morte
O portador da informação foi o vice-presidente Nicolás Maduro, que com a morte de Chávez está automaticamente afastado do cargo.
Horas antes, Maduro acusou os Estados Unidos de conspirarem contra o governo bolivariano da Venezuela, expulsando dois funcionários da embaixada norte-americana em Caracas.
A decisão de anunciar a morte do caudilho venezuelano ficou evidente na fala de Nicolás Maduro, que acusou o governo dos Estados Unidos de ter inoculado o tumor em Chávez.
Esse suposto devaneio foi premeditado e serviu para marcar posição política diante do crescimento dos opositores do chavismo, que corre o risco de desaparecer sem a presença do líder da revolução bolivariana. Na noite de segunda-feira, a notícia de que o quadro respiratório do tirano se agravara foi a primeira evidência de uma decisão tomada em conjunto com familiares e os cubanos Raúl e Fidel Castro.
A segunda evidência de que a morte seria anunciada em algumas horas surgiu com uma informação publicada no Twitter por uma das filhas de Hugo Chávez, que em seu microblog escreveu que a vida do seu pai estava “nas mãos de Deus”. A terceira e derradeira evidência foi a participação de Adrián Chávez, irmão de Hugo Chávez, na reunião da cúpula político-militar venezuelana que aconteceu no Palácio de Miraflores.
Repetindo o que aconteceu com alguns ditadores, o anúncio da morte de Hugo Chávez foi adiado desde o começo de janeiro, pois era preciso costurar nos bastidores um acordo político que garantisse a continuidade do chavismo no poder. Além disso, membros da família do coronel Hugo Chávez precisavam ter garantias de que participariam do governo do próximo ditador que assumir o comando da Venezuela.
O acordo, informalmente chamado de Pacto de Havana, foi conduzido pelo ditador cubano Raúl Castro, que também tem interesse na continuidade do chavismo. Nos últimos anos, Hugo Chávez abasteceu financeiramente o governo da ilha caribenha, além de ter fornecido enormes quantidades de petróleo.
As mentiras que foram rascunhadas para prorrogar a notícia final mostraram o viés amador de quem estava no comando da operação que tinha como objetivo enganar a opinião pública. O fato de alguns chefes de Estado terem viajado a Havana sem conseguir se encontrar com Chávez foi o primeiro sinal de que algo errado existia na capital cubana. De igual modo foi mentirosa a informação de que Chávez foi transferido de Havana para Caracas, onde completaria o tratamento.
Chávez jamais deixou Cuba e seu corpo foi trasladado de maneira secreta na última noite para a ilha venezuelana de La Arguila, onde fica a residência presidencial, que é cercada por forte esquema de segurança. No hospital militar de Caracas, no qual Chávez supostamente estava internado, não havia qualquer sinal de sua presença. Nem mesmo nesta terça-feira, dia em que sua morte foi oficialmente anunciada.
Sofrendo de um câncer na região pélvica, Hugo Chávez não aparecia em público desde 11 de dezembro, quando se submeteu a uma arriscada cirurgia em Havana para tentar conter a metástase de um sarcoma que se espalhou e atingiu a medula e sistema nervoso, o que provocou a paralisia de parte do corpo do venezuelano.
Durante a cirurgia, os médicos foram obrigados a estancar uma grave hemorragia que atingiu os pulmões do ditador bolivariano. Além disso, aproximadamente meio metro de seu intestino foi retirado por causa dos tumores.
Como a hemorragia atingiu os pulmões, Chávez foi alvo de uma grave infecção pulmonar, decorrente de septicemia que foi controlada por antibióticos extremamente fortes e de última geração. Nesse quadro de vulnerabilidade do organismo em termos de imunidade, quimioterapia, como foi anunciado pelo Palácio Miraflores, é o caminho menos recomendado, até que o paciente se recupere e estabilize a quantidade de plaquetas para suportar a agressividade do tratamento.
Desde as primeiras complicações decorrentes da cirurgia, Chávez entrou em estado de coma e jamais recobrou a consciência, ao contrário do que afirmou o agora ex-vice-presidente Nicolás Maduro, que insistia em dizer que o comandante estava se recuperando, fazendo exercícios, conversando normalmente e opinando sobre assuntos políticos da Venezuela.
Quando o ucho.info, na madrugada de 1º de janeiro, afirmou que Hugo Chávez estava morto, não o fizemos por sensacionalismo barato ou oportunismo midiático, mas apenas porque tínhamos informações seguras de integrantes do serviço secreto de quatro países, respeitadíssimos nesse quesito, de que o caudilho já havia se despedido da vida. Dos quatro países, pelo menos três têm agentes infiltrados na Venezuela.
O anúncio da morte de Hugo Chávez estava programado para acontecer até o final desta semana, mas informações de que o bolivariano não estava no hospital militar de Caracas começaram a vazar e obrigaram o governo a antecipar a informação.
A notícia de que Chávez havia sido transferido para a residência presidencial, na ilha de La Arguila, não passou de contra-informação plantada por agentes secretos cubanos e russos, que atuam deliberadamente na Venezuela, que ganhou o noticiário internacional a partir de um jornal espanhol.
05 de março de 2013
ucho.info
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