"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 25 de abril de 2013

BRASILEIROS PRECISAM REAGIR COM FIRMEZA À MANOBRA DOS QUADRILHEIROS QUE QUEREM CALAR O MP

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É preciso correr – Quando o ucho.info afirma que tirar na marra Marco Feliciano da presidência da comissão de Direitos Humanos é colocar a democracia sob risco iminente, muitos entendem ser casuísmo de nossa parte, mas é importante lembrar que apenas defendemos a inviolável regra constitucional de que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

Não se trata de ser a favor da homofobia ou contra os homossexuais, até porque o radicalismo em qualquer direção é extremamente perigoso, mas de preservar o Estado Democrático de Direito, que começa com o respeito inquestionável à Carta Magna.
 
Prova maior do perigo que ronda a democracia é a ditatorial PEC 37, que tira do Ministério Público, em seu todo, o direito constitucional de investigar. Na Constituição de 1998, a criação dessa prerrogativa do MP foi discutida largamente, sem que os alarifes que hoje atuam sob o manto da falsa impunidade fizessem qualquer objeção à proposta.
O direito de o Ministério Público investigar deve permanecer intacto, sob pena de as polícias se transformarem em corporações de governo e o Brasil dar mais um passo na direção da ditadura do banditismo oficial.
 
O impasse que emoldura a Proposta de Emenda à Constituição 37/2011, que estabelece a competência para a investigação criminal, levou à Câmara dos Deputados, na quarta-feira (24), representantes do Ministério Público e das polícias Federal e Civil, que se reuniram com o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
 
Integrante da chamada base aliada do governo, que retribui com benesses infindáveis a genuflexa obediência do PMDB, Henrique Alves defende a necessidade de um acordo entre as partes, pois a previsão é que a PEC será colocada na pauta de votação nos primeiros dias de junho. O presidente da Câmara afirmou que o Ministério Público e os policiais terão o mês de maio para concluir a negociação.
 
Faz-se necessário destacar que ultrapassa as fronteiras da razoabilidade qualquer proposta de negociação que violente a Constituição Federal, que está a um passo de ser ultrajada apenas para proteger os políticos quadrilheiros que, aproveitando o perfil imperioso e totalitarista do atual governo, buscam oficializar a impunidade.
 
Bisonha e indesejada pela democracia, a tal PEC surgiu no vácuo das condenações que marcaram o julgamento da Ação Penal 470, que tratou do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional.
O banditismo político que se instalou no Palácio do Planalto, a partir de 2003, quer tirar do caminho os incômodos investigatórios, os quais podem ser criminosamente negociados na esfera policial, o que não significa colocar no mesmo patamar todos os integrantes da polícia, que como qualquer segmento da sociedade tem a sua banda de podridão.
 
Os brasileiros precisam reagir com urgência a essa tentativa absurda de ultraje à democracia, deixando de lado as filigranas burras que embalam a polêmica sobre Marco Feliciano, pois nada pode ser mais discriminatório do que uma ditadura disfarçada.

25 de abril de 2013
ucho.info

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