O governador Eduardo Campos (PSB-PE) e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), os dois principais adversários da presidente Dilma Rousseff (PT) na disputa eleitoral à Presidência da República no próximo ano, ensaiam em suas movimentações políticas os discursos que poderão ser utilizados no embate de 2014.
O foco do discurso de Eduardo Campos são as questões econômicas. Na avaliação do governador pernambucano, as medidas tomadas pelo atual governo para a retomada do crescimento deram resultados pífios.
“Nós temos visto desde 2008 uma série de medidas por parte do governo federal para garantir a retomada do crescimento. Em 2009 foi baixíssimo. Animamos em 2010, baixou o ritmo em 2011 e mais ainda em 2012. É fundamental nesse instante conter a inflação, é um desafio para manter o consumo e o poder de compra das famílias”, afirmou.
A forma como Dilma governa também foi criticada por Campos. Ele disse na semana passada que a gestão centralizadora da presidente está emperrando o país. E que é uma questão de tempo o estouro de uma crise diante de um cenário internacional em que os investimentos estão voltando para os EUA.
O possível candidato do PSB defendeu que o aumento dos investimentos públicos, a regulamentação de setores estratégicos e o controle inflacionário devem ser prioridades. Em relação ao aumento da taxa de juros, afirmou que “não pode ser visto como um desastre”.
Aécio Neves, por sua vez, além de defender o legado do governo FHC, tem criticado a estratégia do governo Dilma de combate à inflação. No seu entendimento, o governo não tem utilizado todos os instrumentos disponíveis para controlá-la. Conforme podemos ver, Aécio também tem optado pelos temas econômicos em seu discurso.
Recentemente, criticou o baixo crescimento do PIB brasileiro dos últimos dois anos. Criticou ainda o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, a seu ver, funciona mais como “propaganda de marketing”.
Outro alvo de Aécio Neves foi o que classificou de “a derrocada da Petrobras” e “o mito da autossuficiência em petróleo e a implosão do etanol”, além do suposto risco de racionamento energético, que, segundo o governo, não existe. O senador também tem feito críticas à redução dos investimentos públicos em segurança pública e saúde. Temas como “o cerceamento da liberdade de imprensa” e os “desvios éticos” são igualmente utilizados em algumas falas do tucano.
Ao que tudo indica, temas econômicos como o crescimento do PIB abaixo do esperado pelo governo e a inflação, assim como os questionamentos à capacidade gerencial da presidente Dilma Rousseff, devem ser utilizados com frequência por Eduardo Campos e Aécio Neves.
25 de abril de 2013
Murillo de Aragão é cientista político.
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