"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 25 de abril de 2013

MARCOS VALÉRIO FOI "ESCLARECEDOR", AFIRMA DELEGADA DA PF


A delegada responsável pelo inquérito que investiga o elo do ex-presidente Lula com o mensalão, Andréa Pinho, considerou "esclarecedor" o novo depoimento do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. A expressão foi usada por interlocutores da delegada na Polícia Federal. Pinho esteve anteontem em Belo Horizonte, onde ouviu o empresário. A razão principal para o novo depoimento era levantar detalhes sobre os supostos encontros de Valério com Lula e esclarecer possíveis contradições do empresário. Valério já havia prestado depoimento à Procuradoria-Geral da República em setembro.
Pinho negou aos advogados de Lula acesso ao inquérito. Segundo eles, a delegada afirmou que Lula não é investigado e que o caso corre sob sigilo. A defesa estuda se recorrerá ao Judiciário para obter acesso à investigação. As investigações do mensalão produziram diversos "filhotes". A PF em Minas pedirá a quebra do sigilo bancário de Freud Godoy, ex-secretário pessoal do ex-presidente Lula, conforme noticiou ontem o jornal "O Estado de S. Paulo".
O pedido faz parte de outro inquérito, aberto para apurar gastos das empresas de Valério, condenado pelo STF a 40 anos de prisão. O pedido se baseia na afirmação de Valério de que repassou dinheiro a uma empresa de Godoy para bancar despesas pessoais de Lula. Paulo Okamotto, diretor do Instituto Lula, disse na época do depoimento que o valor pode ter sido usado para pagar despesas de campanha eleitoral.
A transferência já era conhecida. A CPI dos Correios, em 2005, identificou um repasse para a firma do assessor de Lula, feito em 2003. A Folha não conseguiu falar ontem com Godoy. Em 2006, o sigilo bancário da empresa do ex-secretário de Lula foi quebrado durante inquérito da PF. A conclusão do inquérito não apontou envolvimento dele em crimes.
 
(Folha de São Paulo)
 
25 de abril de 2013
in coroneLeaks

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