"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 24 de abril de 2013

PF QUER SABER MAIS DETALHES SOBRE ENCONTRO DE LULA E VALÉRIO NO PLANALTO

Depoimento faz parte do inquérito instaurado para investigar envolvimento do ex-presidente com o mensalão
 
O publicitário Marcos Valério, condenado a 40 anos de prisão por operar o esquema do mensalão, prestou na terça-feira depoimento à Polícia Federal. Ele foi interrogado pela delegada Andrea Pinho Albuquerque, que está em Belo Horizonte e deve retornar nesta quarta-feira a Brasília. O depoimento faz parte do inquérito instaurado para investigar se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se beneficiou do esquema do mensalão. A PF quis saber mais detalhes sobre o suposto encontro que o publicitário teve com Lula no Palácio do Planalto.

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), em setembro, Valério contou que se reuniu no início de 2003 com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o tesoureiro do PT à época, Delúbio Soares, no segundo
andar do Palácio do Planalto. Durante o encontro, eles teriam acertado os empréstimos do PT que irrigaram o esquema de compra de votos no Congresso. Segundo Valério, Dirceu teria afirmado que Delúbio, quando negociava com Valério, falava em seu nome e em nome de Lula.

O publicitário contou ainda que, quando a reunião terminou, os três foram ao gabinete de Lula, onde passaram cerca de três minutos. À PGR, Valério afirmou que eles contaram ao então presidente o acerto firmado minutos antes e que Lula teria dito "ok".

No mesmo depoimento em setembro, Valério contou ter feito dois depósitos, em 2003, para a empresa de segurança Caso, de Freud Godoy, ex-assessor de Lula. O publicitário, no entanto, só especificou um deles — de aproximadamente R$ 100 mil. No depoimento, Valério disse que o ex-presidente era o destinatário do dinheiro, que seria usado para “despesas pessoais”. O depósito já havia sido identificado pela CPI dos Correios, após a quebra de sigilo bancário de Freud Godoy, mas na época Valério nada disse.
 
24 de abril de 2013
Agência O Globo

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