"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 29 de maio de 2013

COMPORTAMENTO ANIMAL ANCESTRAL

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Anurognathus e seus parentes singravam os céus à cata de insetos (Reprodução/Economist)

Como o pterossauro capturava o seu jantar

Simpósio Internacional de Pterossauros no Rio de Janeiro discutirá como um dos répteis voadores mais peculiares do Jurássico ganhava a vida

     

A paleontologia, ao tentar elucidar o comportamento de animais extintos há muito tempo, é um campo cujos praticantes nunca podem provar suas hipóteses irrefutavelmente. Mas isso não faz com que eles não tentem fazê-lo. O último esforço, que será apresentado no fim deste mês pelo Simpósio Internacional de Pterossauros no fim do mês no Rio de Janeiro, é uma tentativa de Michael Habib, da Universidade da Califórnia do Sul, de descobrir como um dos répteis voadores mais peculiares do Jurássico ganhava a vida.

Os Anurognathus e seus parentes são conhecidos há 90 anos. Eles eram do tamanho de um andorinhão e até agora se considerava que eles, assim como os andorinhões, singravam os céus à cata de insetos. O Dr. Habib e o Dr. Hilton creem que isso está errado. Eles suspeitam que os Anurognathus ficavam no solo, imóveis à espera de sua presa, e em seguida alçavam voo com a intenção de interceptar o seu alvo, como um míssil terra-ar.

Eles chegaram a essa conclusão ao comparar o Anurognathus com 36 pássaros e 20 morcegos do Instituto Smithsonian em Washington, DC.

Usando uma mistura de tomografia computadorizada e compassos de espessura, eles avaliaram os comprimentos, larguras, espessuras, densidades e flexibilidade dos ossos dos animais contemporâneos e os compararam àqueles dos fósseis do Anurognathus.

A boca dos Anurognathus, verificou-se, era similar à boca dos bacuraus, que também atacam suas presas a partir do solo (embora também as cacem em rondas aéreas). Ademais, as pernas e asas dos pterossauros eram mais fortes que as de qualquer pássaro ou morcego, o que reforça a ideia de que eles podiam alçar voos rapidamente.
A conclusão deles é que o que os Anurognathus de fato se alimentavam pelo método de esperar a presa no solo e então decolar em seu encalço – e provavelmente o faziam de modo mais eficiente que qualquer outra criatura viva.

29 de maio de 2013
Texto traduzido e adaptado da Economist por Eduardo Sá

Fontes: The Economist-Jurassic lark

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