Como o pterossauro capturava o seu jantar
Simpósio Internacional de Pterossauros no Rio de Janeiro discutirá como um dos répteis voadores mais peculiares do Jurássico ganhava a vida
A paleontologia, ao tentar elucidar o comportamento de animais extintos há muito tempo, é um campo cujos praticantes nunca podem provar suas hipóteses irrefutavelmente. Mas isso não faz com que eles não tentem fazê-lo. O último esforço, que será apresentado no fim deste mês pelo Simpósio Internacional de Pterossauros no fim do mês no Rio de Janeiro, é uma tentativa de Michael Habib, da Universidade da Califórnia do Sul, de descobrir como um dos répteis voadores mais peculiares do Jurássico ganhava a vida.
Os Anurognathus e seus parentes são conhecidos há 90 anos. Eles eram do tamanho de um andorinhão e até agora se considerava que eles, assim como os andorinhões, singravam os céus à cata de insetos. O Dr. Habib e o Dr. Hilton creem que isso está errado. Eles suspeitam que os Anurognathus ficavam no solo, imóveis à espera de sua presa, e em seguida alçavam voo com a intenção de interceptar o seu alvo, como um míssil terra-ar.
Eles chegaram a essa conclusão ao comparar o Anurognathus com 36 pássaros e 20 morcegos do Instituto Smithsonian em Washington, DC.
Usando uma mistura de tomografia computadorizada e compassos de espessura, eles avaliaram os comprimentos, larguras, espessuras, densidades e flexibilidade dos ossos dos animais contemporâneos e os compararam àqueles dos fósseis do Anurognathus.
A boca dos Anurognathus, verificou-se, era similar à boca dos bacuraus, que também atacam suas presas a partir do solo (embora também as cacem em rondas aéreas). Ademais, as pernas e asas dos pterossauros eram mais fortes que as de qualquer pássaro ou morcego, o que reforça a ideia de que eles podiam alçar voos rapidamente.
A conclusão deles é que o que os Anurognathus de fato se alimentavam pelo método de esperar a presa no solo e então decolar em seu encalço – e provavelmente o faziam de modo mais eficiente que qualquer outra criatura viva.
29 de maio de 2013
Texto traduzido e adaptado da Economist por Eduardo Sá
Fontes: The Economist-Jurassic lark
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