"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 5 de junho de 2013

A FARSA DA PACIFICAÇÃO


Após os últimos “eventos” nas “comunidades pacificadas” do Rio de Janeiro, agora sob a custódia exclusiva do Governo do Estado, e com a aproximação da Jornada Mundial da Juventude Católica, das Copas e das Olimpíadas, cumpre lembrar, mais uma vez, que, sendo a guerra fruto de decisões e de ações essencialmente políticas, nenhuma será vencida sem a definição precisa dos seus objetivos e dos meios disponíveis para fazê-la. Muito menos sem a coragem e a determinação para¸ dentro dos limites da necessidade, empregar a força, em todas as suas gradações.

O que tem ocorrido no Rio de Janeiro, com relação à Segurança Pública, a partir da adoção de uma ação “pacificadora” é a constatação ou a admissão da existência de um estado de guerra sem que sejam estabelecidos com clareza e precisão os objetivos a serem conquistados e os meios a serem empregados para fazê-lo, aí incluídos os equipamentos e as estratégias para vencer e estabelecer a paz em bases definitivas e claramente dominadas pelo vencedor.


O que se tem visto é a negociação de um “clima de paz” em bases frágeis de garantias dissuasórias, isto é, nas condições estabelecidas, de forma indireta, pelos “derrotados”, por intermédio de seus aliados no poder político do Estado!

Para negociar a paz, ou “pacificar” em bases sólidas, definitivas, é preciso, antes de mais nada, subjugar, derrotar e, se necessário, destruir o inimigo!

Enquanto esta guerra não for tratada como guerra, não haverá a paz que queremos, continuaremos a negociar sob as condições do inimigo e acabaremos por ser, mais uma vez, derrotados!


Enquanto imperar o desinteresse ou o medo de assumir a responsabilidade “politicamente incorreta” pelos efeitos colaterais da guerra, não haverá paz.

Enquanto os formadores de opinião, os professores, os dirigentes políticos, as ONGs “da paz” e outros tantos oportunistas comprometidos com o crime continuarem a condenar quem “atirou um pau no gato” ou quem não apartou a briga do “cravo com a rosa”, não haverá a paz!

O que impera no Rio de Janeiro, sem sombra de dúvidas, é a desmoralização da lei e da ordem pela covardia de uns e pela conivência de outros!

 
05 de junho de 2013
Paulo Chagas é General de Divisão na Reserva.

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