Pois é, quase desprezada pela “grande imprensa” a prisão de dois homens com 500 mil reais em suas cuecas no aeroporto internacional de Brasília tem tudo para render mais um grande escândalo envolvendo José Dirceu e o PT.
Mesmo tendo o suposto dono da fortuna se apresentado e negado veementemente qualquer ligação com políticos ou alguma origem ilícita do dinheiro, afirmando inclusive que os R$500 mil eram “um troco” destinado à compra de um imóvel no Rio de Janeiro, pois ele era muito rico e só o seu relógio valia R$120 mil; Eduardo Lemos (o suposto dono da grana) na verdade tem fortíssimas ligações políticas.
É sabidamente ligado ao grupo petista liderado por José Dirceu e já esteve envolvido no episódio do Mensalão. Escolhido pelo PT como gerente de investimentos do Fundo de Pensão da CEDAE (RJ), Eduardo Lemos foi condenado pela Comissão de Valores Imobiliários por fraudes cometidas nesse fundo.
Suas ligações com o PT são tão óbvias que fica difícil acreditar na versão da compra do tal imóvel. Chega a ser ridículo imaginar alguém assumindo o risco de perder tal valor enviando esse volume de dinheiro em espécie por enormes distâncias para a compra de algum bem, quando bastaria uma simples transferência bancária totalmente segura.
Mesmo que se queira escapar de um possível rastreamento do dinheiro e o objetivo seja mascarar uma operação ilícita, muito mais sensato seria transferir o dinheiro para uma conta própria e sacá-lo “na boca do caixa” na própria localidade de destino, reduzindo-se enormemente os riscos de um assalto durante o deslocamento por dois estados. Por mais rico que Eduardo Lemos afirme ser, ninguém rasga dinheiro assumindo riscos desnecessários.
Isso tudo e as ligações verdadeiramente íntimas de Eduardo Lemos com a cúpula petista só nos fazem pensar qual seria o real objetivo dessa fortuna “encuecada” e destinada ao Rio de Janeiro. Curiosamente ou não, a época da apreensão da “cuecada” coincide com o início da atual crise entre o PT e o PMDB carioca e as tentativas do PT de acalmar os ânimos e evitar a perda de apoio do governador Sérgio Cabral e sua claque.
Especulações a parte e seja lá qual for o destino real ou imaginário dado ao dinheiro, só uma verdade salta aos olhos: O PT adora cuecas recheadas e não para de aprontar ou sequer se intimida diante da sucessão de escândalos que envolvem seus membros e seus aliados (ou seriam comparsas?).
E você, o que pensa disso?
05 de junho de 2013
Arthurius Maximus
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