"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 14 de junho de 2013

A INSOLÊNCIA DOS BADERNEIROS IMPÔS A MILHÕES DE PAULISTANOS OUTRO DIA DE CÃO

 

As autoridades encarregadas de preservar a ordem pública nem precisam recorrer a especialistas em inteligência para saber onde e quando vai começar mais um dia de cão.
O próprio Movimento Passe Livre faz questão de divulgar o lugar e a hora do  início de outra manifestação destinada a reduzir a uma terra sem lei a maior metrópole da América Latina.
Agentes infiltrados e sherloques fantasiados de estudante são coisa de antigamente. Foram aposentados por um punhado de páginas na internet.

Até os botões das fardas dos PMs sabiam que nesta quinta-feira a erupção de violência e vandalismo começaria às 5 da tarde, em frente do Teatro Municipal. Até as botas dos policiais sabiam que os revolucionários que vivem de mesada tentariam, de novo, invocar a norma constitucional que trata da liberdade de manifestação para revogar por tempo indeterminado o Estado Democrático de Direito. Se tivesse chegado antes, a tropa poderia impedir a gestação do tumulto. Como entrou em ação depois de consumado o parto, deu no que deu.

Caso estivessem efetivamente interessados apenas na redução das tarifas do transporte urbano, caso a multidão de alistados fosse de bom tamanho, os comandantes da legião dos 20 centavos se contentariam com o espaço diante do Teatro Municipal ou algo parecido.
A Praça Tahir foi suficiente para os que sonhavam com a primavera egípcia. O problema é que, por sofrer de raquitismo congênito, a caricatura brasileira precisa zanzar pelas ruas. Pouco numerosa, recorre ao manual da violência  para simular a musculatura que jamais terá.

Pela quarta vez em pouco mais de uma semana, a democracia amargou uma derrota humilhante. Não foi vencida pela força dos atacantes, insista-se. Perdeu para a tibieza dos que juraram defendê-la.

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