"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 15 de junho de 2013

BRASIL TEM PIOR BOLSA ENTRE OS DEZ PRINCIPAIS PAÍSES EMERGENTES

A recuperação da economia americana tem provocado a saída de investimentos de todos os mercados emergentes, mas o Brasil é um dos que mais têm sofrido. A Bolsa local tem a maior queda em 2013 entre as de dez países emergentes grandes.
 
A Bovespa tem desvalorização de 19%. A Bolsa da China cai de 4,7% e a Bolsa do México, 10%. A perspectiva de melhora mais forte dos EUA tem levado investidores a transferir recursos para o mercado americano.
 
A aposta de investidores é que o crescimento maior da economia americana deve levar a taxa de juros no país a subir no médio prazo, melhorando os retornos de aplicações em renda fixa.
 
Isso afeta todos os emergentes, cujos rendimentos se tornam menos atraentes que os oferecidos nos EUA.
 
No caso do Brasil, o contexto internacional é agravado pelo fraco desempenho da economia e por ações do governo, segundo analistas.
 
"Interferências do governo. Isso é o que diferencia a queda maior da nossa Bolsa em relação aos demais emergentes", diz Rogério Oliveira, analista da Icap do Brasil

Especialistas também destacam a deterioração das contas públicas como fator de afastamento de estrangeiros.
 
DÓLAR
 
A atuação do Banco Central para frear a tendência de desvalorização do real fez com que a moeda brasileira estivesse entre as que menos perderam valor em relação ao dólar desde o início do ano.
 
Mas, segundo analistas, há sinais de que a capacidade da autoridade monetária de conter a depreciação da moeda tem perdido fôlego.
 
Ao longo da última semana -apesar de o governo ter retirado importantes barreiras à entrada de recursos externos no país-, o real se desvalorizou em relação à moeda norte-americana.
 
O movimento foi na contramão do verificado na maioria de outros emergentes, em que houve apreciação das moedas locais. As exceções, além do Brasil, foram a Índia e a Malásia.
 
Para Elad Revi, analistachefe da Spinelli Corretora, a piora do mau humor do mercado em relação ao Brasil veio com o anúncio da agência Standard & Poor's de que poderá cortar a nota da dívida do país.
 
Investidores acreditam que o cenário deve continuar desfavorável a ativos brasileiros no curto prazo, a menos que a economia dê sinais mais fortes de recuperação.

Ontem, a Bovespa caiu 2,14% e o dólar à vista fechou estável em R$ 2,139.

 15 de junho de 2013
ANDERSON FIGO e  ÉRICA FRAGA - FOLHA DE SÃO PAULO

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