"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 20 de junho de 2013

CÚPULA PETRALHA É PASSAGEIRA DA AGONIA NO "INVERNO BRASILEIRO", COM DÓLAR EM ALTA E PASSEATAS SEM FIM


 
A mídia amestrada insiste em dar pouco destaque à subida do Dólar que ontem fechou a R$ 2,22 – na maior cotação dos últimos quatro anos. O noticiário prefere divulgar à massa o único assunto que ela parece desejar agora: a onda de manifestações que deve levar nesta quinta-feira, para desespero dos governos e dos políticos, mais de 1 milhão de pessoas às ruas de mais de 80 grandes cidades.
 
Os petralhas estão desarvorados. Lula, Dilma e seus radicalóides seguidores parecem abalados psicologicamente.
Sentem a dura dor da perda da hegemonia sobre a condução das massas nas ruas. A turma que agora sai de casa para protestar obedece tanto a seus comandos quanto os organismos da economia.
O governo agora é um passageiro da agonia no “Inverno Brasileiro”.  
 
Dólar em alta vai impactar o custo de vida das pessoas e das empresas no curto e médio prazos.
Na véspera e no ano (re)eleitoral de 2014, o País sede da Copa privada de Futebol da FIFA deve sentir os impactos dos novos rumos da economia mundial. O deuses da economia já trabalham com a previsão segura e pessimista de que os capitais vão migrar dos mercados emergentes (como o Brasil) para os EUA.
 
Investidores devem fugir da nossa bolsa de valores e das aplicações de renda fixa. O sempre perdido Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil deve apelar para a velha fórmula de sempre: subir os juros para ver se atrai o capital-motel. A medida sempre alegra os bancos – que aumentam suas já absurdas margens de lucro. E como a grande massa não entende tal processo, ninguém protesta, mas se ferra no final das contas.
 
A coisa só não está mais feia para o governo porque outubro de 2014 ainda é uma data distante. Mas a chamada fadiga política (leia-se: maioria do povo de saco cheio com governos, governantes e políticos) é uma constatação óbvia ululante. O mais desesperador para os autoproclamados poderosos é que eles não têm um botãozinho para dar um basta na onda de protestos – para os quais não faltam motivações bem objetivas, diante dos abusos cometidos pela governança do crime organizado.
 
O triste para os brasileiros de bem é a absoluta falta de um projeto alternativo ao sistema que hoje nos comanda. A oposição ao esquema PT-PMDB não tem, na ponta da língua, do lápis ou do papel um programa realmente viável para o Brasil. Problemas sobram e podem motivar um milhão de passeatas (pacíficas ou com vandalismos). Soluções não são claramente formuladas para que a massa ignara saiba que elas existem, consiga compreendê-las e lute para que sejam implementadas urgentemente.  
 
O drama real do Brasil é a falência múltipla das instituições políticas. Quando não se vislumbra uma solução Política (com P maiúsculo) no curto prazo, o quadro institucional não se altera. Os três poderes ficam onde sempre estiveram, com a única novidade de que o zepovinho mais jovem sai à rua para manifestar indignação contra nossa coleção nacional de erros. Entre a gritaria e a mudança efetiva para melhorar alguma coisa a distância parece infinita.
 
E como o Brasil não dá sinais de que deixará de ser a passiva colônia de exploração pós-moderna, mantida artificialmente na miséria pelo Poder Real Globalitário, pouco ou nada tem condições de mudar. O rumo que os banqueiros internacionais – acionistas e controladores efetivos do Banco Central privado dos EUA – definirem é o que seremos obrigados a seguir, e PT saudações (com direito a trocadilho infame com a expressão Perda Total).
 
Bom que o mundo assista, mesmo sem entender muito bem, ao nosso espetáculo de indignação – que já se transforma em um modismo jovem. A esperança é que os segmentos mais esclarecidos consigam formular e apresentar publicamente um verdadeiro Projeto de Desenvolvimento para o Brasil, para que um dia sejamos matriz e não periferia planetária.
 
Novamente, o drama barroco tupiniquim: temos realmente condições de cumprir tamanho desafio, ou vamos ficar mera gritaria e protestos sem fim?
 
Sem liderança e projeto efetivo, tudo que acontece agora não vai passar de uma mega-manifestação de torcida organizada esperando um gol salvador do Neymar Jr...
Temos agora uma grande torcida contra. Quando ela estiver a favor de algumas coisas concretas, aí algo pode mudar... 
 
Vai, vem ou fica?
 
Ronaldo Lee, certamente petista, manda crítica por e-mail ao Alerta Total:
 
“Um dia fala que a dilma se preocupa mais com dólar do que passeata. Dia seguinte fala exatamente o contrário sem pudor algum. Bela piada”.
 
Se você não entendeu a piada editorial, traduzo para você, se precisar, desenhando...
 
O Governo é, literalmente, uma piada sem graça: um dia atira para um lado, no outro manda bala para o outro, simplesmente não sabe para onde está indo e levando o Brasil.
 
Ironia da História...
 
É ver o PT provando do próprio veneno das manifestações radicais...
Protestos até nas proximidades do prédio de Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, no ABC...
 
O Alerta Total insiste no que se escreveu aqui ontem:
 
Na hora em que o “Inverno Brasileiro” começar a mexer com os ânimos e expectativas mercadológicas – focando em problemas econômicos bem concretos, como a alta absurda do custo de vida e dos impostos que inviabilizam o Brasil, além de cobrar um novo modelo de Justiça para punir quem desafia a lei, aí sim o bicho vai começar a pegar.
PT quer sangue?

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
 
20 de junho de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.  

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