Um mimo gigante presenteado por empresários paulistas à Presidenta Dilma Rousseff da Silva, na semana em que a profusão de magapasseatas apavorava o governo, ajudou a alimentar uma crise na relação com as Forças Armadas. Um oficial da FAB acabou punido por ter aberto a enorme embalagem que continha um pesado urso de pelúcia, com dois metros de altura, ganho pela chefona-em-comando dos militares.
O caso do “Ursão da Dilma” alimentava ontem as piadas sérias entre oficiais generais acerca do governo. Também foi razão para muito mais tensão no Gabinete de Segurança Institucional – de onde a suposta revelação sobre o presentão pode ter vazado para os meios militares. Na Força Aérea, virou motivo de revolta, apenas porque o piloto, obrigado a levar o bichão de São Paulo até Brasília, teve a criativa ideia de desembalar o ursão para transportá-lo sentado, como um passageiro ilustre, em um dos jatos que serve à Presidência da República.
Para que pode servir um Urso de pelúcia com dois metros de altura? Embora o animalzão de pelúcia tenha o tamanho do abraço que a sociedade em protesto está dando no governo, a serventia prática de tal brinquedo para uma Presidenta da República parece nenhuma. Até para Dilma repassar o Ursão para seu netinho a coisa parece o exagero. De concreto, o presente para Dilma se transformou em um problema logístico para o GSI – que zela pela segurança da Presidenta.
Nas galhofas indiscretas de oficiais generais da ativa, rolava uma perguntinha irônica, com resposta previsível: qual seria o recheio de um ursão daquela dimensão? Ao saber da inusitada ocorrência, um militar até ensaiou uma resposta condigna: “Vai ver é brinquedo, não – como dizia a personagem de uma novela da Rede Globo”. A Ordem no Palácio do Planalto é não falar do assunto. Mas, agora, o medo é que vazem fotografias do bichão sendo transportado – o que pode alimentar a oposição e a turma das passeatas sem fim.
Também não parece brincadeira outra bomba que pode explodir na onda de desmoralização contra o governo. Um dossiê – cuja ameaça de divulgação pairava ontem sobre o Congresso – pode confirmar mais um grave vício de parte da classe política. A mania de promover orgias em festinhas de embalo, antes da tomada de importantes decisões, em Brasília.
O dossiê – que estaria nas mãos de um megaempresário transnacional – compromete, diretamente, a imagem de pelo menos 7 senadores e mais de 30 deputados federais - todos usuários diários de drogas pesadas. O caso pode revelar um obscuro tráfico de drogas no Congresso Nacional. Os políticos viciados costumam comprar e usar os entorpecentes em programas sexuais particulares e bacanais para classe A, em mansões de Brasília.
A maioria dos políticos que participam de tais orgias regadas a drogas e sexo costumam traficar mais que a costumeira influência. Nas farras, costumam ser decididos grandes negócios que rendem polpudos “mensalões”. Alguns participantes mais carentes até cometem o erro primário de se apaixonar pelas caríssimas garotas de programa que lhe servem sexualmente. No clima de paixão, bebedeira e doideira, acabam revelando o que não deveriam. Os segredos de alcova, que se transformam recheios dos dossiês, também os torna alvo constante de extorsões.
A estranha estória do ursão presidencial e a droga dos políticos em Brasília (perdão pela redundância da expressão) são apenas alguns componentes do sério anedotário da mais grave crise institucional vivida pelo Brasil. Ainda seremos obrigados a assistir a coisas inimagináveis de agora até a sucessão presidencial em 2014...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
29 de junho de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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