"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 29 de junho de 2013

CRÍTICAS DE LULA A DILMA 'VAZAM' PARA A IMPRENSA E ELE EMITE NOTA OFICIAL NEGANDO TUDO



A disputa entre a presidente Dilma Rousseff e  o ex-presidente Lula pela candidatura do PT em 2014 segue agitando os bastidores do governo e do partido. A arma utilizada nessa desesperada escaramuça é o “vazamento de notícias” para a imprensa.
Quem começou a adotar essa estratégia foi o Planalto, “vazando” sucessivas denúncias contra Rosemary Noronha, companheira de viagens de Lula em visitas oficiais a 32 países e amiga íntima do ex-presidente.

Agora, a facção que apoia a candidatura de Lula começou a usar a mesma tática, “vazando” para a  Folha informações de  que o ex-presidente teria reclamado com petistas da articulação política do governo Dilma em torno da proposta de uma Constituinte específica para a reforma política, que teria classificado como “barbeiragem”.

Lula teria se queixado também da decisão de consultar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sem que antes fossem ouvidos líderes governistas, entre eles o vice Michel temer (PMDB).

EXERCITANDO O CINISMO

A matéria da Folha explodiu como uma bomba no Planalto, a presidente Dilma Rousseff ficou num estado de mau humor ainda pior do que o habitual. Enquanto isso, em São Paulo, a diretoria do Instituto Lula se divertia com a situação engendrada e preparava uma  nota classificando de fantasiosas e sem qualquer base real as declarações atribuídas a Lula na  reportagem publicada pelo Folha.

“Não fiz qualquer crítica nem em público, nem em privado à atuação da presidenta Dilma Rousseff nos recentes episódios. Ao contrário, minha convicção é de que a companheira Dilma vem liderando o governo e o país com grande competência e firmeza, ouvindo a voz das ruas, construindo soluções e abrindo caminhos para que o Brasil avance, nossa democracia se fortaleça e o processo de inclusão social se consolide”, diz o texto, que é um verdadeiro exercício da arte do cinismo e da ironia.

E Lula ainda elogiou a “extraordinária sensibilidade” de Dilma ao propor a convocação de um plebiscito sobre a reforma política. “A iniciativa tem o mérito de romper o impasse nessa questão decisiva, que há décadas vem entrando e saindo da agenda nacional, sem lograr mudanças significativas.
Ouvindo o povo, nosso sistema político poderá se renovar e aperfeiçoar. É o que se espera dele”, afirma o texto do Instituto Lula.
Se Dilma ficou satisfeita, ninguém sabe. Mas Lula está satisfeitíssimo.

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