A disputa entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula pela candidatura do PT em 2014 segue agitando os bastidores do governo e do partido. A arma utilizada nessa desesperada escaramuça é o “vazamento de notícias” para a imprensa.
Quem começou a adotar essa estratégia foi o Planalto, “vazando” sucessivas denúncias contra Rosemary Noronha, companheira de viagens de Lula em visitas oficiais a 32 países e amiga íntima do ex-presidente.
Agora, a facção que apoia a candidatura de Lula começou a usar a mesma tática, “vazando” para a Folha informações de que o ex-presidente teria reclamado com petistas da articulação política do governo Dilma em torno da proposta de uma Constituinte específica para a reforma política, que teria classificado como “barbeiragem”.
Lula teria se queixado também da decisão de consultar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sem que antes fossem ouvidos líderes governistas, entre eles o vice Michel temer (PMDB).
EXERCITANDO O CINISMO
A matéria da Folha explodiu como uma bomba no Planalto, a presidente Dilma Rousseff ficou num estado de mau humor ainda pior do que o habitual. Enquanto isso, em São Paulo, a diretoria do Instituto Lula se divertia com a situação engendrada e preparava uma nota classificando de fantasiosas e sem qualquer base real as declarações atribuídas a Lula na reportagem publicada pelo Folha.
“Não fiz qualquer crítica nem em público, nem em privado à atuação da presidenta Dilma Rousseff nos recentes episódios. Ao contrário, minha convicção é de que a companheira Dilma vem liderando o governo e o país com grande competência e firmeza, ouvindo a voz das ruas, construindo soluções e abrindo caminhos para que o Brasil avance, nossa democracia se fortaleça e o processo de inclusão social se consolide”, diz o texto, que é um verdadeiro exercício da arte do cinismo e da ironia.
E Lula ainda elogiou a “extraordinária sensibilidade” de Dilma ao propor a convocação de um plebiscito sobre a reforma política. “A iniciativa tem o mérito de romper o impasse nessa questão decisiva, que há décadas vem entrando e saindo da agenda nacional, sem lograr mudanças significativas.
Ouvindo o povo, nosso sistema político poderá se renovar e aperfeiçoar. É o que se espera dele”, afirma o texto do Instituto Lula.
Se Dilma ficou satisfeita, ninguém sabe. Mas Lula está satisfeitíssimo.
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