Nos últimos dias a camarada Estela (*) teve uma recaída de tempos de outrora, quando militava em organizações “revolucionárias”. Desejava o que todos desejamos, o bem comum e liberdade.
Naquele período histórico, que ela tenta contar diferente do acontecido, ela podia produzir tramas de engodo e dissimulação. Agora, tais artifícios podem conduzir á morte política a presidente Dilma, sua interface com o mundo republicano e democrático, além de levar o país à ruína e ao caos social.
Ao protagonizar protocolares reuniões com ministros, assessores, governadores e prefeitos e outros entes da classe política, à guisa de encaminhar soluções para a crise política que está levando, faz pelo menos três semanas, multidões às ruas para protestar contra a anomia instalada no país, além do descalabro em que se encontra o Brasil, em termos de saúde e segurança públicas, educação, transporte e outros itens de infraestrutura, a camarada Estela (não era Dilma quem lá estava, quase certeza), produziu tremenda tentativa de desvio de foco.
Eximiu–se de responsabilidade, transferindo-a para os assistentes de seu discurso, para o Legislativo e para o Judiciário. Como nos velhos tempos, o problema é dos outros e a revolução foi perdida porque o povo não prestava.
O conhecimento popular reza que todo mentiroso usa de três artifícios básicos: a transferência de responsabilidade, a construção de uma estória lógica e o desvio de foco do assunto. Aliás, isso era até treinado em organizações subversivas para uso quando o militante fosse preso ou abordado pelos homens da lei. Mas ali estava Estela, não Dilma.
Agora a mídia só fala de referendo, plebiscito e constituinte. Não exatamente os problemas que geraram a crise ou são da alçada do Executivo republicano.
Especialistas de todas as plumagens discutem diante das câmeras das emissoras de tevê, em termos de “advocatês” clássico, o que o povo não está perguntando, no momento.
O que o povo quer saber é porque foram construídas monumentais arenas de espetáculos enquanto a população morre á míngua à porta de paupérrimos hospitais e postos de atendimento, uma vez que de saúde nunca foram, porque não tem transporte barato e atendimento digno no serviço público.
Será que essa resposta vai ficar no esquecimento tal e qual o destino dado ao dinheiro que a organização da camarada Estela roubou da casa da amante de um governador de estado na década de 1970 (1968)? Bem, não adianta criticar o governador por ter amante e guardar dinheiro, pois, afinal, o mentor da camarada, um grande “cumpanheru”, e o comandante Daniel (**) também tiveram amantes e guardaram (e gastaram) dinheiro com elas.
O que o povo quer saber é porque o valor dos recursos gastos com suas viagens, camarada Estela, é sigiloso. Talvez seja porque essa era a conduta na clandestinidade revolucionária. O comandante Daniel também assim procedia e chegou a praticar isso quando no governo, em larga escala. Que treinamento eficaz esse, hem. Nunca mais foi esquecido.
O que o povo quer saber, camarada, é porque a Sra, em nome de Dilma, nomeia famigerados corruptos para ministérios “porteiras fechadas”, feitos capitanias hereditárias socialistas, entre partidos da base aliada, especialistas em dar sumiço em milhões de reais do orçamento da república que a Sra e outra “cumpanhera” vivem a destinar-lhes. Essa esquerda sempre foi muito dividida, não é, camarada Estela?
O que povo quer saber é porque a Rose “Bunduda” (era assim que eles a chamavam), amiga do “cumpanheru” e do comandante Daniel, foi inocentada e seus gastos como acompanhante de luxo também foram considerados sigilosos. Será que a mania de estruturas clandestinas persiste?
O que o povo quer saber é porque o governo brasileiro fez acordos milionários com uma organização privada – a tal de FIFA - repleta de denúncias de corrupção, praticamente se submetendo a seus critérios de gestão para realizar um grande circo internacional onde não existe pão para todos. Será que os fins ainda justificam os meios no mundo democrático e republicano? Será que o acúmulo de capital não é mais pecado para os comunistas modernos, alguns deles ministros de sua interface Dilma?
O que o povo quer saber é porque agora suas manifestações são infiltradas por vândalos arruaceiros, ladrões, degenerados e outras designações que seus camaradas lhes atribuem, enquanto, em outros tempos, tais atos eram considerados “revolucionários”, embora sejam de natureza semelhante? Mudou a cartilha, camarada Estela?
O que o povo quer saber é porque o Ministério Público não pode investigar. Será que é porque “cumpanherus” mensaleiros, graças aos bons procuradores e aos diligentes delegados, associados em forças tarefas, conseguiram suas condenações e eles estão em vias de reunirem onde a esquerda melhor se une: na cadeia?
O que o povo quer saber é porque o camarada Geraldo (***), mesmo condenado por formação de quadrilha e corrupção ativa, foi nomeado por Dilma para função pública em Instituição federal das mais importantes e sérias de seus 39 ministérios? Será que a técnica de desmoralização das instituições nacionais, muito usada por sua organização, ainda é empregada?
O que o povo quer saber, camarada Estela, é porque foram perdoadas dívidas milionárias de governos ditatoriais em países africanos e de Cuba, enquanto aqui se morre exatamente por falta de recursos. Será que a Sra. e seus companheiros estão pagando dívidas de gratidão para com esse país centro-americano por ter ele financiado a morte de pessoas, as expropriações, os assaltos, a subversão da ordem, os justiçamentos, as ocupações de prédios públicos e parte de toda a desordem que varreu o Brasil entre os anos 1960 a 1980?
Bem, camarada Estela, o que o povo quer é a verdade e que lhe seja devolvido o que é devido. O que povo quer é respeito a seus direitos. O que o povo quer é menos corrupção e menos desfaçatez dos políticos. Apenas o que a democracia republicana lhe assegura. Melhor agir, camarada.
As manifestações podem levar ao fim de um regime que caminha para a consolidação democrática e que a Sra. disse defender em anos passados. Em outros tempos, também o comandante Daniel se eximiu de responsabilidades pelo fracasso de sua organização clandestina, retornou a Cuba enquanto seus companheiros eram dizimados pelas forças da lei.
A Sra., camarada Estela, pode estar abandonando a companheira Dilma. A Sra. e seus companheiros já lutaram contra o povo uma vez e perderam. Chame seus colegas políticos às falas. Faça-os entender que o movimento das ruas se processa na direção deles.
29 de junho de 2013
Marco Antonio dos Santos é
Empresário e professor universitário
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