"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 31 de julho de 2013

DEPOIS DE ESCONDER O NAMORO, O PT AGORA JURA QUE NÃO CONHECE AS FARC NEM DE VISTA

 

“Nunca houve participação das Farc no Foro”, mentiu em Buenos Aires o companheiro José Eduardo Cardozo, conselheiro da campanha de Dilma Rousseff, escort da candidata em passeios internacionais, secretário-geral do partido e representante da sucursal brasileira do Foro de São Paulo ─ um dos codinomes da Irmandade dos Órfãos do Muro de Berlim.

Até agora, Cardozo vinha agredindo a verdade sem tanta ferocidade: só fazia de conta que as FARC e o PT nunca passaram do flerte ao namoro.
Nesta quarta-feira, na discurseira de abertura da 16ª edição do Foro, perdeu a vergonha de vez. E afirmou que os velhos parceiros não se conhecem nem de vista.

Em 2008, ao chorar a morte do amigo Raúl Reyes, o presidente venezuelano Hugo Chávez contou onde conhecera o n° 2 das Farc, único guerrilheiro da história a morrer de pijama: “no Foro de São Paulo”, diz aos 3m19 do vídeo que ilustra o post.
Centenas de gravações semelhantes atestam que as Farc andam de mãos dadas com o resto da irmandade desde os tempos em que o Foro ainda era só um brilho no olhar de Fidel Castro. Em nome da turma, Cardozo nega o colosso de provas. Sem ficar ruborizado.

No começo do ano, ao anunciar que desistira da candidatura à reeleição, o deputado federal em fim de mandato insinuou que só retomaria a carreira parlamentar se o Congresso mudasse. Pela cara de coroinha que nunca bebeu o vinho da missa, imaginou-se que o companheiro estava incomodado com a falta de seriedade dos colegas.
Pelas mentiras que anda contando, pode-se deduzir que resolveu mudar de rumo por achar o Congresso sério demais.

Cardozo já foi apresentado como um indício de que havia gente ética no PT pós-mensalão. Hoje é só mais uma evidência de que a Era Lula transformou o sistemático assassinato da verdade em instrumento de ação política.


 
PUBLICADO EM 19 DE AGOSTO DE 2010

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