Prévias no PSDB voltam a assombrar Aécio. Cenário é discutido por paulistas após fusão do PPS com PMN, saída para Serra, naufragar; mineiro fará agendas no Estado
A implosão do projeto de fusão entre o PPS e o PMN, que abriria uma janela de migração partidária e era a principal alternativa de José Serra para disputar a Presidência em 2014, reacendeu em setores do PSDB o debate sobre a realização de prévias para definir o nome da legenda que estará na urna eletrônica.
A candidatura do senador mineiro Aécio Neves, tratada como fato consumado até as manifestações de junho, deixou de ser unanimidade.
O cenário de prévias tem sido cogitado reservadamente por tucanos de São Paulo, Estado que registra o principal foco de resistência ao projeto de Aécio.
Atento a esse movimento, o mineiro vai concentrar sua agenda em São Paulo a partir de agosto.
"Se tivermos mais de um pré-candidato à Presidência, existirão dois caminhos: esperar a convenção de junho de 2014 ou fazer prévias e antecipar, o que seria mais conveniente", afirma o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.
"Sou a favor de qualquer consulta de base. Sou contra decisões tomadas pela cúpula. Prévia é saudável porque o partido está morrendo", diz o deputado estadual Pedro Tobias, ex-presidente do PSDB paulista.
Ele pondera, porém, que a disputa interna não significaria um racha dentro do partido. "Isso mostraria que o PSDB está sintonizado com a voz das ruas e sabe escutar a base."
Giro paulista. Além de manter contato regular com parlamentares e caciques tucanos do interior paulista, Aécio fará um giro por dez cidades do interior do Estado. A promessa é fazer uma escala em São Paulo antes ou depois de cada agenda em outras regiões.
A primeira aparição pública de peso será no próximo dia 24, em Barretos, na tradicional Festa do Peão.
O senador espera circular pelo evento ao lado do governador Geraldo Alckmin, que ainda não confirmou presença.
A agenda de Aécio em São Paulo não vai se restringir a municípios governados pelo PSDB. Ele deve visitar já em agosto Campinas e Ribeirão Preto. A primeira cidade é governada pelo PSB e a segunda pelo PSD de Gilberto Kassab.
O tema das prévias será tratado pela primeira vez oficialmente na próxima terça-feira, em Brasília, quando ocorrerá reunião da Executiva Nacional para definir a agenda do partido em 2013 e 2014.
Conforme revelou ontem a coluna Direto da Fonte, o presidente estadual do PSDB, Duarte Nogueira, se reunirá nos próximos dias com José Serra para tratar do assunto.
Bastidores. Além de trabalhar com o cenário de prévias, Serra conversa com dirigentes de outros partidos. Depois da aproximação com o PPS, ele conversou com o PTB, PV e o PSD. Os três deixaram a porta aberta para uma eventual composição caso ele concorra, seja pelo PSDB ou por outro partido.
Segundo dirigentes tucanos, a ideia de realizar prévias esbarra em um problema prosaico: a falta de estrutura do PSDB. Além de ser um processo longo e caro (a sigla ainda tem dívidas da campanha de 2010), o cadastro de militantes aptos a votar estaria desatualizado. Pelo estatuto do partido, o processo teria que ser de eleição direta. A única vez que isso aconteceu no PSDB foi na eleição municipal de 2012, em São Paulo.
31 de julho de 2013
PEDRO VENCESLAU , RICARDO CHAPOLA - O Estado de S.Paulo
A candidatura do senador mineiro Aécio Neves, tratada como fato consumado até as manifestações de junho, deixou de ser unanimidade.
O cenário de prévias tem sido cogitado reservadamente por tucanos de São Paulo, Estado que registra o principal foco de resistência ao projeto de Aécio.
Atento a esse movimento, o mineiro vai concentrar sua agenda em São Paulo a partir de agosto.
"Se tivermos mais de um pré-candidato à Presidência, existirão dois caminhos: esperar a convenção de junho de 2014 ou fazer prévias e antecipar, o que seria mais conveniente", afirma o ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.
"Sou a favor de qualquer consulta de base. Sou contra decisões tomadas pela cúpula. Prévia é saudável porque o partido está morrendo", diz o deputado estadual Pedro Tobias, ex-presidente do PSDB paulista.
Ele pondera, porém, que a disputa interna não significaria um racha dentro do partido. "Isso mostraria que o PSDB está sintonizado com a voz das ruas e sabe escutar a base."
Giro paulista. Além de manter contato regular com parlamentares e caciques tucanos do interior paulista, Aécio fará um giro por dez cidades do interior do Estado. A promessa é fazer uma escala em São Paulo antes ou depois de cada agenda em outras regiões.
A primeira aparição pública de peso será no próximo dia 24, em Barretos, na tradicional Festa do Peão.
O senador espera circular pelo evento ao lado do governador Geraldo Alckmin, que ainda não confirmou presença.
A agenda de Aécio em São Paulo não vai se restringir a municípios governados pelo PSDB. Ele deve visitar já em agosto Campinas e Ribeirão Preto. A primeira cidade é governada pelo PSB e a segunda pelo PSD de Gilberto Kassab.
O tema das prévias será tratado pela primeira vez oficialmente na próxima terça-feira, em Brasília, quando ocorrerá reunião da Executiva Nacional para definir a agenda do partido em 2013 e 2014.
Conforme revelou ontem a coluna Direto da Fonte, o presidente estadual do PSDB, Duarte Nogueira, se reunirá nos próximos dias com José Serra para tratar do assunto.
Bastidores. Além de trabalhar com o cenário de prévias, Serra conversa com dirigentes de outros partidos. Depois da aproximação com o PPS, ele conversou com o PTB, PV e o PSD. Os três deixaram a porta aberta para uma eventual composição caso ele concorra, seja pelo PSDB ou por outro partido.
Segundo dirigentes tucanos, a ideia de realizar prévias esbarra em um problema prosaico: a falta de estrutura do PSDB. Além de ser um processo longo e caro (a sigla ainda tem dívidas da campanha de 2010), o cadastro de militantes aptos a votar estaria desatualizado. Pelo estatuto do partido, o processo teria que ser de eleição direta. A única vez que isso aconteceu no PSDB foi na eleição municipal de 2012, em São Paulo.
31 de julho de 2013
PEDRO VENCESLAU , RICARDO CHAPOLA - O Estado de S.Paulo
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