"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 22 de julho de 2013

ENQUANTO ESFOLA O POVO BRASILEIRO COM IMPOSTOS, GOVERNO DO PT PERDOA DÍVIDA DE DITADURAS


Em um gesto criticado por, em alguns casos, beneficiar ditaduras, a presidente Dilma Rousseff e o seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, renegociaram US$ 1,036 bilhão de dívidas de países - quase todos africanos. Desse volume, US$ 717 milhões foram perdoados - 69,2% do volume total das operações financeiras.

Em dois anos e sete meses, Dilma reestruturou a dívida de cinco países - US$ 431,2 milhões -, dos quais US$ 280,3 milhões foram perdoados. Foram beneficiados Gabão, Senegal, Sudão, República do Congo e São Tomé e Príncipe - neste último, a dívida foi reescalonada e os prazos de pagamento alterados.
 
A maioria dessas dívidas foi adquirida a partir de meados dos anos 1960, em financiamentos à exportação de bens e serviços brasileiros realizados por meio de convênio de crédito entre o Banco do Brasil e governos estrangeiros, via Fundo de Financiamento às Exportações (Finex), hoje extinto.

Nos oito anos de Lula (2003-2010), foram perdoados US$ 436,7 milhões em dívidas de quatro países: Moçambique (US$ 315,1 milhões), Nigéria (US$ 84,7 milhões), Cabo Verde (US$ 1,2 milhão) e Suriname (US$ 35,7 milhões).
 
Em Moçambique, foram perdoados 95% da dívida, a maior proporção da década.
 
"Na África nós temos tido um grande empenho em expandir as nossas relações culturais, comerciais e de investimento. Para tornar mais fluida essa relação, viemos resolvendo esses problemas para poder ter uma relação agora mais efetiva", disse Dilma em maio passado, durante viagem à Etiópia para participar das comemorações dos 50 anos da União Africana.

Renegociação. Na ocasião, Dilma anunciou que reestruturaria a dívida de 12 países africanos - ainda falta o Senado aprovar relatórios de Costa do Marfim, República da Guiné, Guiné-Bissau, Mauritânia, República Democrática do Congo, Tanzânia e Zâmbia.
A legislação autoriza a União a conceder "remissão parcial" - e não total - das dívidas, em negociações bilaterais ou entendimentos do Clube de Paris - um fórum intergovernamental de credores.

"O mecanismo de alívio das dívidas é positivo para os países endividados, pois abre novas formas de investimento externo. E também para o país que alivia a dívida, que geralmente quer investir no país endividado. É uma forma clássica, não inventada pelo Brasil", disse José Flávio Sombra Saraiva, professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e autor do livro África Parceira do Brasil Atlântico.

No caso de Moçambique, observa Saraiva, a renegociação da dívida começou no governo de Fernando Henrique Cardoso e produziu resultados positivos. O perdão, no entanto, não deve ser praticado "de forma automática e para todos", avalia. 
"Que o país africano apresente desempenho na construção de sociedade e governo democráticos. Deverá haver aí uma barreira democrática. Esse seria um elemento importante, pedagógico mesmo, se o Brasil quer exportar um modelo diferente da China", acrescenta o professor.

Para o senador José Agripino (RN), presidente nacional do DEM, a renegociação é uma "doação maquiada". "É agressão à pobreza brasileira perdoar dívida de país corrupto onde ditador tem quatro Rolls-Royce e três Ferrari", critica Agripino, que atribui a renegociação às tentativas do governo de conquistar um assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
 
(Estadão)
 
22 de julho de 2013
in coroneLeaks

Nenhum comentário:

Postar um comentário