"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 9 de agosto de 2013

FHC AFIRMA QUE PSDB "NÃO É FARINHA DO MESMO SACO" DE PT

 
FH defende tucanos das acusações do caso Siemens.  Declarações de Serra esclareceram para a população que o PSDB “não é farinha do mesmo saco”, avalia ex-presidente


Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participa de evento no Copacabana Palace
Foto: O Globo / Ana Branco
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participa de evento no Copacabana Palace O Globo / Ana Branco
 
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB, declarou que “não há nada de objetivo” nas denúncias de conivência de políticos do PSDB com a formação de um cartel em licitações do metrô de São Paulo. Segundo ele, que é presidente de honra do partido, as declarações do ex-governador de São Paulo, José Serra, sobre o caso “foram boas” e esclareceram a situação, evitando que população pense “que é tudo farinha do mesmo saco”.
 
— Do que eu vi, não há nada objetivo: a questão é evitar formação de cartel, esta é posição do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) – disse o ex-presidente, após evento realizado no Copacabana Palace por médicos cariocas, na manhã desta sexta-feira. – Não houve acusação de que o governo de São Paulo tivesse sido favorecido ou que algum político do PSDB tivesse se beneficiado. Há muita agitação, mas pouca coisa concreta a respeito. É preciso tomar cuidado.
 
Fernando Henrique também fez questão de defender Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin:
 
— Do que eu saiba, os governadores de São Paulo Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra são pessoas que não entram neste campo de corrupção, não têm nada a ver com isso. Quando começam a misturar as águas, não é bom. Isso pode dar a impressão de que é parecido com o que outros fizeram. Não há nada que indique isso.
 
O ex-presidente reconheceu, no entanto, que os processos de licitação pública não estão imunes à corrupção. Para evitar problemas, defendeu o aumento da transparência.
 
— No mundo inteiro há o mesmo problema: você não tem um mecanismo perfeito para evitar que os grupos se organizem com o objetivo de fraudar de alguma maneira a boa intenção de uma licitação. Mesmo assim, tem que fazer licitação, não tem jeito — afirmou, acrescentando: — Nestas áreas, há pouquíssimas empresas no mundo, acaba sendo difícil separar, mas tem que haver transparência, explicar mais claramente os fatos. As últimas declarações do governador Serra foram boas, explicam bem do que se trata. Caso contrário, a população ficaria pensando que é tudo farinha do mesmo saco. E não é.

09 de agosto de 2013
Cláudio Motta - O Globo

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