Este é um tempo sem tempo, onde o estresse tornou-se comum, e pior ainda, onde o aceitamos como algo normal. Parece ter havido uma inversão, onde não é mais o tempo que está a serviço do homem... Tempos em que nos negamos qualquer tempo que não esteja associado a resultados econômicos ou lazer. Aquele tipo de tempo que muitas vezes nos permitiria dar sentido a vida.
Então, porque investir esse precioso tempo que temos em algo sem fins lucrativos, ou que possa ser chamado de lazer, ou que nos confira prestigio ou fama?
A resposta está em campos também pouco discutidos e refletidos nos tempos atuais, embora eles estejam presentes nos legados das antigas civilizações: senso de propósito, consciência coletiva, valores, filosofia, ética, solidariedade, coragem... Como nos diz o filósofo Mario Sergio Cortella “A vida é muito curta para ser pequena.” e nós queremos que ela não seja pequena e que seja útil para o futuro que deixaremos aos nossos filhos. Aliás, esse mesmo Cortella também disse outra feita “O mundo que deixaremos para nossos filhos, depende dos filhos que deixaremos para o mundo.”
Sim, foram essas questões existenciais as principais motivadoras que nos levaram a implementar a Fundação Figueira, que como a árvore que inspira seu nome, terá profundas raízes e sob a sua copa albergará as mais diversas manifestações do conhecimento humano. Além disso, pretendemos que seja voltada especificamente à cultura, às artes, sobretudo à arte de educar, às ciências, enfim as áreas do conhecimento que são fundamentais para o desenvolvimento humano.
Acreditamos que, daqui alguns anos, quando olharmos para trás e vermos quantas vidas foram tocadas e em algum grau, ajudadas pelos diversos projetos capitaneados pela Fundação Figueira, neste exato momento, nossa justa paga virá – um forte senso de propósito e legado, de realização, de ter feito alguma coisa além dos nossos interesses individuais. Se considerarmos ainda o efeito multiplicador que tais projetos possam vir a ter, então estaremos nos prolongado ad eternum na incógnita do futuro.
É a nossa intenção que a criança de hoje, formada com princípios e valores alinhados com uma pedagogia humanística, sendo respeitada como sujeito, possa tornar-se um ser humano completo, que tanto possa ocupar cargos de alto impacto em nossa sociedade, como formar uma família e dar a ela o melhor de si, melhorando essa célula essencial da nossa sociedade que é a família.
Temos a nossa volta inúmeras fundações que colaboram de forma profunda e séria com o desenvolvimento de nossa sociedade, a partir dos seus trabalhos maravilhosos. Queremos também dar a nossa contribuição. Queremos que nossa Fundação Figueira esteja voltada a um projeto talvez único, porque ele vira de uma relação também única. Será uma Fundação voltada para o desenvolvimento e formação de professores, pais e alunos de nossa comunidade apoiada num tripé:
a) Filosofia e Ciências, num permanente diálogo sobre a ética e o sentido do conhecimento;
b) Cultura e Arte (Incluindo artes aplicadas) porque tem a função de preservar e legar ao futuro práticas estéticas inerentes ao sujeito livre;
c) Pesquisas e Práticas pedagógicas, em permanente feed-back necessário para formar crianças e jovens para o futuro.
Assim, divididos entre a certeza de errar por não tentar e a possibilidade, ainda desconhecida de ter sucesso, optamos por essa segunda, na certeza que ela vai colaborar de alguma forma para dignificar um pouco mais a condição humana.
Dizem que um sonho compartilhado cresce, na mesma medida em que as barreiras tornam-se menos intransponíveis. Por isso, convidamos você (sim você mesmo que está lendo este texto!) a juntar-se a nós na Fundação Figueira. Porque é talento e vontade de colaborar com um mundo melhor o que nós precisamos para converter nossa utopia em realidade.
Contam que certa vez um milionário Texano ao ver Madre Tereza de Calcutá tratando de leprosos teria dito a ela, “Não faria isso por nenhum dinheiro do mundo!”, ao que ela respondeu – “Eu também não meu filho!”
Há coisas que não fazemos por dinheiro, mas por paixão, por senso de propósito, de pertença à raça humana, nosso tempo assim se multiplica, se projeta ao futuro, ele volta a ser nosso tempo, o tempo que nós damos o sentido.
A primeira atividade que da Fundação Figueira foi a de criar o Instituto de Professores Educadores Ruldolf Steiner que está coordenando o Curso de Extensão sobre Educação Estética desde a Perspectiva de Rudolf Steiner, que se encontra em pleno andamento.
Mas achamos que precisávamos mais, assim foi proposta a realização do I Simpósio Internacional e Interdisciplinar “A Vocação Social da Pedagogia”, onde durante 5 dias serão apresentados e debatidos dois modelos de práticas pedagógicas que tem sucesso nos três países que foram convidados: Alemanha, Argentina e Brasil. Estão confirmadas as presenças de 17 palestrantes da mais alta qualificação. Queremos que este evento sirva para ir determinando o nosso rumo.
Queremos educar, queremos também aprender e sobre tudo queremos disseminar pelo mundo a fundamental função social do conhecimento, colaborando para o desenvolvimento do sujeito livre, capaz de criar uma sociedade livre, justa e fraterna.
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