"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 9 de agosto de 2013

OS AMIGUINHOS DOS TERRORISTAS


          Artigos - Movimento Revolucionário        

obamalandroMinhas notas recentes no Facebook - e mais algumas inéditas, como a 2 e a 3 da Parte I - sobre os miguxos do terror no Brasil e nos EUA. [Para saber do "banco imobiliário" dos ninjas ou do novo livro do Olavo de Carvalho, avance três casas.]

Parte I: EUA

1.
Da série: "Ah, se fosse o Bush!" 

Um jornalista da CNN, por incrível que pareça, resolveu fazer a última coisa que qualquer sujeito bem informado (ou seja: 0,000002% dos jornalistas brasileiros) espera que alguém faça na famigerada porta-voz do Partido Democrata: jornalismo. E justamente nesse momento, este sim histórico, os jornalistas brasileiros (99,999998%), que só traduzem os veículos obamistas como CNN e New York Times, não deram a menor pelota.

Sim, senhores: eles conseguem ser mais obamistas que os obamistas americanos. Ou mais desinformados, embora eu não devesse lhes conceder o benefício da ignorância.

Que a CNN dê uma notícia que o Blog do Pim, Olavo de Carvalho e meia dúzia de sites nos EUA já deram há quase 1 ano, já até virou um hábito, e não vai ser a simples sugestão de que o governo Obama estava armando rebeldes sírios um motivo de espanto. Mas que ela também acrescente novas informações? Aí é novidade!

A reportagem de Jake Tapper revelou que havia 35 agentes em terra no dia do ataque terrorista ao anexo da CIA em Benghazi, na Líbia, e que a CIA está submetendo MENSALMENTE ao DETECTOR DE MENTIRAS todos os sobreviventes que sabem de alguma coisa sobre o que aconteceu, para verificar que não estão vazando informações; e não é só isso: ela também muda o nome de cada um e os espalha pelo país para que não deem com a língua nos dentes à imprensa e ao Congresso. Intimidação pouca é bobagem. Néver bifór in de rístori ófi dis cáuntri... Quem vazar informações pode ser pego na mentira, perder a carreira e sabe-se lá o que mais. Uma fonte alega que até as famílias dos agentes estão sob ameaça. Sentiu o clima?
Então assista:
 
Isto porque Obama havia declarado que o caso Benghazi (o meu filme favorito, que já está merecendo até uma Parte II) era um "falso escândalo", um "circo político" criado pelos adversários republicanos... Quer dizer: nunca esteve tão em dia (mentira, sempre esteve) sua célebre frase de 21 de agosto de 2010:

"The only people who don´t want to disclose the truth are people with something to hide."

Não há a menor dúvida que Obama, o primeiro negro transparente intransparente a ocupar a presidência dos EUA, tem muito a esconder sobre o que de fato aconteceu naquele '9/11' (no Brasil, 11/9, ok?) de 2012, quando o embaixador Christopher Stevens e mais três americanos foram mortos por terroristas na Líbia.
Só não digo que ele está submetendo mensalmente a mídia brasileira inteira ao detector de mentiras, para se assegurar de que ninguém vaze informações nem mesmo por aqui, porque esta, como o Foro de São Paulo não nos deixa mentir, omite voluntariamente tudo que seja relevante.
Mas ah... Ah, se fosse o Bush!...

Nota de rodapé:
 Em maio, eu já tinha zombado de Caio Blinder, que escreveu a seguinte pérola sobre Benghazi: “Tudo é feito para maximizar a tragédia, já de olho na campanha eleitoral de 2016”. Mas agora Caio tem uma ótima desculpa para ficar calado: está de férias.

2.

O acobertamento do acobertamento
Às 17 horas do dia 11 de setembro de 2012, o presidente Barack Obama foi "brifado" cara a cara pelo secretário de defesa Leon Panetta e pelo general Martin Dempsey sobre o ataque que estava acontecendo ao Anexo da CIA em Benghazi, local que vinha sendo utilizado para o tráfico internacional de armas, sendo que um dos objetivos da Missão Especial americana atacada teria sido recuperar aquelas fabricadas pelos EUA, justamente para acobertar o fato (em pleno ano de eleição) de que elas haviam sido fornecidas pelo próprio governo Obama aos insurgentes sírios, entre os quais constavam terroristas da Al Qaeda.
[Não era, como se vê, uma missão muito tranquila, não é mesmo? Qual terrorista gosta de devolver os brinquedinhos que ganhou de presente? Há quem diga que eles ficaram um tantinho irritados com a desfeita.]
Após o "briefing", Obama foi jantar na Casa Branca e depois seguiu para uma videoconferência, que já estava marcada, com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A principal assessora de Obama, Valerie Jarret, estava presente à reunião, que durou cerca de duas horas, e antes que Obama saísse de lá para até-hoje-ninguém-sabe-onde, ela teria ido diretamente para a Situation Room, a moderna e superequipada sala de reunião da Casa Branca, onde Panetta, Dempsey e outros altos oficiais americanos monitoravam o ataque na Líbia.
A misteriosa ordem para que as forças militares próximas a Benghazi permanecessem em seus lugares, em vez de tratarem de salvar os compatriotas sob ataque e matar uns tantos terroristas da aliada da Al Quaeda, Ansar Al Sharia, teria vindo justamente de Valerie Jarret, segundo informa o Conservative Report, em mais uma revelação bombástica sobre a história mais mal-explicada do governo Obama (e olha que a concorrência é imeeeeeensa!...). 
Agora: se Valerie foi ao Situation Room sob as ordens do presidente ou simplesmente porque estava com uma incontrolável vontade de assistir a Panetta e Dempsey jogando seus videogames de última geração, só Valerie e Obama poderiam esclarecer. Mas autoridade para dar aquela ordem, ainda mais passando por cima de um secretário de defesa e de um general, ela não tinha, nem tem. Quem tem é ele, claro: o primeiro negro transparente intransparente a ocupar a presidência dos EUA.
Aquele que é obrigado a acobertar as próprias operações de acobertamento.

(Leia também: '
Desperation in the Benghazi coverup', no American Spectator.

3.
Este é o brinquedinho que estava à disposição do governo Obama em Trípoli para evitar a morte de alguns de seus governados - o meu querido AC-130U Spooky: 

spooky

Ele contém armas sincronizadas com os designadores a laser dos agentes em terra. Um deles, morto no ataque, teria designado os alvos inimigos com seu próprio laser, na esperança de que o brinquedinho viesse em seguida pelos ares distribuindo umas bombinhas assim teleguiadas. Mas não veio. E o laser usado pelo agente só teria servido para revelar a sua própria localização. Muito legal deixá-lo na mão, não é mesmo?
Agora conheçam Valerie Jarret, este amor de pessoa, como aliás todas as mais próximas de Obama:

valjarret 

Traduzindo para quem não entende o verdadeiro inglês obamista:
"Vâmu pegá geral, parceiro! Tá dominado! Tá tudo dominado!"

Parte II: Brasil


1.
(Sobre a reportagem do Globo "Ninjas querem verba oficiala para sobreviver":)

Mídia Ninja é isso: gente descolada que comemora invasão, que respeita a trajetória de José Dirceu, que não vê problema em buscar dinheiro público e ainda posar de independente.
Uma Carta Capital moderninha, de laptop na mochila.
Tudo fio da mesma barba, companheiro. E o que não falta é barbudinho otário pra ir atrás.

2.

(Segue trecho da entrevista dos ninjas ao Roda Viva, da TV Cultura. Quem não tiver paciência pode pular para os meus comentários feitos em tempo real:)
Suzana Singer – O que vocês acham dos atos de vandalismo?
Bruno Torturra – Olha, eu estive presente em (sic) vários deles, a gente transmitiu ao vivo, a gente foi muito bem recebido pelo próprio Black Bloc, que não achou nada ruim que a gente transmitisse ao vivo tudo o que eles estavam fazendo…
Wilson Moherdaui – Vocês acham isso bom?
Bruno Torturra – Não é uma questão de achar bom ou de achar ruim. A minha motivação, quando estou na rua, não é a mesma do Black Bloc. Eu não me identifico com a destruição de vidraças…
Suzana Singer – Mas você condena esse tipo de ação?
Bruno Torturra – Eu acho que a discussão é um pouco mais complicada do que isso. Para a gente dizer se dá para condenar ou não uma ação do Black Bloc, a gente tem de discutir, antes, a prioridade, inclusive midiática, e o escândalo que a sociedade sente quando um vidro é quebrado, quando o patrimônio de um banco é quebrado, e a gente não tem a mesma reação, e a gente não encara da maneira escandalizada, quando o cidadão é agredido. A gente tem confundido muito. Tem gente achando que é muita violência…
Suzana Singer – Você tem de discutir a cobertura da mídia antes de discutir se e válido ou não [depredar]?
Bruno Torturra – Não, não é a cobertura da mídia; é a própria visão da sociedade em relação ao que o Black Bloc faz. O que a gente tem de entender é que são jovens que sofrem violência há muito tempo. A maioria deles não confia no estado…
Mário Sérgio Conti – Isso é apuração ou suposição sua…
Burno Torturra – Isso é apuração…
Mário Sérgio Conti – Eu não vi entrevista deles falando isso nas coisas que vocês mostraram.
Bruno Torturra – A gente transmitiu ao vivo várias delas. Por exemplo, tem um jargão do Black Bloc que deixa muito claro… Que eles falam, por exemplo, que “vândalo é o estado”. Não é o que eu necessariamente concordo (sic). Mas eu consigo entender de onde esse pensamento vem. Consigo entender que o jovem que apanha da polícia ou que respira gás lacrimogêneo, que é uma substância altamente tóxica…
Suzana Singer – E o que saqueia loja?
Bruno Torturra – O que saqueia loja, eu acho que é uma outra coisa também… Eu acho que o Black Bloc, mais do que ser um movimento, ele é uma estética, ele é uma tática internacional, que tenta quebra símbolos do capital. Eu, particularmente, não me identifico com isso. Eu vou com a minha cara, eu tenho métodos totalmente pacíficos numa manifestação, mas eu… A gente poderia até discutir o valor, se é justo ou se não é justo. Mas eu acho que se dá muito pouco espaço para a gente discutir o que levou o Black Bloc a fazer isso. E, a partir disso, a gente consegue dizer se é justo ou não. Eu, particularmente, não me identifico com quebrar banco.

(Seguem abaixo meus comentários feitos em tempo real: do item 3 ao 8.)

3.
Bruno "Mídia Ninja" Torturra, o legitimador moral do Black Bloc, é como Francisco Bosco: ele nunca disse o que disse. Mas disse.

4.
 
Pablo Capilé diz que está próximo do Black Bloc. Gente boa.
5.Lenin: "Xingue-os do que você é; acuse-os do que você faz."
Pablo Capilé: "A mídia seria mais honesta se assumisse a sua parcialidade."

6.
Quando filósofos do naipe de Bruno "Ninja" Torturra falam da "obviedade do fracasso da guerra às drogas" em um país governado por parceiros das Farc, eu penso o quão óbvio é o fracasso da "guerra" aos pirulitos em um país governado por crianças.

7.
O Brasil tem mais de 50 mil assassinatos por ano. O novo filósofo Bruno Torturra não vai falar da "obviedade do fracasso da guerra" aos assassinatos? Não vai pedir a legalização deles também?
Vamos lá, rapaz! Coragem!
Quem é ninja não tem medo de um país de 007.

8.
"Recurso público não é sinônimo de não independência."(Pablo Capilé)
"Eu me sinto completamente independente para tratar de qualquer tema."(Bruno Torturra)
"Eu não sabia de nada."(Lula)

9.
Vamos ver se vocês estão mesmo espertinhos:
1)
 Quem considerou a entrevista dos ninjas Pablo Capilé e Bruno Torturra no Roda Viva um "acontecimento histórico"?

2) 
Quem elogiou a postura "pluriperspectivista" de Torturra e a linguagem "nada subserviente" de Capilé, que "falava 'sacou', toda hora, cagando para a expectativa de certo padrão linguístico"?

3) 
Quem acha que isso tudo "é o tipo da coisa que nos mostra que o Brasil está mudando sim (e não 'sim, senhor')"?
A) Ricardo BoechatB) Eliane BrumC) Luis NassifD) Leonardo SakamotoE) Emir SaderF) Francisco BoscoG) Arnaldo JaborH) Rui Falcão
Dica do dia: a resposta é a mesma para as três perguntas.
(E está no fim deste artigo, para quem não sabe ainda poder pensar mais um pouquinho.)

10.
Bom dia. Temos um empresário assassinado no Centro de Niterói; um casal de policiais militares, o filho de 12 anos e mais dois parentes mortos a tiros na zona norte de São Paulo; e aguardamos ansiosamente o pronunciamento da turma de direitos humanos, incluindo o debate entre Marcelo Freixo e Luiz Eduardo Soares, os artigos de Francisco Bosco e Leonardo Sakamoto, a reportagem de Fernando Gabeira na Globo News, as camisas de Pablo Capilé com os dizeres "Quem matou Alex Mariano?" e a de Bruno Torturra com "Quem matou Luis Marcelo Pesseghini e família?", além de manifestações de rua com a cobertura do Mídia Ninja - este órgão independente, livre e imparcial que se interessa por cadáveres tanto de empresários e PMs quanto de pobres "Amarildos" da favela; confere, produção?
Ótimo! Sabia que podia contar com vocês.

Marcos Daniel: P
arece que o menino matou a família e se suicidou, por incrível que pareça.

Felipe Moura Brasil: 
Essa hipótese era considerada desde o começo, conforme já mostrava a reportagem indicada no link [e não foi por outro motivo que escrevi "mortos a tiros" e não assassinados, já que ao menos um deles poderia ter cometido suicídio]. Mas sabe como é: no caso Amarildo, ninguém esperou a conclusão da investigação pra chorar pela suposta morte do rapaz e se pronunciar contra a polícia. Coração de esquerdista é assim: só se comove com os cadáveres que servem à causa. De modo que, se foi o menino, vocês já sabem: a culpa terá sido das armas... 

11.
Mais um autêntico eleitor de Marcelo Freixo.

[Veja o apoio declarado aqui, na página do político do PSOL.] 

Felipe Moura Brasil Esses comentários do Latuff me lembraram o vídeo abaixo, de 25/10/2010, em que o filósofo Olavo de Carvalho, aos 6 minutos, lê um trecho do que escreveu Lobão: "O Lula não serve nem nunca serviu para ser presidente. É otário ou canalha." Em seguida, Olavo corrige e comenta: "As duas coisas, Lobão! A canalhice não é impedimento à estupidez e vice-versa. Na Bíblia, já está lá que a astúcia demoníaca é substitutivo da inteligência. Quer dizer: o Lula é burro e astuto ao mesmo tempo. Ele tem aquela astúcia de bandidinho."


A propósito: O novo livro do Olavo de Carvalho, do qual sou o organizador, já está em pré-venda nas livrarias virtuais da Travessa, da Cultura, da Saraiva, da Folha etc. Não perca: "O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota". Trecho do texto da orelha:"(...) O pensamento de Olavo de Carvalho, corajoso, independente, original e esclarecedor, ademais costurado por uma prosa de estilo único, é aqui beneficiado pelo extraordinário trabalho de Felipe Moura Brasil, cuja organização primorosa – ao que se somam o texto de apresentação e as centenas de notas – oferece os melhores instrumentos para uma leitura que ao mesmo tempo provoca e apraz. (...)" 
 
[Para divulgar no facebook, compartilhe este post.]
12.
Em tempo: a cineasta Beatriz Seigner deu uma bela desmascarada nos métodos do ninja Pablo Capilé e de seu coletivo Fora do Eixo. O depoimento original, longuíssimo, está aqui. Reinaldo Azevedo destacou os trechos mais relevantes aqui. Só tenho uma pergunta: haverá algo mais natural e sintomático de um progressista tipo Capilé do que considerar os livros "tecnologias ultrapassadas"?
Esquerdismo é isso, ora: o progresso da incultura. 

13.
Para ter uma opinião sobre qualquer assunto, manda a honestidade intelectual que o sujeito conheça ao menos os motivos declarados pelos quais os maiores representantes da corrente adversária têm a opinião oposta.Se um amigo seu, portanto, que é a favor do aborto, do casamento gay, da legalização das drogas, das cotas raciais, do assistencialismo, do aumento do Estado ou de qualquer outro quesito do kit-esquerdista vier porventura falar mal dos conservadores, reacionários, direitistas, "caretas", "ultrapassados", "fascistas", "fanáticos" etc., pergunte caridosamente:- Mas você tem alguma ideia dos motivos de eles serem contra? Sabe repetir seus argumentos? Que obras desses autores você leu?Dito isto, não esqueçam de gravar a resposta e depois colá-la aqui para a gente se divertir mais um pouco.Bom dever de casa, crianças! ****
Resposta do item 8: letra F, é claro.
Lembra dele?


09 de agosto de 2013
Felipe Moura Brasil

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