O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou ontem que 1.618 médicos se inscreveram na primeira etapa do programa Mais Médicos para atuar em áreas de alta carência de profissionais de saúde. O número deverá preencher apenas 10,5% das 15.400 vagas abertas pelo programa para atender à demanda dos municípios. Os médicos inscritos nesta primeira fase deverão atuar em 579 municípios, um número bem abaixo das 3.511 prefeituras que pediram ao ministério mais profissionais.
Diante dos baixos números, o ministério deverá abrir uma nova etapa de inscrições a partir da próxima segunda-feira, dia 19. Padilha reafirmou também que vai intensificar as negociações para firmar parcerias com governo e organizações não governamentais de outros países para ampliar a oferta de médicos estrangeiros no país.
- Nós queremos (firmar as parcerias) o mais rápido possível. Hoje não temos respostas - disse Padilha ao fazer um balanço do programa.
Cuba já ofereceu seis mil médicos para atuar em cooperação no Brasil. Padilha disse que já conversou sobre o assunto com os governos de Portugal e Espanha e com a Organização Pan-Americana de Saúde. Mas ainda não há qualquer parceria definida. A intenção do governo é selecionar para essas parcerias médicos que já tenham experiência em atuação em áreas vulneráveis, alvo prioritário do programa federal.
O ministro está preocupado também com 703 municípios que, mesmo inscritos no programa, não apareceram em qualquer das indicações de preferência dos médicos inscritos até o momento. Nas fichas de inscrição, os médicos poderiam indicar até seis diferentes cidades onde gostariam de atuar. A maioria dos municípios ignorados está em regiões de alta pobreza na Bahia, no Maranhão, no Piauí e no Amazonas.
O balanço divulgado pelo ministério mostra ainda que a propalada invasão de médicos estrangeiros, sobretudo cubanos, não aconteceu. Entre os 1.618 inscritos, 358 são estrangeiros, e 160, brasileiros formados em outros países. Pela lista oficial, 141 médicos foram diplomados na Argentina; 100, na Espanha; 45, em Portugal; 42, na Venezuela; e 26, no México. Há também médicos mexicanos, russos, italianos, americanos e alemães.
Segundo o ministério, os médicos devem chegar ao país ainda este mês e, depois de uma preparação de três semanas, deverão começar a trabalhar no início de outubro. A liberação para o trabalho depende ainda da regularização dos documentos pessoais e da avaliação dos médicos que será conduzida por universidades brasileiras. Os médicos vão receber R$ 10 mil líquidos.
(O Globo)
15 de agosto de 2013
in coroneLeaks
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