A repórter Luciana Nunes Leal, do Estadão, relata que, antes que as divergências do prefeito do Rio, Eduardo Paes, com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se transformassem em mais um componente da crise entre o PMDB e o PT, o chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, foi escalado para serenar os ânimos.
Na segunda-feira, Paes disse que recebeu “reações gentis do Palácio do Planalto”, mas voltou a classificar de “irresponsável” a divulgação de uma pesquisa sobre desempenho das cidades no Sistema Único de Saúde (SUS).
Na quinta-feira passada, o prefeito peemedebista fez duras críticas ao petista Padilha pela divulgação da pesquisa que apontava o Rio como a capital com pior avaliação no SUS.
O prefeito se revoltou com o fato de o levantamento reunir dados de 2008 a 2010 e não contemplar 2011, quando, segundo Paes, teria havido um salto de qualidade na saúde pública carioca. Embora tenha apontado avanços como a ampliação do programa saúde da família e aumento de recursos investidos, Paes reconheceu que a saúde na cidade ainda é “uma tragédia”.
Mas Paes ficou ainda mais aborrecido com a explosiva postagem de seu antecessor Cesar Maia na internet, que realmente merece reflexão:
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ÚLTIMO LUGAR EM SAÚDE FAZ PREFEITO DO RIO MENTIR!
Cesar Maia
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1. (Globo, 03/03 e RJ-TV, 02/03) Prefeito: “Aplico 4 bilhões de reais em Saúde.”
A verdade: Diário Oficial do Município do Rio de 30 de janeiro de 2012, página 64. Execução orçamentária de 2011. Gasto em Saúde: 1 bilhão e 875 milhões de reais. Menos da metade do que foi declarado.
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2. (Globo, 03/03 e RJ-TV, 02/03) Prefeito: “Aplico 25% em Saúde”.�
A verdade: Diário Oficial do Município do Rio de 30 de janeiro de 2012, página 64. Execução orçamentária de 2011. Aplicações em Saúde: 19,69%.
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3. (RJ-TV, 02) Prefeito: “Estou construindo 5 hospitais”.
A verdade: Está sendo reformado o tradicional Hospital Pedro II em Santa Cruz e construído um pequeno hospital na entrada da Ilha do Governador.
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4. (RJ-TV, 02) Prefeito: “A cobertura do programa saúde da família passou para 27,4%”.
A verdade: Como não há visita domiciliar de médicos e equipes, não é programa saúde da família, mas um posto médico com 3 especialidades no lugar das 12 especialidades dos postos de saúde, reduzindo a diversidade da atenção básica. E a conta de multiplicar o número de pequenos postos médicos adaptados ou construídos (clínicas da família) pela área de referência é falsa. São pontos fixos.
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5. (Globo, 03) “Sobre Convênios com a Prefeitura do Rio, dados do Ministério da Saúde apontam que em 2008 foram repassados R$ 855 milhões, em 2009 repassados R$ 544 milhões, em 2010 foram R$ 764 milhões e em 2011 R$ 488 milhões.”
A verdade: Então a história que a prefeitura anterior não interagia com o governo federal é mentira. Os números (sem incluir a inflação) mostram que a prefeitura anterior recebia mais em Convênios com Ministério da Saúde que a atual.
06 de março de 2012
Carlos Newton
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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