"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 13 de março de 2012

ESTRANHOS E MALVADOS PODERES: A STASI PETRALHA?

Durante o Estado Novo, a partir de 1937, tivemos a experiência com o Departamento de Imprensa e Propaganda que causou todas as distorções no processo político em curso na época e trouxe as bases que complicaram as décadas que vieram.

Na Europa o Ministério de Segurança do Estado, Stasi, foi a agência de informações e segurança da República Democrática Alemã (DDR(, a Alemanha Oriental, durante todo o período da guerra fria. Ficou mais conhecida como uma organização que durante 39 anos manteve uma rede de informantes e polícia secreta que vitimou cerca de um terço da população com prisões, detenções e tortura.

Foi estabelecida com o apoio da KGB Soviética em fevereiro de 1950 com a finalidade de preservar o regime comunista na Alemanha Oriental através de ações clandestinas. A agência tornou-se um órgão de servidão dos desejos políticos do regime comunista.

Sua base era a rede de informantes civis que cooperavam em troca de dinheiro, bens e favores. Estes informantes não oficiais usavam seu local de trabalho,influência social, contatos familiares e círculos de amizade para informar comportamentos não apropriados, suspeitos e anti-governistas aos oficias da polícia secreta. Esta mantinha campos de detenção sendo o mais notório o de Bauden II.

Em 1989, quando caiu o Muro de Berlim, eram 91.000 oficiais e cerca de 200.000 informantes.

Na ilha caribenha dos Castro, na Banana Republic do Ortega e nos estados pretensos transnacionais da Venezuela, Equador e Bolívia estas aberrações continuam em aplicação através dos seus fiscais de quarteirão. A finalidade sempre é a mesma: proteger um estado totalitário e perverso que vai se perpetuando com esta forma de ação, que se realimenta do medo da população que não raramente já toma suas ações nas rotinas diárias com vistas a uma possível repreensão do sistema coercitivo, que para o deleite de seus oficiais exige menor empenho nas frentes e o trabalho passa para um monitoramento e verificações por amostragem.

Dentro de nossas fábricas, já existe uma estrutura de informação semelhante, habilmente explorada pela nossa elite sindical. Aquele que não corrobora uma decisão ou comportamento coletivo estará seria e permanentemente classificado e sua “ficha” identificada como elemento prejudicial ao sistema.É a rádio pião em operação. Não há informação ou tema que desconheça. Embora tenha sérias lacunas para preencher no trabalho da manipulação da contra informação a que está exposta a sua semente do mal está frutificando incontestavelmente.

Por nossa vez estamos constantemente tirando para dançar estas bizarrices que tendem a retomar seu espectro nas hostes do Poder Nacional. Comissões e revisões são arquitetadas sempre olhando o passado, e ainda por cima a visão é apenas para um lado ou faceta. Agora surgem os sistemas de controle como o tal Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos – via chips – idênticos ao que teremos nas novas Carteiras de Identidade. O Controle do Estado sobre nós se intensifica. Tempos de capimunismo...

Raros são os meios de comunicação que mantém suas linhas de contato com a realidade e vão tocando o barco com as decorrentes punições e malvadezas a que estão expostos.

Os movimentos para restabelecimento do controle dos meios de comunicação são fortes e surgem em todas as pontas, às vezes mais sutis outras nem tanto. Por que tal comportamento se perpetua? Já não é tempo de encontrarmos um caminho que mais nos interessaria ao invés de repetir mais uma vez os erros do passado?

13 de março de 2012
Alberto Mendes Junior é Engenheiro de chão de fábrica.

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