Notícias Faltantes - Foro de São Paulo
O Foro de São Paulo vai pelo impensado, vai pelo desafio maior: nada melhor do que conquistar o “Império”, os próprios Estados Unidos.
Há quase um ano, Periodismo Sin Fronteras publicou o artigo “O Foro de São Paulo - XVII Reunião na Nicarágua", no qual se fazia referência aos objetivos do plano de trabalho do Foro de São Paulo (FSP) para o ano de 2011. Dentre os quais, constava: “Ampliar o desafio aos Estados Unidos e Europa, utilizando para isto residentes latino-americanos”.
Hoje, em meio da crise econômica européia, já montaram a Secretaria Regional Européia, com sede na Espanha, utilizando para isto a grande quantidade de residentes latino-americanos que vivem lá e que foram utilizados previamente nas manifestações sociais do 15-M, que deram origem ao movimento dos “indignados”, coletivo que se expande como modo de protesto com objetivos difusos, cujo único lema é “Democracia Real JÁ”.
Nada mais adequado que um movimento “apartidário” e “espontâneo” de gente indignada (não com o sistema capitalista, senão com a crise econômica) para que este seja apadrinhado pelo FSP. Uma nova fachada que outorga credibilidade a essas assembléias populares que são o pau-para-toda-obra embrionário do FSP em cada região.
O que para alguns não é mais que óbvio, para outros ainda é algo impossível. Porém, o Foro de São Paulo vai pelo impensado, vai pelo desafio maior: nada melhor do que conquistar o “Império”, os próprios Estados Unidos, incorporando lenta e progressivamente a metodologia de protesto e cultura socialista, algo que já foi provado com êxito na América do Sul.
Viram o modo: os “indignados” através dos “Occupy” ou “ocupas”, que não são mais que a versão remasterizada dos piqueteros argentinos, cortando pontes, avenidas, organizando assentamentos, acampamentos e assembléias em zonas públicas.
Provocações, enfrentamentos com a polícia, imagens de 'Che' Guevara: uma mesma estética da liturgia do neo-comunismo vernáculo. Medem a reação à qual eventualmente se lhe irá subindo a aposta até que finalmente se imponham nas urnas: na aceleração da globalização este é um trabalho que não leva mais de 5 a 10 anos. Na América Latina, desde uma prefeitura a uma presidência deve-se chegar em não mais de 15 anos. Este prazo se reduz hoje em um entorno homogêneo de regimes neocomunistas. No caso dos Estados Unidos, desde a chegada de Obama, o país do norte se permeabilizou, amigável às correntes de esquerda.
Se continuar com a tentativa, o FSP também utilizará novos e falsos placebos opositores nos países que governa: já tentaram sem muito êxito com Wikileaks, que não contribuiu com nada de novo e agora, com Assange processado, utilizam os hackers “Anonymous”, com objetivo idêntico, os quais dizem lutar pela transparência, pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos.
Estes Anonymous da internet também são um coletivo “a-partidário, espontâneo e sem lideranças” ao mesmo tempo que consideram “mais que superada a velha dialética esquerda-direita”, desconhecendo as realidades dos países comunistas de hoje.
Do mesmo modo que seus predecessores, os Occupy são “um movimento sem líderes, a-partidário e espontâneo”. Como mostra dessa “espontaneidade” se lançaram à ocupação em Boston, San Francisco, Los Angeles, Portland e Chicago. O grupo Anonymous alentou a ocupação de 52 cidades dos Estados Unidos atuando coordenadamente com os ocupas e obtendo os apoios dos conhecidos socialistas: Noam Chomsky, Michael Moore, Juan Gelman, Yoko Ono e Susan Sarandon, entre outros.
Para 2012, um dos objetivos do FSP é a implantação, até o mês de abril, da Secretaria Regional Estados Unidos, com atividades em Los Angeles, Chicago, Boston e Nova York. Para eles, a esquerda não tem nos Estados Unidos uma verdadeira expressão eleitoral, e pretendem se erigir no futuro como essa opção.
Em seu próprio Documento-Base do Plano de Trabalho 2012, o Foro de São Paulo propõe fortalecer laços com os movimentos de resistência nos Estados Unidos, particularmente com os movimentos de defesa dos migrantes e os de resistência contra a crise como os chamados “ocupa” (occupy).
Assim se expressam:
“Não se deve passar por alto o movimento dos indignados e ocupas na Europa e Estados Unidos. Embora eles não representem uma alternativa eleitoral nem uma frente política homogênea, converteram-se em um referente político de resistência contra o neo-liberalismo”.
E lá estará o FSP nesta ocasião para continuar sua expansão nos Estados Unidos, mesmo sem ter alternativa eleitoral alguma para estas eleições, mas sim para garantir, através do voto latino, o triunfo de Obama, o que lhes permitirá afiançar-se, expandir-se e apresentar-se nas eleições parlamentares e/ou comunitárias em um curto prazo, sob a aparelhagem de algum partido “progressista”, e que tentará esconder os líderes de suas gêneses originária: Castro-Lula-FARC.
13 de março de 2012
Viviana Padelin integra a Frater-América - Fraternidad Libertaria Latinoamericana.
Tradução: Graça Salgueiro
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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