Duas notícias em sequência: neo ateus não se cansam, e agora querem tirar a mensagem “Deus seja louvado” das cédulas
Notícia 1: “Petição pela retirada de Deus do real já tem mais de mil adesões”
A petição on-line ao CMN (Conselho Monetário Nacional) da LiHS (Liga Humanista Secular do Brasil) pela retirada da expressão “Deus seja louvado” das cédulas do real já tem mais de mil adesões.
A LiHS congrega céticos, agnósticos, ateus e livres-pensadores em torno de valores éticos. Tem se destacado na defesa do Estado laico.
Em dezembro de 2011, o Ministério Público Federal em São Paulo encaminhou ao Banco Central pedido pela supressão da frase de cunho religioso. Como resposta, o BC disse que se trata de uma questão da alçada do CMN.
Algumas pessoas estão justificando sua adesão à petição, como Henrique Jucá. Ele disse que o Estado brasileiro deve estimular a diversidade, mas não pode privilegiar a divulgação de nenhum credo.
Para Natasha Avital, é uma afronta aos brasileiros não cristãos terem de “passar adiante uma profissão de fé” toda vez que usam uma cédula do real.
Rafael Andrade argumentou que, em um Estado laico, abonar a frase “Deus NÃO seja louvado” seria tão inconcebível quanto propagar “Deus seja louvado”, como está ocorrendo.
Notícia 2: “Ministério Público vai pressionar ministro para que tire Deus do real”
Jefferson Aparecido Dias, procurador dos Direitos do Cidadão, do MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo, vai pedir ao ministro Guido Mantega (Fazenda) a retirada da inscrição “Deus seja louvado” das cédulas de real porque essa mensagem religiosa é incompatível com laicidade do Estado brasileiro.
Em dezembro de 2011, o MP já tinha apresentado o pedido ao Banco Central. Como a resposta do BC foi de que a questão é da alçada do CMN (Conselho Monetário Nacional), Dias vai agora pressionar Mantega, que é o presidente do conselho da instituição.
Para Dias, que é católico praticante, “Estado e religião têm de estar bem distantes entre si” e, por isso, não se justifica a menção de Deus no dinheiro.
Em 2011, a Corte Suprema dos Estados Unidos recusou um pedido de um ateu para que fosse retirada das moedas e cédulas do dólar a inscrição In God we trust (Confiamos em Deus).
No Brasil a questão também poderá acabar indo para o STF (Supremo Tribunal Federal), onde já tramita uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) proposta pela Procuradoria Geral da União para que o governo discipline o ensino religioso de acordo com o caráter laico do Estado.
Meus comentários
Como sempre, o Jefferson Aparecido Dias de novo. Lembram-se dele do tempo das trucagens em que tentou acusar o Silas Malafaia de “homofóbico”? Se não lembram, eu lembro.
Fica bem claro que o Sr. Jefferson se especializou na agenda da esquerda: gayzismo, anti-religião, etc. Qual será a próxima ação dele? Talvez propor aborto, programa de controle de mídia e qualquer outra coisa que atenda à estratégia gramsciana.
Se a Corte Suprema dos Estados Unidos recusou um pedido de um ateu para que fosse retirada das moedas e cédulas do dólar a inscrição In God we trust, é importante que os juristas de orientação cristã do Brasil fiquem atentos aos truques anti-religiosos que eles tentaram por lá e que foram devidamente refutados.
Pois com anti-religioso não há outra coisa a fazer senão mapear a estratégia, identificar as rotinas, e refutá-las. Em termos intelectuais, não há nada que preste que surja a partir deles.
Ou alguém em sã consciência teria a pachorra de dizer que “notas com a inscrição ‘Deus seja Louvado’” implicam em “proteção a um grupo religioso sobre outro”? E violação ao estado laico seria exatamente isso (proteção a um grupo religioso em detrimento de outro).
Exemplo. Uma adaptação do conceito de estado laico para o futebol. Imagine que nas repartições, por questões culturais, exista uma bola. Isso por que a bola está enraizada na cultura do país, conhecido como país do futebol. Mas o estado “laico em questões futebolísticas” implica que nenhum clube seja beneficiado sobre outro. Então, o estado não beneficia o torcedor do Flamengo sobre o torcedor do Cruzeiro, nem o torcedor do Corinthians sobre o torcedor do Palmeiras. Algum a-futebolista (que odeia futebol) poderia dizer: “Essa bola me ofende nas repartições públicas, é violação ao estado laico futebolístico”. É claro que o máximo que poderíamos fazer é rir na cara desse sujeito.
Posso até sugerir que uma hipotética campanha de refutação aos neo ateus deveria mostrar que eles são patéticos em sua interpretação expandida (e como sempre safada) do que realmente significa o estado laico.
LUCIANO AYAN
Fonte: Paulopes
19 de março de 2012
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Alguém já viu galinha ciscando lixo? Claro que todos já vimos, com exceção de uma ou mais gerações, que apenas conhecem o frango assado, aquele que fica douradinho na televisão de cachorro. Não tem penas, não tem bico, nem olhos e nem pés, mas é o que as gerações urbanas mais novas conhecem.
Essa petição me traz a lembrança essa imagem de galinha ciscando no lixo. Pô, convenhamos! Pessoas mais inteligentes, que estão revirando o paradigma de cabeça para baixo, a gente ainda consegue discutir as idéias propostas, mas ciscar pedrinhas e pequenos insetos, para peticionar? Tenha dó!
Já não basta o besteirol da retirada dos crucifixos, agora essa macaqueação importando o besteirol americano de retirar o "In God We Trust" das verdinhas? Sejam mais criativos! Alguma coisa mais brasileira... Hummm! Deixe-me ver... Fica difícil imaginar alguma coisa nesses tempo de plim-plim!
m.americo
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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