O XADREZ ENTRE DILMA E OS BANCOS
Declarada a guerra entre a presidente Dilma e os “perversos”, no caso, os bancos privados, parece evidente para onde se inclina a opinião pública. A conseqüência será, numa próxima pesquisa, aumento ainda maior da popularidade da chefe do governo. Bancos sempre despertam amuos e idiossincrasias no cidadão comum, em especial quando divulgam seus altíssimos lucros e impõem juros escandalosos nos cartões de crédito, nos cheques especiais e no crédito consignado.
O problema é que vão reagir, aliás, já começaram, através de seus porta-vozes ostensivos, como o ex-ministro Maílson da Nóbrega. Como não interessa ao setor financeiro bater de frente com o poder, mantém-se cauteloso o presidente da Febraban, Murilo Portugal. Cabe a ele dar a tônica do embate, sem arroubos, procurando compensações para a óbvia queda dos lucros das instituições bancárias diante da redução dos juros. Cabeça fria, nessas horas, torna-se imprescindível.
Em termos políticos, assinale-se mais um lance no xadrez do poder. Dilma avançou uma peça, não mais um peão, mas certamente um bispo ou uma torre, quem sabe até um cavalo. Nada de xeque ao rei. O risco, para a presidente, é que os bancos programem um roque, quer dizer, blindando seus privilégios com a ameaça de redução no crescimento econômico nacional através da fuga de investidores. De tabela, sacrificando alguns seus peões, ou seja, anunciando demissões inevitáveis entre os bancários. Aguardam-se novos lances, de lá e de cá.
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APROVEITANDO…
Vale aproveitar o choque entre o governo e os bancos para um adendo. Se é para baixar juros bancários, iniciativa com a qual a sociedade concorda, porque não reduzir, também, o valor dos juros e das multas das dezenas de impostos e taxas não pagos pelo contribuinte? Se existem malandros que procuram nos meandros da lei pretextos para não pagar, os inadimplentes de verdade não pagam porque não podem. Sobrecarregado por mais encargos, aí é que o cidadão comum se transforma em réu.
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ENQUADRAMENTO
Lá da sua nuvem, Leonel Brizola terá aplaudido a nomeação do neto para ministro do Trabalho, mas diante da reação de parte da bancada do PDT, estimulada por Carlos Lupi, poderá pedir ao Padre Eterno licença para descer. Descendo, enquadrará os deputados do partido que criou: se estão contra as diretrizes do governo Dilma, que proclamem logo sua independência; se concordam, fiquem quietos.O que não dá é para permanecerem em cima do muro, de olho em benesses, nomeações e favores em troca de apoio parlamentar.
Esta sempre foi a característica principal de Brizola: clareza.
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AMEAÇA DÉBIL
Pelos entendimentos de ontem na CPI do Cachoeira, não demora muito a convocação do bicheiro para depor. A dúvida entre deputados e senadores é se seriam verdadeiras as ameaças que ele vem fazendo de jogar barro no ventilador. Deve ser simples jogo de cena para evitar um massacre em seu depoimento, porque caridade para com seus comparsas não será. Mas se estiver mesmo disposto a denunciar parlamentares, funcionários, empresários e até governadores que agora lhe viram as costas, melhor chamar os bombeiros. O país pega fogo.
03 de maio de 2012
Carlos Chagas
O problema é que vão reagir, aliás, já começaram, através de seus porta-vozes ostensivos, como o ex-ministro Maílson da Nóbrega. Como não interessa ao setor financeiro bater de frente com o poder, mantém-se cauteloso o presidente da Febraban, Murilo Portugal. Cabe a ele dar a tônica do embate, sem arroubos, procurando compensações para a óbvia queda dos lucros das instituições bancárias diante da redução dos juros. Cabeça fria, nessas horas, torna-se imprescindível.
Em termos políticos, assinale-se mais um lance no xadrez do poder. Dilma avançou uma peça, não mais um peão, mas certamente um bispo ou uma torre, quem sabe até um cavalo. Nada de xeque ao rei. O risco, para a presidente, é que os bancos programem um roque, quer dizer, blindando seus privilégios com a ameaça de redução no crescimento econômico nacional através da fuga de investidores. De tabela, sacrificando alguns seus peões, ou seja, anunciando demissões inevitáveis entre os bancários. Aguardam-se novos lances, de lá e de cá.
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APROVEITANDO…
Vale aproveitar o choque entre o governo e os bancos para um adendo. Se é para baixar juros bancários, iniciativa com a qual a sociedade concorda, porque não reduzir, também, o valor dos juros e das multas das dezenas de impostos e taxas não pagos pelo contribuinte? Se existem malandros que procuram nos meandros da lei pretextos para não pagar, os inadimplentes de verdade não pagam porque não podem. Sobrecarregado por mais encargos, aí é que o cidadão comum se transforma em réu.
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ENQUADRAMENTO
Lá da sua nuvem, Leonel Brizola terá aplaudido a nomeação do neto para ministro do Trabalho, mas diante da reação de parte da bancada do PDT, estimulada por Carlos Lupi, poderá pedir ao Padre Eterno licença para descer. Descendo, enquadrará os deputados do partido que criou: se estão contra as diretrizes do governo Dilma, que proclamem logo sua independência; se concordam, fiquem quietos.O que não dá é para permanecerem em cima do muro, de olho em benesses, nomeações e favores em troca de apoio parlamentar.
Esta sempre foi a característica principal de Brizola: clareza.
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AMEAÇA DÉBIL
Pelos entendimentos de ontem na CPI do Cachoeira, não demora muito a convocação do bicheiro para depor. A dúvida entre deputados e senadores é se seriam verdadeiras as ameaças que ele vem fazendo de jogar barro no ventilador. Deve ser simples jogo de cena para evitar um massacre em seu depoimento, porque caridade para com seus comparsas não será. Mas se estiver mesmo disposto a denunciar parlamentares, funcionários, empresários e até governadores que agora lhe viram as costas, melhor chamar os bombeiros. O país pega fogo.
03 de maio de 2012
Carlos Chagas
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